Capítulo 6

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Cara, eu realmente me esqueço de postar aqui também, não só no Spirit, por isso tem alguns capítulos atrasados, mas aqui está o capítulo 6.
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Katsuki acordou sentindo o corpo inteiro doer, sua cabeça pesava como uma rocha e sentia como se sequer tivesse dormido. Quando tentou levantar gemeu de dor e voltou a posição de antes, se encolhendo por debaixo do lençol sem se importar que sentisse seu corpo em chamas. Em chamas… notou que estava com febre, claro que estaria, foi muito além do seu limite na noite anterior, seu corpo deve considerar que ele tentou se matar e está tentando se curar, não podia ficar com raiva dele, mas podia ficar com raiva de sua mente por entender que estava machucado mesmo não sendo verdade. Sabia que depois de se forçar a suportar iria melhorar muito o quanto poderia tocar Kirishima, e não apenas ele, isso influenciaria coisas importantes como sua eficiência como herói, e apesar de saber que não deveria reclamar de ficar acamado por apenas um dia, não seria ele se não reclamasse.

Com o pé buscou o corpo do ruivo, sua vontade era de o acordar chutando para fora da cama, todavia a conteve em nome da boa convivência com o marido. Chutou diversas vezes o marido até que este finalmente acordasse.

  - Amor? - O ruivo resmungou - Acordou cedo.

  - Não tem como não acordar sentindo essa dor, vai comprar remédio contra dor de cabeça e que abaixe a febre, se eu levantar desmaio - A voz soou baixa apesar de firme. Era nítido o cansaço no rosto do loiro, seu rosto corado, o suor que descia por sua testa, as bolsas enegrecidas abaixo dos olhos e as pálpebras quase totalmente fechadas. A preocupação do ruivo foi imediata.

  - Febre? - Se sentou tocando a testa do parceiro, a pele dele ardia - Merda Katsuki, isso foi por ontem, eu disse para não se forçar, eu deveria ter parado, eu deveria ter parado quando chorou, merda, me perdoa - As lágrimas escorreram pelo rosto do ruivo, a culpa o corroeu, era a primeira vez em oito anos que via o marido naquele estado e saber que a culpa era sua fazia que se sentisse a pior pessoa do mundo.

Por outro lado, Katsuki não culpava o marido, nem ele, nem a si próprio. Uma vez tinha procurado especialistas para se tratar e em todas as vezes acabava em crise, uma vez tão séria que foi preciso que usassem calmante antes que ele explodisse alguém. No fim a própria médica disse que o melhor tratamento para ele era lidar aos poucos com isso ao longo dos anos junto a Kirishima, já que ele conseguia ao menos o tocar por certo tempo. O que tinha feito na noite anterior violava seu tratamento, fôra violento demais com o próprio corpo e sabia disso, todavia não se arrependia, estava farto de conviver com aquela fobia, não apenas por querer experimentar a experiência sexual, convivia bem com o marido mesmo sem ela, ia além disso, envolvendo seu trabalho e outras relações sociais. Em via disso não conseguiu ficar neutro vendo o marido se culpar.

  - Kiri olha pra mim - Com certa dificuldade por sentir o corpo pesado, segurou o rosto do marido. Sentiu latejar mas não doeu ou ardeu - Não é culpa sua, eu quis, lembra disso? Eu pedi para continuar, eu gostei.

  - Tu priorizou meu desejo ao invés de a si próprio, e não negue pois sei que faria, você fez isso, eu devia ter parado, não devia ter cedido, sei como é impulsivo e quando mete algo na cabeça não para, eu.. eu…

A raiva que o loiro sentiu fez com que realmente agisse impulsivamente, acertando um tapa no rosto do ruivo. Logicamente seu estado físico não permitiria que o tapa fosse forte mesmo se quisesse, fazendo que o tapa fosse mais barulho que impacto, porém surtindo o mesmo efeito de fazer o marido se calar e o olhar surpreso.

  - Não se atreva a falar como se eu não pensasse direito no que faço, eu quis, entendeu bem isso? Não foi apenas por você porra, estamos juntos a oito malditos anos, se isso fosse uma prioridade teríamos terminado no primeiro dia quando dormi na sua casa, mas não, isso nunca foi e sinceramente, mesmo que eu me cure jamais será uma prioridade, não me trate como um idiota, muito menos quando está falando do meu corpo, eu sabia as consequências e o fiz, entendeu? Agora pare de se culpar e vai comprar a merda do meu remédio - Finalmente a raiva sumia da sua voz e a mão que antes havia acertado um tapa no rosto do parceiro, agora acariciava o mesmo local - Sei que se culpa, sei que odeia me ver assim, mas por favor entenda que quando se trata de nós eu jamais vou agir impulsivamente, certo?

Doce ÁcidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora