XXIV - O Resgate

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   O vento frio que golpeava a face mascarada do Ninja dos Mil Jutsus não era suficiente para calar o calor da calma assassina que havia tomado conta de cada instinto do homem. O pássaro de tinta de Sai cortava rapidamente a noite silenciosa e já sobrevoavam a floresta que dividia Konohagakure e Amegakure.

   - Kakashi..? - o aluno chamou, a Hyuuga designado por Naruto estava longe o suficiente para não ouvir a conversa entre eles - Quando salvarmos Akira, porque suponho que você tenha um plano e todos voltaremos vivos, ela será perdoada pelos crimes ou você e Naruto terão que mandar aprisionar sua namorada?

   - Sai... - foi a única coisa que ele obteve como resposta. Uma advertência de que aquele assunto não era bem vindo no momento.

   Ao descerem para a densa floresta, mal enxergavam graças a noite sem Lua que os encobria. Naomi Hyuuga tentava, em vão, localizar alguém por perto. Sem outra alternativa, Hatake afastou-se e rapidamente invocou Pakkun.

   - Yo, Senpai - as palavras do ninken soaram desinteressadas como sempre.

   - Pakkun - o cão ficou alerta com o tom rígido de Kakashi - Preciso que encontre Akira e que faça isso rápido, ela está em perigo.

   - Droga, Senpai. Tá bem. Entendi porque está com essa cara de quem vai pôr o mundo abaixo - Ele começou a farejar, mas, sem o cheiro fresco na memória, não conseguia captar o rastro dela - Venha cá, Kakashi, preciso lembrar o cheiro dela. Deixe eu cheirar você.

   - Certo - Foram as únicas palavras do ninja enquanto ajoelhava-se ao lado do ninken. Quando Pakkun pareceu lembrar-se do cheiro, algo brilhou na mente de Kakashi - Pakkun, porque achou que Akira fosse minha namorada quando a conheceu?

   - Porque você tem um leve cheiro de brasas. Sempre achei que fosse porque você fazia Katons o dia inteiro. Mas, quando vi a ninja, percebi que era o cheiro dela - ele explicou enquanto farejava - E ela também tinha o seu cheiro, pra mim fez todo o sentido.

   - Entendo... - foi a única resposta de Kakashi.

   - Encontrei o rastro, Senpai - pakkun disse, determinado. Detestaria que algo acontecesse a Akira. Fazia tempos que não via Kakashi com aquela expressão e sabia que, se algo acontecesse a mulher, aquela feição seria piedosa perto do precipício onde Kakashi cairia.

   - Certo - o ninja levantou-se para se reunir com os outros dois membros da equipe e, com um olhar mortal, disse em voz baixa: - vamos a caça.

****

   Encostada contra uma das árvores da densa floresta, analisava o movimento ao redor. Seu escudo de chamas envolvia toda a floresta, permitindo-lhe saber que todo o clã inimigo estava ali. Não teria outra maneira, deveria seguir o plano inicial: queimaria tudo em um raio de 5km até que não restasse mais absolutamente nada. Tudo ali viraria cinzas, inclusive ela própria.

   Sentia o crepitar denso de suas emoções e brasas sumirem lentamente para dar lugar àquela calma assassina que tanto conhecia. Para manter a Folha segura, para mantê-lo seguro, daria até mesmo a própria vida. E, quem sabe, dessa forma se libertasse da dor e do peso que sentia. Ou talvez nem assim se visse livre de seus fardos, Akira não acreditava que merecia a felicidade. Não mais. Não depois de magoar todos que eram importantes pra ela.

   Imersa em seus pensamentos, quase não percebeu a ondulação no escudo projetado pela floresta. Não sentia um chakra, apenas um movimentação indo em sua direção. Mais 3 ninjas.

   “Finalmente decidiram atacar? Então vamos brincar”, pensou, desencostando-se da árvore e entrando em modo de ataque.

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Kakashi e Akira - Akai Ito?Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt