CAPÍTULO XXVI

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Boa leitura!

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Na casa de Yuta, a manhã começou tensa — estava com sua mente cheia, pensando seriamente se falaria com seus pais sobre sua sexualidade e sobre o garoto que estava amando. Não era algo que desejou, aconteceu e agora se via perdidamente apaixonado por Chittaphon. Ele o entendia, o alegrava, sempre estava ao seu lado e mesmo tudo entre eles tendo acontecido em um curto período de tempo, eles não se importavam com isso; pois o amor e carinho que uma pessoa sente pela outra não é medido por tempo e sim pela química e sentimento de ambos — nunca foi de se importar com as coisas ou sentir receio,mas naquela manhã em especial, ele estava com muito medo, até porquê seria um choque para seus pais. Um homossexual na família já era muito, dois já era demais e Nakamoto sabia que mesmo respeitando,eles não estavam felizes e só estavam ao lado do filho em suas escolhas porque era papel de ambos como pais.

Chittaphon já havia conversado bastante com Yuta sobre suas verdadeiras intenções, tanto que quando resolveram dar um passo a mais na relação indireta, o garoto disse que desejava ser seu namorado e cuidar dele para sempre; então, Yuta não pensou duas vezes em aceitá-lo como seu namorado. Sua relação não era diferente da de Jaemin com Jeno, ambos se gostavam e ficavam,mas nunca falavam sobre namoro e Nakamoto não iria dizer nada — até que finalmente Chittaphon deu um passo, já que desejava isso há muito tempo,mas teve medo de estar sendo precipitado.

Ele estava a par de toda a situação, do receio e medo de Nakamoto e sempre mandava mensagem quando podia, o acalmando com palavras de conforto,o encorajando.

Chitten: você não precisa correr para contar as coisas
Eu sempre vou estar ao seu lado ;)

Ele sorriu ao ler a mensagem e então colocou o aparelho dentro do bolso da calça, pegando sua mochila que estava em cima da cama. Respirou fundo antes de abrir a porta e caminhar lentamente pelo corredor. Nunca desejou que o chão o engolisse para que não passasse por um momento constrangedor. Aquela cena ele conhecia bem e iria se repetir, até porquê, quando viu pela primeira vez, sentiu o desconforto do irmão ao falar sobre seus sentimentos e finalmente se assumir.

— Bom dia, querido. O que aconteceu? Você está sério. — A mãe diz após um sorriso, terminando de colocar a mesa. Seu pai já estava sentado na mesa lendo o jornal da manhã.

— Tem algo que deseja contar? — O homem indagou ao perceber o desconforto do filho.

Nakamoto engoliu seco e se sentou,olhando fixamente nos olhos do pai, mirando em sua mãe em seguida.

— Tenho sim e é melhor eu falar de uma vez... Antes que chegue até vocês de forma errada e eu não quero isso. — Ele diz seriamente,nem mesmo estava interessado nos alimentos deliciosos que estavam em sua frente.

— Pode dizer. — A voz mansa da mulher aquece o coração de Yuta, mas por um momento ele sente medo de tudo mudar drasticamente.

— Bem... — Ele respira fundo, jurando que sofreria um infarto naquele momento. Seu sangue já fervia e seu coração se apertava. Estava tenso, até seus músculos estavam duros. — Eu tenho uma confissão a fazer sobre mim e eu já não sou mais uma criança, tenho consciência dos meus atos e do que realmente quero. Pai, mãe. — Ele olha seriamente para ambos, apertando suas mãos. Ele estava tão tenso. — Eu sou homossexual, estou amando um homem e antes que vocês briguem comigo, ele é legal, cuida de mim e sempre me respeitou. — Naquele momento sua mãe deixou o prato cair no chão e o homem ficou estático,como se tivesse virado uma estátua. Estavam surpresos. Não imaginavam que o filho mais novo também sentiria atração por homens. — Eu gosto dele e tudo bem se vocês não aceitarem, eu só peço que me respeitem, o respeitem e respeitem minha escolha... Eu imploro. — Ele abaixa o olhar, olhando para suas mãos,já prevendo o que sairia. O medo era real, só queria que tudo terminasse de uma vez. Por que a parte de se assumir e dizer o que realmente sentia era a mais difícil e cruel? Porque por ela, sua vida pode mudar e sentimentos podem surgir,assim como memórias: boas ou ruins — ambas marcantes.

O filho do Pastor  ⋆  Nomin Where stories live. Discover now