XII - Festival

1.4K 155 79
                                    

   Ino estava no closet de Akira, admirada com a variedade dos tecidos e cortes das finas roupas da mulher. Akira terminou o banho e entrou no espaçoso closet com a amiga que parecia prestes a infartar.

   - São lindos, Akira! - ela sussurrou, como se aquilo fosse um templo - E diferentes, não vejo peças como estas por aqui.

   - Eu sou apaixonada pelas roupas do meu país, a maior parte ainda é fabricada a mão. Os artesãos são muito cuidadosos e apaixonados - Akira dizia, com carinho nos olhos: carinho pelo país, pelo que havia deixado para trás - Escolha um, fique à vontade.

   - Sério? - Ino parecia prestes a explodir quando Akira acenou sorrindo - Ah! O Sai vai ficar louquinho quando colocar os olhos em mim.

   - Tarada e apaixonada - Akira disse revirando os olhos enquanto ria da amiga.

   Ino saiu radiante usando um vestido de seda azul esvoaçante que, além de combinar com os olhos, abraçava perfeitamente as curvas dela.

   - Uau - Akira admirou - Foi feito para você. Nunca usei, não parecia combinar muito com meu corpo, mas é perfeito nesse seu traseiro perfeito.

   - EU SEI, ESTOU MUITO GOSTOSA! - ela disse rindo e finalmente focou na amiga - Uau, você não está nem um pouquinho atrás, minha cara.

   Akira usava o vestido que comprara recentemente, mas nunca teve a oportunidade de usar. Ele tinha alças finíssimas e deixava as costas nuas, o tecido dourado brilhava como se todas as estrelas da noite estivessem presas a ele. Havia prendido parte do cabelo com pequenos pentes de dourados o que deixava seu rosto, emoldurado por duas mechas, a mostra: os belos olhos exóticos com um fino delineado e a boca cheia coberta por batom escarlate.

   - Eu, com toda a certeza, te beijaria - afirmou Ino.

   - Droga, Ino! Por que você tinha que ser casada? - Akira brincou - Vamos, tenho que me empanturrar de doces.

   O festival estava lindo, várias barracas arrumadas na rua com decorações de inverno e tanta variedade de comida e bugigangas. Haveria uma queima de fogos mais tarde e aquilo animava Akira, ela lembrava-se das noites de verão e das comemorações em seu próprio país. A conversa com Ino trouxe um sentimento para seu coração, era a primeira vez que realmente sentia falta de casa.

   Ela amava o próprio país, amava o clima e o povo, e sentia falta daquilo, sentia falta de casa. Não do lar, não sentia como se já tivesse tido um lar, um lugar que fizesse o coração cansado dela repousar. Quando mais jovem, ela viajou por todo o próprio Continente em busca daquilo: de um lar, do lugar onde o coração dela pudesse descansar. Entretanto, mesmo que tenha realizado coisas incríveis e conhecido muitas pessoas, jamais sentiu-se em um lar. Por vezes, pensou em atribuir isso a falta de seus pais, mas não tinha certeza se o coração inquieto dela sentia-se calmo na presença deles. Pensava que era jovem demais para lembrar-se, afinal.

   Sempre quis explorar o resto do mundo, para que pudesse confortar o coração. Achava que encontraria isso desse lado do mundo, quando ouviu sobre a Vila da Folha, sobre os heróis da guerra que poderiam entender como ela se sentia e sobre os ninjas que lutavam para proteger a família que construíram, a Kunoichi pensou que talvez pudesse encontrar um lar em Konoha. Mas o coração dela apenas parecia mais agitado em alguns momentos, ela sentia-se meio perdida, não sabia mais o que ou onde procurar. Não entendia como podia sentir falta de algo que nunca teve.

Kakashi e Akira - Akai Ito?Onde histórias criam vida. Descubra agora