𝟭𝟰, veronica.

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Eu tinha acabado de sair do banho. Depois de decorar cada página do livro de biologia e metade do de física, Nathan finalmente me deu um descanso.

Agora são onze da noite, Olivia passou aqui há algum tempo, mas foi embora às oito. Nathan estava no quarto desde que terminamos a sessão de estudos.

Abro as portas do guarda roupa e massageio as têmporas, sentindo a região dos olhos ardendo. Maldita sinusite.

Visto uma calcinha e uma camiseta grande. Bem, eu estava quase vestindo a camiseta, mas meu pulso travou e eu não conseguia mexer a região do antebraço. Isso não tá acontecendo!

Tentei, de todas as formas, colocar a camiseta e enfim ir dormir, mas isso não aconteceu. É óbvio que não.

─ Nathan! ─ chamo, derrotada.

Demora alguns segundos até eu ouvir o ranger da porta do quarto do outro lado do corredor, e logo a minha faz o mesmo.

Nathan perde o ar assim que bate os olhos em mim. Ele me observa por mais tempo que deveria, provavelmente por eu estar praticamente só de calcinha em sua frente.

─ O que... ─ ele limpa a garganta, olhando para o chão. ─ O que aconteceu?

─ Deve ter atacado a tendinite no pulso deslocado, eu não consigo mexer a mão. ─ abaixo o braço dobrado. O meu dedão estava preso fora da camiseta e eu não conseguia mexer o pulso. Isso só acontece comigo.

Em silêncio, ele puxa a camiseta para cima e depois a encaixa no meu braço, e finalmente eu estava devidamente vestida, ou quase.

─ Eu... ─ ele começa, mas se interrompe ao passar os dedos pelo rosto. ─ Eu preciso de um banho gelado. Agora.

Dou uma risada envergonhada quando ele me da as costas e sai do quarto, batendo a porta. Respiro fundo, resolvendo fazer o que planejava e ir dormir.

Mas uma coisa me chamou atenção. Nathan não estava no banho, como disse que faria. O idiota pulou na piscina às onze e meia da noite, em uma sensação térmica de dez graus. Qual é o problema dele?

Ignorando completamente os meus sentidos, coloco uma calça de moletom e abro a porta do quarto. Consegui descer as escadas sem sentir tanta dor como antes; eu já andava sem as muletas. Lentamente, caminhei até a parte de trás da casa e o encontrei com os braços apoiados na borda da piscina. Seus olhos focaram em mim.

─ Você desceu sozinha? Não tá sentindo dor? ─ ele pergunta, visivelmente preocupado.

─ Sim e sim. ─ resmungo ao me sentar em uma das espreguiçadeiras. ─ Você vai acabar congelando desse jeito.

Ele ri, passando os dedos pelo cabelo molhado. Nem preciso falar o que também tá molhada, né?

Percebo que o encarava a muito tempo quando contorci o músculo interno da coxa, com o cenho franzido. Balancei a cabeça algumas vezes, expulsando os pensamentos impuros da minha mente.

─ O que está pensando? ─ ele pergunta, me tirando do meu transe.

─ O que? ─ pergunto, mesmo tendo entendido o que ele disse.

─ Perguntei sobre o que está pensando. ─ ele repete, sem desviar os olhar do meu.

Suspiro, apoiando as mãos no joelho. Eu não deveria estar aqui. Definitivamente não deveria.

─ Nada. ─ mexo os ombros, banalizando a situação. ─ Eu vou subir, e você também deveria. Tá muito frio aqui embaixo.

Ele ergue a sobrancelha. Será que ele entendeu isso como um convite? Isso foi um convite?

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