Capítulo 24

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Na manhã seguinte, Thalita mostrou à Letícia suas descobertas. E, claro, contou seu plano femme fatale.

Como as sereias na mitologia, usaria seu canto e sua inteligência para atrair e usar um homem. O enorme ego de Ian, aliás, facilitava demais a missão da garota.

Apesar de nerd e passar a maior parte do tempo livre dentro dos livros, o rapaz sempre se mostrou muito popular, principalmente com as meninas, aproveitando-se do rosto de príncipe de conto de fadas e de suas notas altas, para atrair a atenção delas. Sua única falha, como Dom Juan, até então, fora Thalita. E seria esse o ponto-fraco a ser explorado pela futura advogada.

Thalita havia respondido à última mensagem do rapaz, enviada por ele um dia depois de ela sair do hospital, e este não perdeu tempo para continuar a conversa. Enchendo a caixa postal da garota de perguntas e elogios.

Thalita nunca gostou de responder interrogatórios, era ela quem fazia as perguntas.

Na tentativa, frustrada, de fazê-lo parar com os recados infinitos, ela aceitou almoçar com ele, na praça de alimentação do campus, naquela tarde. Ian, claro, tentou mudar "o encontro" para um restaurante, ele preferia um ambiente menos barulhento e mais romântico. Tudo que ela não queria, confundir sua missão com romance.

No entanto, ele sabia que já havia conseguido uma inigualável conquista, por isso deveria conduzir a situação com cautela. Se realmente quisesse alcançar o coração da garota mais inteligente e linda que conhecera, faria isso aos poucos.

Seu erro, no ensino médio, foi empolgação e autoconfiança demais.

Thalita, com certeza, não era uma menina comum, e não deveria, novamente, tratá-la como uma qualquer. Iria ganhar sua confiança. Daria a ela alguém confiável, para, em seguida, mostrar-se o homem perfeito para aquela mulher perfeita.

Gradativamente, e muito lentamente, se necessário.

Mesmo que para isso investisse os próximos seis meses naquela conquista. Se após esse meio tempo, ela continuar irredutível, daria às suas dezenas de pretendentes outras chances. Afinal, a fila anda, e Thalita, apesar de ser única, não deveria ser a única para ele.

Quando ela finalmente chegou, e acompanhada de Letícia, Ian já estava, em uma mesa à parte com uma rosa vermelha dentro de um copo. A duas mulheres sentaram-se ao mesmo tempo.

— Oi!? —soltou Ian, como vinha ensaiando desde que recebeu o torpedo de Thalita, mas nem tudo saíra como planejado. Quem era aquela com sua princesa!?

— Oi, Ian — iniciou Thalita, decidida a acabar logo com aquilo, afinal, seu canto de sereia havia atraído o marinheiro, agora era lançá-lo contra as rochas. — Que bom que já está aqui...

Thalita havia sentado de frente para o rapaz, que se mostrava nitidamente incomodado com a presença da outra moça, postada à sua direita. Então cuspiu, tentando ser o menos ríspido possível:

— E quem é sua amiga!?

— Isso não é importante agora...

— Que isso, Thalita — interrompeu a companheira, estendendo a mão para o rapaz. —Letícia, a melhor amiga.

— E o que faz aqui, Letícia? — averiguou Ian ao beijar a mão da enxerida. — Pensei que esse encontro seria menos, como posso dizer... Populoso.

— Iapôis! — continuou ela, indiferente — mas ao dar fé em como a Thalita ficou agoniada para rever você, cabra, alguém precisava estar aqui para evitar que se arregasse de minha amiga.

O troteTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang