𝟱𝟵, veronica.

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Não dei a ele uma resposta imediata.

Estávamos em silêncio há quase cinco minutos; ele me ajudou a fechar o zíper da parte de trás do vestido e pegou o secador da minha mão, como já tinha feito uma vez.

─ Eu não te culpo. ─ falo, por cima do barulho do secador. Ele não o desliga, apenas diminui a intensidade e, com isso, o barulho. ─ Você foi errado em beijar a minha prima, mas isso não teria acontecido se eu não tivesse falado aquelas coisas pra você antes. Eu não te culpo por aquilo.

Nossos olhares se encontraram no espelho, e ele suspirou, finalmente desligando o secador quando meu cabelo já estava perfeitamente seco.

─ Eu também não te culpo. Acho que nunca te culpei. ─ ele se senta na ponta da cama e gira o banco para que eu o olhasse. ─ Você disse aquelas coisas porque não sabia como lidar com os sentimentos, tanto os seus quanto os meus. ─ ele sorri fraco. ─ Eu sabia que você não estava com raiva de mim, diretamente, mas sim da situação em que nós dois nos colocamos. Não só você, e não só eu.

─ Uma vez você me perguntou o porquê de eu nunca ter me relacionado emocional com alguém. ─ levanto o olhar para os olhos dele. ─ Acho que você já sabe o motivo.

─ Não é o seu medo que te impede, V. É você mesma. ─ sua mão alcança a minha bochecha, onde ele faz um carinho leve. ─ Você pode mudar isso.

Suspiramos de forma sincronizada.

─ Não sei quanto tempo levaria até eu me livrar disso. ─ conto, fugindo de seu olhar.

─ Não tenho pressa, V. ─ ele sorri. ─ Eu venho te esperando há algumas semanas, certamente posso esperar por mais algumas. Vale a pena esperar por você.

Ele me da um beijinho na testa e sai do quarto antes que eu sequer pudesse formular algum argumento sobre não querer que ele me esperasse, mas isso seria tanto egoísmo quanto uma mentira enorme.

Pensando e divagando sobre a situação de merda que eu me encontrava, passei o corretivo em pontos específicos do rosto, esfumei uma sombra dourada nos olhos, iluminei os mesmos pontos específicos e passei um batom nude matte, suspirando ao terminar.

Eu estava a poucos minutos de descobrir se, em quatro meses, eu teria um menino ou uma menina, e, ainda assim, o que me deixava nervosa não era isso.

Calcei o coturno preto sem cadarços e prendi o cabelo, usando uma bandanna do mesmo tom de vermelho do meu vestido para tampar o prendedor sem graça.

Borrifei o meu perfume algumas vezes antes de sair do quarto, encontrando os Jacks no corredor. Ambos estavam arrumados e cheirosos; Gilinsky usava uma camiseta azul bebê e um broche escrito "baby boy", e Johnson usava uma camiseta rosa bebê, também com um broche, mas no dele estava escrito "baby girl".

─ Quem perder paga o quê? ─ era fato que ocorria uma aposta sempre que os dois discordavam um do outro.

─ Rodízio de pizza. ─ os dois falam juntos. ─ Já viemos com o bolso preparado.

Dei risada, enganchando meus braços nos deles e descendo as escadas entre os dois.

Como eu imaginava, o quintal não estava exatamente cheio, mas também não estava vazio. Todas as mesas estavam cheias – quatro delas foram juntadas para que o grupinho não tivesse que se separar.

Falei com todos eles, observando as cores das camisas. Não havia apenas rosa e azul, é claro; o que expressava a opinião de cada um são os broches em suas camisas. Haviam camisas azuis, rosas, roxas, vermelhas, verdes e amarelas. Nate vestia uma branca e um broche em cada lado.

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