CAPÍTULO XXVIII

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Boa leitura!

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Uma semana havia se passado e as coisas pareciam estar melhorando para Jaemin. A cada dia estava mais familiarizado com o novo local de trabalho e tinha que confessar que era mil vezes útil ali do que quando trabalhava em um pequeno mercadinho — mas não menosprezava, lembrava bem de onde saiu e isso também era um trabalho do qual deveria se orgulhar, mesmo passando muita raiva.

Sua relação com Jeno andava boa e saudável, embora às vezes entravam em conflitos,mas sempre arranjavam um jeito de se entenderem, afinal,não era brigas sérias, apenas bate-boca. Mesmo não tendo uma relação específica,onde poderia ter certeza do que eram,Jaemin se sentia bem assim — se sentia bem em saber que a companhia e a atenção que Jeno lhe dava era o suficiente — e com todas as diferenças se davam bem.

Quanto aos pais, Jaemin mantinha contato com a mãe as escondidas,já que estava proibido de entrar  em sua antiga casa ou manter contato com sua progenitora, o que não adiantava muito, já que a mulher sempre arranjava um jeito de ligar para ele de vez enquanto. Se mantinha informada sobre tudo o que Jaemin fazia desde que foi embora, sabia de sua relação com o Jeno e ele se lembrava bem de suas palavras suaves: "Se ele te faz bem e você o ama, apenas seja feliz. Eu falhei uma vez quando não te defendi e não tive coragem de enfrentar seu pai... Não posso falhar de novo. Eu não posso te perder outra vez. Eu não suportaria". Era um vazio que preenchia seu coração, estar longe de seu filho, angustiada sem saber o que fazer e como reagir, mas sabia que Jaemin era maduro o suficiente para seguir sua vida no mundo, sem estar debaixo de suas asas. Afinal, os filhos nunca são dos pais e precisam voar algum dia.

Todos os dias Jaemin sentia falta de sua mãe, chorava silenciosamente todas as vezes que pegava a foto e olhava para o sorriso doce e brilhante da mulher que segurava um lindo bebê em seus braços. Era mãe de primeira viagem e ele era seu único filho, seu  jeito materno e protetor falava por si só ao sorrir e segurar o pequeno em seus braços. Não era como se estivesse infeliz com Jeno, pelo contrário, Jeno fez coisas por ele que jamais ninguém fez e demonstrava seu amor e respeito sempre — mas era diferente, Jaemin sentia falta de calor materno, de se sentir criança novamente enquanto se acolhia em seu abraço quente e doce como sempre, sentia falta de ser cuidado, mesmo sendo já um adolescente crescido,entrando para a fase adulta. Ele só queria ser amado e ter o apoio de sua mãe, a única que o apoiava. Sempre pensou que os pais fossem o pilar dos filhos, mas com o tempo percebeu que nem todos amam ou desejam o melhor para seus filhos, assim como o pai de Jaemin que estava muito bem sem ele.

— No que está pensando, Nana? — Jeno apareceu com um pote de sorvete,sentando espaçoso no sofá, ao lado de Jaemin, colocando seus pés em seu colo.

— Nada demais. Estou preocupado com minha nota. — Ele suspirou. Em partes isso era verdade, isso era outra coisa que estava enlouquecendo Jaemin.

— Quando sai o resultado?

— Daqui dois meses no máximo. Demora. — Suspirou. — Por isso estou tão ansioso. Acho que não passei.

— Você tem que parar com esses:"acho" e  confiar mais em você, Jaemin! Tenho certeza que você passou sim! — Jeno diz positivo se aproximando de Jaemin. — Abra a boca e pare de falar demais. — Ele diz dando sorvete na boca para Jaemin que acaba sorrindo com o ato.

— Somos o quê? Namorados? — Sem perceber Jaemin acabou soltando o que tanto evitava.

O telefone começou a tocar e então Jeno teve que se levantar. Depois de alguns minutos ele volta e se deita no colo de Jaemin, olhando para seu rosto.

— Desculpe, não estava prestando atenção. O que você disse?

— Não é nada. — Jaemin sorriu sem jeito, sentindo seu rosto corar. – Você pensou mesmo que o Jeno fosse tocar nesse assunto? Ele não quer compromisso com você, não crie expectativas. Sofrerá menos, Jaemin.

O filho do Pastor  ⋆  Nomin Where stories live. Discover now