Meu Primeiro Amor

Capítulo 43

Wilson narrando:

Papai neste momento exala poder e riqueza, o ar sombrio e obscuro paira em sua volta como uma aura protectora. Respiro profundamente e pensando numa maneira fácil de fugir dele.

- Eu estou bem e o senhor?- Ele sorriu escárnio, deixando as rugas no canto de seus olhos visíveis.

- Não foi essa a questão.- Seu rosto estava uma carranca, meu pai tem o poder de causar terror nas pessoas. Os empregados andavam pela sala tentando a qualquer custo não chamar atenção dele, meu pai me mediu dos pés a cabeça e revirou os olhos contrariado. Aproximou-se do sofá e colocou sua maleta e terno sobre ele. Desfrouxou o nó da sua gravata como se estivesse se sentindo sufocado.

- Bastou eu ficar alguns meses fora que você resolve arruinar sua vida. Wilson você não é mais uma criança, você está crescendo, um dia você vai me substituir na empresa...

- E quem disse que eu quero isso? Olha pai, você mal chegou em casa e já está querendo causar confusão.- Falo irritado, me arrependendo mentalmente por não ter ido a faculdade mais cedo. Ele me olhou com uma careta contorcendo seu rosto e revirou.

- Se você fosse responsável eu não estaria aqui discutindo isso com você, mas não Wilson... Você está acabando com minha paciência. As suas notas estão péssimas, como você acha que vai gerir a Apha gás?- Eu odeio saber que meu pai quer decidir tudo sobre mim, até meu futuro caramba!

A escolha tem que ser minha.- Esse grito ficou preso na minha garganta.

- Eu estou me esforçando pra tentar agradar você e a mamãe, eu estou cursando esse curso porque vocês me pressionaram, você sabe melhor  do que ninguém o quanto tenho me esforçado pra não criar contenda com o senhor mas olha...o senhor não gosta  de um minuto de paz, mal chegou da viagem  e quer declarar a terceira guerra mundial. Eu quero saber a quem você puxou este caráter e mau humor, meus avós que não foram.- Meu maxilar tremia, meu pai ficou com a testa franzida, eu nunca tive uma conversa normal com meu pai e nunca chegamos a um consenso pelo simples facto dele querer impor seus ideias em mim. Eu nunca fui bom em química, me formar nisso está sugando minhas energias.

- Ah pelo amor né, não vai começar a choramingar na minha frente. Desse jeito não dá, sua mãe te mimou demais. Hoje temos que ter um conversa séria.

- Pois fique sabendo que eu não estou disponível pra sua "conversa" conversem entre vocês e façam o que acharem melhor. - Trocamos olhares ameaçadores, meu pai odeia que eu o desafie, ou melhor odeia que eu me oponha contra seus ideias.

- Então é assim agora? Não existe mais respeito nessa casa, você faz o que bem entender e quer sair impune, pois comigo não é assim, esta casa é minha e enquanto você estiver sobre meu tecto vai ter que ouvir e obedecer, entendeu?- Engoli em seco sentindo um nó se formar em minha garganta. - Portanto antes que eu perca a postura e te dê um belíssimo castigo vai naquela mesa e senta! Eu e sua mãe precisamos conversar com você AGORA.- Disse ele sua voz beirando a um grito, sabe o que mais me tira do sério, é saber que ele gosta continuamente de me tratar como se eu fosse uma criança sem opinião formada.

Respiro profundamente com vontade de revirar os olhos pra suas ordens e grosseria, mas faço questão de caminhar em sua direção passando por ele sem demonstrar importância pra seu tom grosseiro que me tira do sério.

Me acomodei em uma das cadeiras da mesa e coloquei os braços sobre a mesa, removi meu celular do bolso da minha calça e liguei o aparelho ignorando totalmente a presença do meu pai que estava encostado na coluna do hall de entrada atendendo uma ligação, ele suspirou pesadamente e revirou os olhos.

Passos se movem nas escadas atraindo minha atenção. Mamãe estava maravilhosa, ela parecia uma atriz de televisão. Seu cabelo estava devidamente arrumado, sua maquiagem estava impecável, ela carregava jóias em seu pescoço e dedos. É.. ao menos ela sabia da vinda surpresa do meu pai, fiquei chateado por ela não ter comentado nada comigo.