CAPÍTULO LXXXV

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⚠️ Aviso!⚠️

O capítulo a seguir aborda assuntos sensíveis. Se afetar seu psicológico ou dar gatilho, favor não leia. Saiba que se continuar, será por sua conta e risco.

Boa leitura!

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A primeira noite naquele moquifo foi horrível para Chenle. Além de ainda estar amarrado na cadeira, ele não havia dormido bem. Na verdade, ele não dormiu em nenhum momento, apenas tinha cochilos bem leves por causa do cansaço, mas acordava rapidamente assustado e com o coração acelerado de medo. Porque agora ele sabia que estava em mãos perigosas e temia muito por sua vida — ou melhor, porcentagem dela, já que Mark fez questão de destruir com o resto e com seu psicológico. Agora não restava nada para Chenle sentir: apenas ódio e sofrimento.

Seu corpo estava horrível. Ele estava com a blusa clara toda cheia de sangue por causa do corte que havia dado em sua testa e apenas de box. Muito deplorável e jamais pensou que na vida passaria por tanta humilhação e sofrimento por nada. Ele se perguntava dentro de si porque estava passando por tudo aquilo, já que nunca fez mal a ninguém e nunca teria coragem de machucar ninguém. Ele só havia terminado uma relação tóxica e decidido continuar ao que era antes. Isso era errado também? O destino estava o castigando por isso também? Ele não merecia ter a felicidade em seus braços e desfrutá-la como seu irmão e amigos?

Por que só eu passo por esses momentos inúteis? Eu me sinto um lixo.

Lágrimas dolorosas e salgadas rolam sem parar de seu rosto, causando pequenos sons dolorosos de seus lábios. Muita dor, ele estava sentindo dores em todos os lugares físicos e psicológicos. Seu coração doía, sua mente estava uma bagunça, ele se sentia miserável e as vezes chegava a preferir a morte do que passar mais um momento sendo torturado por Mark como um animal irracional.

Se ele me ver assim, vai sentir nojo de mim. Ele vai se afastar. Eu sou miserável. Muito miserável. Ele não vai me amar quando me ver assim, se eu sair dessa... Se ele souber de tudo, ele vai me deixar porque saberá que fui usado de todas as formas e tratado como nada.

Mesmo em meio a dor, ele só conseguia pensar em Donghyuck e em como seria se o homem descobrisse tudo. Parte dentro de Chenle clamava e implorava por ele. Pedia para que ele pudesse vir atrás de si e ser seu salvador. Mas Chenle sabia que isso seria algo impossível, porque até então, ninguém sentiria sua falta e quando se darem conta, jamais vão encontrá-lo.

— Eu te trouxe comida. — Mark diz entrando no cubículo com sacolas nas mãos se aproximando de Chenle. — Vê como eu sou bom para você? — Ele sorri e logo fica sério ao ver que Chenle chorava silenciosamente. — O quê foi agora? Vai ficar só chorando? Parece a porra de uma menina. — Ele diz arrastando o banco e se sentando de frente para Chenle, abrindo o pote de sopa. — Vamos, coma. — Ele diz levando a colher na boca de Chenle, mas rapidamente o garoto vira seu rosto se negando a comer. Ele não queria nada. Não tinha apetite e nem vontade de viver. — Vai mesmo se fazer de difícil? Não vai mesmo comer? Eu não quero que passe mal e tenha que te levar ao hospital. Se você passar mal, vai ficar por isso mesmo. — Ele diz alimentando Chenle a força. — Porque eu não vou te levar até lá, até porque estamos a quilômetros e quilômetros longe da cidade. Então, você não está em posição de negar algo aqui.

Sem escolhas e já tremendo por medo do que poderia acontecer se desobedecesse Mark, ele apenas abre a boca se permite ser alimentado. Tudo estava tão ruim que não sentia nem o gosto da comida. Era tudo amargo e sem sabor.

— Ótimo, bom garoto. — Ele sorri ternamente de forma serena limpando gentilmente o canto dos lábios de Chenle. Abrindo a garrafinha de suco e levando até seus lábios. — É o seu sabor favorito.

O filho do Pastor  ⋆  Nomin Where stories live. Discover now