Meu Primeiro Amor

Capítulo 37

Wilson narrando:

Entrei no meu carro, usei meus óculos escuros, pisei o freio e acelerei, estava atrasado... hoje seria a apresentação.

— Espero que Steyce chegue cedo.—Resmunguei enquanto dirigia pelas avenidas de Manhattan.

Na verdade eu bem sabia que ela chegaria cedo, ela nunca se atrasou, eu quero me acertar com ela mas não posso, meu orgulho é maior.

Então é isso eu Wilson Delaor só um orgulhoso, goste ou não, pra mim não fará nenhuma diferença.

Como estou devendo o seminário de física, eu estou fazendo o curso de engenharia eletrônica, o ramo que a empresa do meu pai segue, só obrigado a fazer o que meu pai acha melhor tudo pelo bem da empresa, e falando nela, já faz dois meses que não vejo meu pai, minha mãe foi ve-lo a semanas atrás, eu não quis ir ver meu pai com certeza pegaria no meu pé. Mesmo estando longe ele pega no meu pé imagine por perto, acho que ia ser bem pior.

Percebi que meu dia seria ruim logo no instante que sem querer meu carro colidiu com uma conversível, eu estava totalmente distraído pensando nos meus problemas pessoais, um deles que mais me instigava era a volta do meu pai que estava prevista pra semana que vem, meu sangue gelou quando cogitei na ideia do meu pai souber sobre meu pessimo aproveitamento pedagógico na faculdade.

Arg que droga- Esbravejei irritado
Travei instantaneamente.

Desci do carro tentando manter a calma, eu estava atrasado pra apresentação tudo culpa daquele motorista que não limpou direito o meu carro novo, só por ser novo não significa que não mereça o devido cuidado, mas essa agora, meu dia não tinha como não ser ruim.

O garoto não era culpado, mas meu ego gigantesco não se contorceu.

O mesmo estava de óculos escuros, e usava uma conversível, veio em minha direção e me puxou pela gola da minha camisa.

Ei, ei, ei... O que ele acha que está fazendo?

— Qual é a sua? —Vociferei alterado, o mesmo revirou os olhos.

— Me solta, essa blusa custou uma fortuna.— o fuzilei com o olhar — Obrigado.— Falei dramatizando quando ele me soltou dos seus braços.

— Olha o que você fez? Pela sua imaturidade e falta de atenção acabou com o meu carro, novo por sinal, e ainda por cima me deixou com a testa sagrando.

Ele comprimiu os lábios e fez um gesto displicente.

— Quanto você quer por isso? — Não dei a mínima pra ele e o medi dos pés a cabeça, o cara com certeza praticava algum tipo de esporte pra ter aqueles bíceps, mas mesmo assim não me intimidou.

Rio sem humor.

— Você acha que pode chegar do nada quebrar meu carro e sair sem mais nem menos? Está achando o quê? — Esbraveja irritado.

— Eu tenho um compromisso agora melhor você agilizar o processo, ou preferi ficar com o cartão do meu mordomo. — Retornei meu olhar a sua conversível.

— Mas é muita falta de respeito e educação da sua parte, caramba, melhor irmos pra delegacia, lá as coisas vão ser bem resolvidas. — Ele bufou irritado, abri um sorriso insano.

— Prazer, sou o Wilson Delaor.— Rio sem humor
— Pode ficar com esse dinheiro.— Tirei do meu porta malas muitas notas, esse dinheiro fica guardado no porta malas pra usos desnecessários como esse agora. O fulano não estava pegando o dinheiro das minhas mãos, joguei dentro do seu carro,  acenei com a mão enquanto sorria igual uma criança que acabou de vencer uma briga, entrei no meu carro e fui embora, com certeza o fulano ficou furioso.

Entortei os lábios.

Torço pra que meu pai não volte tão já, porque se ele vier hoje ou amanhã eu estou ferrado, vou precisar de um bom argumento pra justificar meu péssimo desempenho na faculdade.

Meu celular vibra me obrigado a desviar minha atenção da estrada, era Karine, será que ela não pode me dar um minuto de paz? Affs eu tenho que aturar cada coisa, ignoro sua ligação e retorno meu olhar a estrada, novamente meu celular vibra.

Arg que raiva!!!

Pego o celular e desligo.

Que garota sem noção!

Estava estacionando quando avistei Steyce quase fugindo de mim, se bem que eu não vou deixar isso acontecer antes que ela passasse por mim fui na entrada do corredor e quando ela ia passar correndo tropeçou e Steyce sendo Steyce ficou corada, a segurei antes que ela tivesse um tombo e se machucasse feio, eu não suportaria vê-la machucada, ela é muito frágil.

Droga não acredito que estou a encarando feito um bobo.

— Eu preciso ir... Eu... A sala..  — Ela se perdi na fala e tenta desviar sua atenção dos meus olhos.

— A sala...—  Ela sorriu tímida e encarou seus pés, quase que eu gargalhava alto, reúne todo meu auto controle pra não sorrir feito um bobo.

— Eu vou nessa, nos vemos lá. — Esbocei um sorriso maroto antes de deixa-la.

Ah o que essa garota está fazendo comigo, eu estou eloquecendo, que calor era aquele que eu estava sentindo?
Era como se meu corpo entrasse em chamas.

Entrei na sala de patinação sentindo olhares me queimando, bufei cansado e fui pegar meus patins.

— Vamos mostrar a eles que nós somos a melhor dupla de Nova Iorque.— Falei convencido, enquanto segurava a mão da Steyce a guiando pra o palco, o público vibrou, nesse caso as amiguinhas da Karine que vieram assistir a mini apresentação.

— Relaxe você não vai cair, eu estou aqui pra ti ajudar.— Apertei a mão dela levemente enquanto a encarava firme.

— Obrigada.— Ela sorriu ladino.

— Esqueça todo mundo, okay?— Steyce assentiu nervosa, formavamos um círculo enquanto uma das nossas mãos se seguravam com firmeza.

A música começou, fizemos movimentos lentos no inicio da musíca, os movimentos ficaram mais rápidos ao decorrer da musíca, fizemos movimentos curtos de rotação, alonguei os muscúlos e relaxamos pra que pareça que nosso corpo trema como um choque, Steyce largou minha mão lentamente, ergueu um pé enquanto se afastava ligeiramente.

Essa é a minha garota!

Como o mar se encontra com o oceano foi assim que meus olhos encontraram com os olhos dela. Nos seus olhos me perco como se tivesse navegando num oceano sem fim, consigo enxergar um mistério, uma chama, é algo inédito. Steyce faz um ziguezague com os patins enquanto me encara firmemente com um dos seus pés erguidos e suas mãos afastadas literalmente.