Capítulo 22

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🟥ATENÇÃO 🟥 AVISO DE GATILHO🟥 AVISO DE GATILHO🟥 AVISO DE GATILHO🟥

Eai gente? Quem sentiu a minha falta? Haha. Fiquei MUITO tempo sem postar mas finalmente algo me agradou, aliás, o último capítulo já tá escrito também e será bem curtinho já que é só um prólogo, mas esse, ESSE meus querides, esse é o capítulo mais longo que já escrevi nessa história, por isso espero muito que gostem e comentem e favoritem. O favorito é se gostaram mas os comentários servem para críticas construtivas também, certo?

Esse capítulo terá algumas cenas que considero gatilhos então peço que se você for sensível leia com calma, sua saúde é prioridade.
Bem gente, eu queria falar mais pois estou morrendo de saudades de entregar para vocês mais um capítulo (se tiver erros na escrita me perdoem, praticamente terminei agora e já tô postando), porém vou deixar que apreciem a história do penúltimo capítulo de Doce Ácido.

Obs: em via de uma leitora ter dito que ler tudo junto a incomodava estarei separando os parágrafos aqui, posteriormente vou separar dos capítulos anteriores também, apenas isso.
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Katsuki estava nervoso, não, nervoso era pouco, suas mãos tremiam a medida que o tempo passava e seus amigos e a família desses amigos entravam, deixando sua casa, que já era pequena, ainda mais apertada, lembrando-o das correntes ao seu redor quando foi sequestrado, do calor queimando sua pele quando salvou Akane, da noite em que se deitou com Kirishima e acabou em um hospital no outro dia, e em várias outras vezes em que fora obrigado a tocar outra pessoa. Quando notou sua respiração já estava pesada e ele fugia para o quarto dando a desculpa de quê precisava ir ao banheiro. Tanta gente, tanta gente em uma casa pequena, abraçando, apertando as mãos. Olhou para as próprias mãos lembrando-se que fora cordial com todos os que entravam e tocava-os em cumprimento, suas mãos não estavam vermelhas, tampouco ardiam, porém o incômodo estava lá, formigando por debaixo de sua pele e enviando medo para todo o seu corpo. Queria xingar, gritar, explodir a próxima pessoa que ousasse abraça-lo, pois os amigos não faziam isso, mas naquela noite ele os abraçou e sorriu de forma que os surpreendeu e instigou para não pararem mais, queria chorar de agonia, tanto que soltou um soluço estrangulado e cobriu o rosto com as mãos. Sim, ele que tinha proposto aquilo, sim, sentir apenas aquilo era leve comparado ao que sabia que podia chegar, sim, ele estava feliz de ser apenas aquilo, entretanto não conseguia se controlar, e não ter controle sobre seus próprios sentimentos o deixava tão sem chão que abria espaço para que o medo apenas aumentasse. Por que nasceu daquela maneira? Por quê? Por que fora amaldiçoado a não conseguir fazer algo que humanos são tão biologicamente dispostos a fazer como interagir com outro da espécie? Um erro, ele era um maldito erro.

  - Katsuki - A voz do marido soou por detrás da porta de madeira do banheiro, tirando o loiro de seus pensamentos e fazendo sua visão voltar a focar em sua imagem no espelho. Quando tinha começado a chorar? - Amor, tudo bem? - Ele tentou responder, mas sua voz travou na garganta e outro soluço sufocado saiu - ... Amor, abre a porta? - Pediu em voz suave e foi atendido, logo estava ele próprio trancando a porta para logo depois segurar os fios do parceiro em um carícia leve que não se atrevía a descer por seu corpo, afinal, ali era o único lugar que o outro aceitava ser tocado sem problemas, e no momento não podia arriscar passar do limite, mesmo que o limite, para ele, já estivesse mais amplo - Podemos dar uma desculpa e acabar com a festa, sabe disso - Sorriu - Posso pedir pro Katsuo fazer uma bagunça, não precisa se forçar - Realmente estava pensando em expulsar todos dali desde que o marido deixou a sala há cinco minutos, e não foi o único, Katsuo, por mais que estivesse se divertindo com Akane e as outras crianças, o chamou e disse que podia fazer a festa acabar se seu pai estivesse passando mal. Não arriscaria a saúde do marido de novo, nunca mais, perdeu um pedaço de si quando a mariposa voou ao seu redor enquanto Katsuki estava internado, um pedaço de si que não voltou mesmo quando o outro abriu os olhos, um pedaço ainda jovem e descuidado que guardava o resto de sua infantilidade, não queria perder mais nada, muito menos quem amava.

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