༆IV

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Olha quem resolveu dar as caras, desculpa a demora eu não tava conseguindo ficar satisfeita com nada do que eu escrevia então eu comecei esse usando o restinho de criatividade que me resta, um capítulo levinho para vocês


𝐴𝑙𝑦𝑛

Eris saiu do quarto com a promessa silenciosa de vingança. E eu não duvidei em nenhum momento, o descontrole que demonstrei me fez ficar vulnerável. Logo após a adrenalina diminuir e eu comecei a pensar com clareza percebi o erro que cometi.

Eu ameacei o primogênito de Beron, futuro Grão Senhor da Corte Outonal e além disso, meu irmão. Eu me igualei a ele, fui tão baixa quanto. Deixei que o poder em mim criasse vida e me levasse até o ódio enraizado no meu coração. Se alguém descobrir que Eris foi quase estrangulado por mim com tanta facilidade todo o seu ego e moral que tanto preza será jogado a lama e pisoteado.

Meus pensamentos e sentimentos burbulhavam dentro de mim me fazendo suar frio ao pensar nas consequências. Não adiantaria de nada usar violência com eles, os guardas daqui são mil vezes piores do que eu. Um século de frustrações não iriam ser descontados em um único momento, então de que me adiantaria estragar tudo?!

Eu tenho que começar a bolar um plano para fugir daqui, com ou sem príncipe. Se ele for realmente um macho bom e de coração puro não irei me opor que me leve, mil vezes ser levada para longe desse lugar a continuar sobrevivendo a minha própria família.

Renard saiu logo depois de Eris, disse que precisava comer e sumiu pelos corredores. A comida que me é servida não é muito diferente das que mandavam até minha cela, mas não reclamava. Estava fazendo 3 refeições por dia, sem contar com os petiscos que duas criadas deixavam aqui.

A vida inteira estive presa enquanto meus irmãos mais velhos recebiam mimos e conforto, e agora finalmente eu tenho isso e tudo que quero é fugir daqui. Precisava de um plano e sei que Renard já está pensando em um, provavelmente envolve enganar e ludibriar os guardas, se bem que não me importaria de apagar alguns dos que ao longo dos anos me bateram e, que o Caldeirão me ferva, mas se eu encontrasse o que tentou se aproveitar de mim não deixaria pele sobre seus ossos.

Não dormi a noite por medo de Eris aprontar mais alguma coisa e isso fez meus pensamentos ficarem ainda mais acelerados, como se não bastasse os sentinelas que ficam na porta do quarto deixam todos os seus pensamentos correrem soltos ao meu redor. Tomei um banho e vesti um dos vestidos no grande armário do quarto. Ele era de um tecido leve com um decote generoso entre os seios e fendas nas pernas laranja na parte de cima e conforme descia ia se tornando vermelho, as mangas iam até cotovelo e se abriam com uma parte fina de tecido escorrendo pelo vestido deixando os pulsos livres. Um cinto dourado que marcava a curva de meus quadris combinava com os braceletes e par de brincos achados numa pequena caixinha em cima da cômoda.

Meus longos cabelos ruivos estavam soltos com apenas um broche de safiras negras para afastar os fios da frente do meu rosto. As pontas antes ressecadas agora estavam hidratadas e brilhantes como nunca antes. Eu não era do tipo vaidosa como Nyara, não teria como ser, mas gostava de me sentir bonita mesmo que para as paredes desse quarto. A beleza das fêmeas que eu já vi vão além da minha, mil vezes até. Nyara já usou seus atributos a meu favor mais vezes do que poderia contar, principalmente para me "salvar" de Urie.

Calcei uma sandália com tiras que iam do calcanhar até a panturrilha. Assim que terminei de amarrar a porta se abriu e Urie, Nyara e minha mãe entraram. Analisei os três. Nayara com seu vestido verde de costume e minha mãe um simples, porém lindo amarelo. Urie estava com o traje marrom de treino, provavelmente acabou de vir do pátio. Ele é o encarregado de supervisionar os exércitos e treinamento dos guardas, todos os sentinelas respondem a ele e acima dele apenas Beron.

A Court Of Fire and Shadows [comeback]Where stories live. Discover now