Capítulo 4

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Thalita olhou para os colegas mais próximos.

Nenhum apoio.

Todos se comportavam como ovelhas seguindo para o abate.

Voltou-se para o palco.

Lá estava o responsável pela administração do campus, embora se mostrasse preocupado, divertia-se com o animador bombado e cheio de esteroides.

Contrariada, Thalita encaminhou-se, lentamente, de volta aos assentos.

Próximo! — Berrou Nathália, forçando Thalita, involuntariamente, a deixar seu lugar na fila.

A garota de cento e sessenta centímetros de altura, cabelos castanhos claros e levemente avermelhados, franzina de corpo, sentia-se bem menor agora. Reduzida a uma mera marionete do sistema corrupto da universidade. Seu rosto ovalar hexagonal, desenhado como o de uma boneca de porcelana, queimava em tons de vermelho por causa da raiva que nutria enquanto arrastava-se na direção das poltronas.

Ela parou próxima de onde esteve sentada na última hora.

Observou sem interesse a fila que se estendia até o palco.

Depois para os sete, sentados. Em seus lugares, ignoravam àqueles que saíam.

Provavelmente eles deveriam ser os melhores alunos do curso, com exceção do rapaz jogando ao celular, um pouco atrás da fileira em que esteve sentada.

Não havia muito de um advogado naquele sujeito.

Mesmo assim, quem são eles?

Por que estão ali?

O que esperam aprender em um jogo idiota?

Ou será que descobriram algo que ela ignorara saber nas semanas que antecederam o início das aulas?

Esteve tão preocupada com a ementa curricular que se esqueceu das convenções sociais da universidade.

Aliás, ela realmente chegou a acreditar que poderia fugir do trote ilesa?

Sentia-se uma idiota.

Infantil!

No entanto, se aqueles que pareciam ser os nerds do direito iriam concorrer, talvez ela não devesse ficar para trás.

Talvez aquilo não fosse uma total perda de tempo, afinal.

Ainda mais que o reitor parecia estar bem à vontade ao lado do tal de Bruno. Seguramente deveria apoiar tal evento, ademais, sabia que é inútil argumentar contra as convenções sociais quando todos as consideram normais.

Ela esforçava-se para aceitar que de nada adiantaria apenas ela discordar, não iria mudar tais opiniões já formadas e estabelecidas, apenas gastaria saliva.

O troteOnde histórias criam vida. Descubra agora