A Court Of Fire and Shadows [comeback]

༆XXXV

depois da luta, vem os dias de glória

mas no caso de vcs, é um dia de glória para o resto do ano de luta

os mimos tão aí, mas tudo tem seu preço né fml

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— 𝕰u sou a rainha, ou seja são meus soldados, é o meu exército. O seu príncipe não existe mais. Porque? Oh, porque eu sou a rainha! — A raiva fluiu por mim conforme encarei aqueles cortesãos novamente. Céus, eram piores do que eu lembrava. Havia marcado essa reunião para finalmente poder retornar para Prythian.

— Velliard é o herdeiro do trono por direito, sua besta. — O pai do jovem que matei disse, me observando com nojo e desdém.

— Vou reformular para você entender. Eu invadi seu reino, matei seu rei e ocupei o trono, a menos que a porra do seu querido príncipe venha até aqui e me mate, eu sou a rainha e vocês vão tratar como a porra da rainha e meu exército não irá lutar contra Prythian! — Bati as palmas na mesa a minha frente, a marca das palmas ficando gravadas na madeira. Ignorei o latejar de meu ombro com o movimento brusco. Ystria e Renard esboçavam sorrisinhos, enquanto o mestre espião continuava impassível. Percebi um dos machos encarando descaradamente o decote de meu vestido. — Se não quiser que eu arranque seus olhos eu mesma, é melhor começar a ter o mínimo de respeito. — Encarei o mesmo com ódio e o macho desviou o olhar.

Lancei meu olhar de "eu avisei" para Renard, o mesmo havia escolhido o vestido branco com duas faixas cobrindo os seios e se unindo na frente ao tecido da saia um pouco acima do umbigo, marcando a curva de meu quadril e minha cintura junto do cinto cinza em forma de pequenos galhos entrelaçados. A saia do vestido possui duas fendas laterais indo até a parte de cima da coxa, o tecido leve ondulando em minhas pernas. As faixas dos seios caiam como castacas para a parte de trás, exibindo as costas e deixando minhas cicatrizes a mostra.

— Reúnam os soldados sobreviventes, traga de volta os navios enviados a Montesere. Ah, e antes que eu me esqueça, — digo sentando novamente na cadeira acolchoada do rei, que ocupei para o terror de todos esses machos. — preciso resolver assuntos em Prythian, então meu representante será enviado. Irei dar ordens diretas a ele para matar e prender qualquer um que desafie suas ordens, e não ache que ele será bonzinho com vocês por serem machos e velhos. — Zombei cruzando as pernas, chamando a atenção de três machos. Raspei as unhas no braço da cadeira enquanto começavam a mesma ladainha.

— Não recebemos ordens de uma fêmea. Pode ter se auto intitulado rainha de Vallahan, mas isso não a torna uma rainha. Não tem boa linhagem, nem posses, muito menos números. — O mesmo velho de sempre disse. O encarei com tédio e tirei a adaga que estava presa em minha coxa por baixo da fenda do vestido.  Cravei a lâmina na mesa atraindo a atenção de todos.

— Sou uma fêmea, sim. Me auto titulei rainha? Sim. Venho de uma família, mesmo maldita, nobre. Tenho boa linhagem, as razões pelas quais não tenho posses não são do seu interesse e não preciso de números ao meu lado quando tenho poder. — Respondi sorrindo arrogante, tracei a lâmina da adaga com a unha, o movimento sendo seguido pelos olhos de todos.

— Você não tem poder. Inteligência é poder, e se acha que é digna de ser rainha está claro que não a tem. — Ergui uma sobrancelha bem feita para o macho que me insultou. Me recostei na cadeira, observando todos. Apenas encarei o encantador de sombras, que arrastou sua cadeira e se levantou prontamente.

— Talvez esteja certo. — Ponderei. — Azriel, mate-o. — O mestre espião se aproximou do macho rapidamente e uma gota de sangue escorreu antes que eu levantasse a mão. — Pensei melhor, Azriel venha até mim. — O macho guardou a adaga e veio até mim, parando ao meu lado, as sombras ondulando ao nosso redor. O outro macho estava pálido e sua respiração podia ser ouvida assim como seu coração fraco. — Mudei de ideia, mate-o. — Sem interrupções dessa vez, Azriel segurou o macho que tentou fugir pelo pescoço e cortou a garganta do macho com sua lâmina, que descobri se chamar reveladora da verdade, não que ele tenha me falado. Os machos olhavam espantados para a cena que corria a sua frente.