CAPÍTULO XLVIII

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Boa leitura!

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Os dias se passaram depressa e logo Jaemin já havia iniciado uma nova fase de sua vida - a faculdade. As vezes se sentia nervoso e confuso diante de todas as coisas, pois para ele tudo era muito novo e estranho. Sempre cresceu em uma cidade não muito grande, em um bairro pequeno, mas aconchegante e sempre frequentou escola pública. Tinha consciência de que faculdade era totalmente diferente do ensino médio, que querendo ou não te ajudava nas situações, ali sendo adulto, era ele por si mesmo.

Mesmo com tudo isso, no fundo Jaemin estava muito feliz de estar com Jeno, ao lado de quem ama, conquistando aos poucos o que sempre sonhou. Ele estava atento de que se isso não acontecesse, provavelmente hoje ele estaria trancado dentro de casa lendo a bíblia ou trabalhando no mercadinho do bairro - não que isso fosse ruim, porque antes de se perder completamente, Jaemin gostava de ler e de trabalhar no local com sua amiga, que hoje já não trabalha mais lá. Mas verdadeiramente Jeno estava certo, com seu pai no encalço,controlando seus passos e tentando moldar ele com base em sua ótica para um 'filho ideal', Jaemin de fato nunca iria aprender a ser independente, nunca iria ser feliz e conhecer coisas novas.

Ele queria mesmo ter uma boa relação com seu pai, do fundo do seu coração, porque no final, ele ainda continuava sendo o seu pai, mas não negava que estava chateado por tudo e que virou seu alvo de críticas, ódio e até mesmo sendo ' des-herdado' por ele, por causa de seu preconceito estúpido de não aceitar as pessoas como são. Mas já que era assim, infelizmente não podia fazer nada e nem tentaria mais, mas ainda assim continuava mantendo contato com a mãe frequentemente. As vezes sem assunto, ele ligava apenas para saber se ela estava bem ou se o pai não estava a agredindo mais - porque Jaemin bem sabia que depois que ele havia descoberto sua homossexualidade, ele descontava tudo em sua mãe, a agredindo fisicamente e verbalmente, a culpando e dizendo que ela não era uma boa mãe e por isso seu filho preferia estar embaixo de um homem do que com uma mulher.

Jaemin estava feliz porque mesmo as primeiras semanas na faculdade sendo estranha e difíceis, ele acabou fazendo um amigo e o seu jeito lembrava um pouco de Yuta, fazendo ele se sentir mais aconchegado e confortável com a amizade. Seu nome era Zhong Chenle e ele não era dali, por ser chinês, ele estava na Coréia apenas para estudar e ao terminar o curso, se tudo desse certo, ele voltaria para a China. Ele só era um ano mais novo do que Jaemin, mas isso foi o suficiente para o acastanhado amar e ficar todo inchado ao saber que pela primeira vez, ele era o mais velho e o 'hyung' de alguém.

Ele tinha os cabelos tingidos de loiro, quase branco, sua pele branca e macia, seus lábios vermelhos e cheinhos, seus olhos atraentes e seu jeito era animado e um pouco doce - mas as vezes ele era bem sério e irritante - verdadeiramente é um garoto bonito e atraente.

- Chegou em cima da hora! Veio com seu namorado? - Chenle perguntou ao vê-lo se sentando ao seu lado, colocando a mochila em cima da mesa, coçando os olhos em seguida.

- Oi, Chenle. Quase perco hora hoje, porque o adorável do meu namorado desligou o despertador e ao invés de me chamar, ele me prendeu nos braços e continuou a dormir. - Ele diz irritado bocejando em seguida. - Ótimo dia, não acha? E ele teve que me trazer ou eu o mataria!

- Dá pra ver que vocês se amam mesmo. - Ele ri e logo abre o caderno. - Como vocês se conheceram?

Jaemin demorou um pouco a falar ao se lembrar de seu passado, mas ele não tinha vergonha de nada e agora que considerava Chenle seu amigo, não tinha motivos para esconder isso.

- Na igreja. Assim, eu sou filho de um pastor e o Jeno frequentava a igreja a força por causa dos pais e ele meio que também aparecia lá só por minha causa, mas eu não sabia. Meu amigo meio que desconfiava, mas eu pensava que era apenas conversa fiada dele, porque ele sabia que eu não ia muito com a cara dele, então eu pensava que ele estava apenas querendo me provocar. - Ele suspira abrindo o caderno. - Mas não, era verdade e meio que tudo aconteceu mesmo depois que ele me beijou a força atrás da igreja. - Ele sente um rubor em suas bochechas ao se recordar. Aquelas memórias ainda eram tão vívidas em sua mente que Jaemin poderia sentir outra vez o hálito forte de eucalipto que emanava dos lábios de Jeno e do gosto de seu beijo. Intenso e bom... Chenle aquela altura já estava boquiaberto, mas bastante interessado no assunto, afinal, não é todo dia que alguém te conta que foi beijado atrás da igreja. - E depois disso, meu ódio por ele só aumentou,eu realmente me senti um pecador depois de tudo. Então, meu pai me obrigou a dar aulas bíblicas pra ele, porque esse loiro safado fez questão de mentir para o meu pai que queria aprender mais sobre isso, apenas para passar mais tempo comigo. Nisso, a gente continuou brigando e se dando mal. Até que meio que eu percebia que meus sentimentos estavam mudando e que ao invés de ódio, eu estava me sentindo estranho e muito atraído por ele. Eu queria vê-lo, estar com ele a todo momento, beijá-lo. Eu realmente sentia um desejo carnal absurdo com ele. As vezes, só dele estar perto de mim meu coração já se acelerava e eu ficava excitado. Mas tudo mudou e sei lá, muito rapidamente... Meu pai descobriu que eu meio que gostava dele porque graças a alguém que viu a gente no parque falou para o meu pai. Ele não suportou isso, e me expulsou de casa.

O filho do Pastor  ⋆  Nomin Onde as histórias ganham vida. Descobre agora