𝟱𝟭, veronica.

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─ Sai da minha casa, Olivia! ─ esbravejo, brincando.

─ Eu já tinha que ir mesmo. ─ ela se levanta. ─ O Sam vai me levar no cinema. Beijinhos.

Cinco minutos depois que a porta bate, eu decidi fazer uma coisa que eu, muito provavelmente, me arrependeria no mesmo instante.

Encaro a minha imagem no celular pacientemente enquanto eu espero ele atender, e quando ele faz isso, eu vejo que não sou a única desajeitada.

Você... Tá tudo bem? ─ sua voz exalava preocupação e seu olhar corria por mim, procurando por algo de errado.

─ Sim, eu só.. quero te mostrar uma coisa. ─ sorri fraco e suspirei. ─ Fala alguma coisa, Nate.

Como assim? Falar o que? ─ eu quis rir do seu jeito exasperado.

─ Sei lá, fala sobre o seu dia. ─ ainda com o olhar confuso, ele assente e desanda a falar.

Eu acordei cedo hoje, tentei fazer um almoço comestível, mas não deu muito certo. ─ ele começa, olhando fixamente para o celular. Quando eu sinto, troco de câmera e levanto o moletom, deixando minha barriga exposta. ─ Então eu tive que pedir delivery, mas já tinha gastado muito tempo na cozinha e só fui almoçar uma e meia da tarde. Depois disso eu... ─ ele se interrompe ao, finalmente, perceber que minha barriga se mexia e as vezes dava leves solavancos. ─ O que... Como? Quando?

Eu prometi que não iria privá-lo de nada, e estou cumprindo minha promessa.

Chego aí em dez minutos!

Eu sabia que me arrependeria.

Passei os tais dez minutos prestando atenção na minha respiração, tentando não surtar. Eu já tinha superado aquilo, tinha mesmo, mas digamos que eu sempre fui um pouquinho rancorosa.

Grito para que ele entre quando escuto a batida na porta. Ninguém consegue ver a bendita campainha.

Trinta segundos depois, lá estava ele. Aparentemente, ele vestia a mesma coisa que quando o liguei, mas agora seu cabelo estava um pouquinho úmido e puxado para trás. É difícil ficar com raiva de alguém tão lindo.

─ O bebê se agitou quando ouviu sua voz. ─ falo, mudando o meu olhar para o meu colo. ─ Assim que começou eu te liguei.

Assim como eu, ele estava um pouco desconcertado naquela situação. Não ficávamos assim um com o outro desde que descobrimos que ele namorava a minha mãe.

Com o olhar, dei permissão para que ele se aproximasse de mim, e então ele se ajoelhou na minha frente, bem no meio das minhas pernas.

Agora estava impossível sentir raiva dele.

─ E aí, bebê. ─ ele sussurra, pertinho da minha barriga. ─ Eu sou seu pai, sabia? ─ os chutes começaram. Ele intercalava o olhar entre os chutinhos e meus olhos, maravilhado. ─ Eu sei, também acho isso uma loucura.

Deixei a cabeça cair no estofado atrás de mim e fiquei observando ele falar com o bebê como se os chutes fossem respostas ao que ele falava.

─ Se você cooperar, então logo vamos saber se você vai ser meu garotão ou minha princesinha. ─ ele pousa a mão quente na lateral do meu corpo, fazendo carinho com o polegar. ─ Eu adoraria um menino, sabe? Criar um Nate Jr e tal, mas se você for menina eu vou amar do mesmo jeito, senão mais.

No boliche, apesar da discussão que tivemos no lado de fora, eu estava disposta – e ainda estou – a dar uma segunda chance a ele. Não uma segunda chance de ser como éramos, aquela bagunça sentimental estava acabando comigo, mas uma segunda chance como pessoa e, principalmente, como pai.

Se algo acontecesse no processo, eu não me sentiria uma perfeita idiota.

─ Você vai seguir a tradição de V Family? ─ ele pergunta, me olhando.

─ Com certeza! É patrimônio da minha família. ─ ele franze a testa. ─ Minha tataravó se chamava Virginia, minha bisavó se chamava Vittoria, minha avó se chama Verena, minha mãe e minha tia se chamam Vanessa e Victoria, eu sou Veronica e minha prima Valentina. É óbvio que eu vou seguir a tradição.

Ele sorri.

─ Parece que as mulheres da sua família se recusam a ter filhos homens. ─ ele brinca.

─ Eu ficaria surpresa se comigo fosse diferente. ─ mexo os ombros.

─ Podemos chamar de Vincent se for menino? ─ ele pergunta, e eu sorrio para o brilho de seus olhos.

Molhei os lábios e suspirei, sentindo os chutes novamente.

─ É claro.

é o tal do bloqueio criativo

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é o tal do bloqueio criativo

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