Capítulo 32

104 43 83
                                    

Andrew narrando:

— Você será transferido pra um internato em Nova jersey.— Paralisei no lugar, eu estava ciente de que depois de tudo que falei na noite passada minha madrasta não deixaria barato, aqui está ela segurando minha passagem com um sorriso maroto no rosto.

— Eu não vou a lugar nenhum.— Brandei irritado, quem vai ficar cuidando da minha mãe? Ela precisa de mim, senti um nó se formar em minha garganta e já podia sentir a raiva tomar conta de mim.

— Querido eu e o seu pai vimos que é o melhor pra você...— Ela abriu um sorriso insano e ergueu a sombrancelha.

— Não... Vocês não sabem o que é melhor pra mim. —Vociferei alterado, eles me olharam horrorizados. — Pai... O senhor não pode fazer isso comigo.— O encarei suplicando esperançoso dele não deixar Jessie manipula-lo mas ele não demonstrou nenhuma emoção mas vi que ele se sentia envergonhado diante disso.

— Olha, você tem 18 anos e esses últimos meses você está muito rebelde, é pra seu próprio bem...— Ele abaixou sua cabeça e voltou sua atenção pra o laptop.

— Eu não acredito que o senhor está fazendo isso comigo.— Lágrimas se formavam nos meus olhos. Eu estava muito tenso e nervoso, eu até achei que tirariam minha mesada como sempre faziam quando eu revidava. Mas é algo bem pior eles querem me afastar da minha mãe mesmo eles tendo consciência de que ela tem esquizofrenia.

— Você terá seu próprio apartamento, olha que maravilha, não vai precisar morar no internato. — Por acaso Jessie me acha burro, eu sei muito bem como as coisas funcionam num internato.

— Eu não vou e pronto.— Falo com os dentes cerrados.

— Então é melhor procurar um lugar pra morar.— Jessie sorriu ladino me irritando ainda mais.

Retorno meu olhar pra meu pai.

— Pai... — Clamei por socorro, mas seu olhar vacilou, como ele pode se deixar influenciar por ela pra mi machucar? Logo eu, seu próprio filho, seu primogénito.

Esquizofrenia é uma doença classificada como transtorno mental crônico e atinge 1% da população mundial. E apesar de ser uma doença sem cura ela possui tratamento adequado na clínica de recuperação equizofrenia e eu torço muito pra que minha mãe se recupere logo mas eu sei que isso é quase impossível.

— Eu desde sempre vi o senhor como uma exemplo a seguir, sempre o admirei, eu olhava pra você e falava eu quero ser exatamente assim, mas desde os meus 8 anos percebi o quão fui inocente em achar que o senhor fosse um exemplo a seguir, você me decepcionou, apartir daquele momento eu nunca mais me decepcionava com as suas atitudes eu apenas me surpreendia, por que é assim uma hora a outra nós descobrimos o tipo da pessoa que a gente tem por perto e pra minha decepção você nunca será visto por mim como pai mas sim como um homem sem escrúpulos que destrui a vida de um adolescente.— Suspirei pausadamente, sentindo um nó se formando na minha garganta e prossegui. — E podem ficar com a passagem eu vou embora e não vou precisar disso.

O encarei pela última vez e dei as costas pra eles, sai do escritório, fui pra meu quarto, fui pego de surpresa quando vi três malas colocadas bem perto da porta, comprimi os lábios. A dor é uma mestra cruel, ela cega, revolta, fere no mais íntimo do teu espírito, é difícil lidar com ela.

Fui pra o centro de reabilitação onde minha mãe se encontrava, respirei fundo antes de entrar, deixei o taxista com minhas malas entrei e fui ter com o psicólogo da minha mãe.

— Bom dia senhor James.—Saudei chamando atenção dele, ele estava conversando com um dos pacientes que insistentemente implorava por um pirulito mesmo tendo já cabelos brancos ou melhor já estando bem velhinho.

Meu Primeiro AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora