Capítulo 9

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Eijiro pensou e repensou, poderia fazer algo fofo para pedir desculpas se Katsuki não fosse Katsuki, porém era, então chegou a conclusão que apenas necessitava pedir desculpas naturalmente e com ele calmo. "E que ele ainda não tenha posto a minha culpa em cima de si".

Esperou até já ser o horário em que o marido dormia, com cuidado abriu a porta e foi até a cama. Esse cuidado apenas para encontrar Katsuki ainda acordado, envolto de vários lençóis, encolhido, ainda com algumas poucas lágrimas descendo do olhar perdido em uma parede. Os olhos de sangue só o olharam quando já estava sentado na cama. Doeu não ver mais raiva naqueles olhos, o único sentimento ali era mágoa e medo.

  - Me desculpa - A voz do loiro soou rouca, provavelmente dos soluços de outrora.

  - Sabe, eu amava quando jogava a culpa de tudo em mim ao invés de se culpar - Brincou com uma meia verdade e Katsuki sorriu brevemente.

  - Eu ultrapassei meu limite e agora está com medo de me tocar, entendo isso… Eu não deveria ter feito aquilo, eu devia… Oh merda, Kiri, por favor apenas não me deixe - Outro soluço cortou sua garganta.

  - Eu prometi que ficaria contigo não importa o quanto fosse complicado, não seria másculo deixar uma promessa de lado, não é? - Hesitante, segurou o rosto do parceiro com ambas as mãos e com os polegares enxugou as lágrimas insistentes - Não precisa pedir desculpas, eu que peço, aquilo não foi um erro e transformei em um. Não ultrapasse mais seus limites mas saiba que me orgulho do que fez, poucas pessoas se superam daquele modo - Ambos confortaram um ao outro com um leve sorriso.

  - Que gostoso - O loiro fechou os olhos apreciando a leve carícia em seu rosto - Não tá queimando, é apenas… morno.

  - E isso? - O beijo foi lascivo, retribuído em igual intensidade pelo loiro.

Não queimou, foi um pouco incomodo porém não queimou, o calor que se espelhou pelo local fôra até agradável, ganhando o incomodo anterior.

  - Me perdoe amor, pode fazer isso?

  - Talvez eu possa, cabelo de menstruação, apenas se me der outro desses.

  - Limites, não se esqueça - Apesar da repreensão, puxou o rosto do loiro para outro ósculo intenso.

Suas mãos correram pelo corpo do marido, retirando aos poucos todos os lençóis que o envolviam, deixando espaço para que puxasse ele para seu colo. E Katsuki não hesitou, primeiro se ajoelhou com cada perna de um lado do corpo dele, quando sentou sentiu elas tensionarem, mas conseguiu manter cada uma no lugar enquanto abraçava o pescoço do companheiro. Eijiro abraçava seu quadril, juntando seus corpos, confiando que o marido não se forçaria a nada novamente.

Apesar da intensidade do beijo, do modo que seus corpos estavam juntos, não havia real malícia no ato, ele estava mais para um pedido de desculpa, uma reafirmação de que confiam um no outro, que se entregam um ao outro. Mas Eijiro pensou melhor, no outro dia, Katsuki tinha se entregado, não poderia fazer isso com o mesmo significado pois não tinha a fobia que seu marido tinha, contudo, podia deixar claro que confiava nele.

Com lentidão passou as mãos pela costa dele, descia por elas até que pudesse subir de novo, entrando por debaixo da camisa e acariciando a pele macia. Como poderia ser macia com tantas cicatrizes de lutas? Não sabia, porém sabia que era delicioso de pegar. Viu o loiro se arrepiar, mas não tensionar, então continuou deslizando as mãos para frente, passando-as pelos músculos firmes até tocassem os mamilos e os estimulasse, fazendo que Katsuki tremesse um pouco e gemesse baixo arqueando a costa, afinal, o local já era sensível em pessoas comuns, no loiro, onde todos os toques já são intensos naturalmente, alí era um dos pontos mais sensíveis.

Sem ar, ambos encerraram o ósculo, todavia, mesmo sem fôlego, Eijiro desceu a boca até o pescoço do loiro, roçando os lábios, chupando e lambendo até o ombro. Imediatamente Katsuki abriu espaço para que ele o provocasse, estava adorando a sensação da pele esquentando até se tornar morna, entretanto, curiosamente sentiu falta da dor e corou por isso, mas mesmo envergonhado não hesitou em pedir por ela.

  - Morda, quero seus dentes - Gemeu baixo e longamente quando Eijiro o obedeceu enterrando seus dentes até que quase fizesse sangrar - Mais - Sussurrou recebendo outra mordida no ombro. Dessa vez sua mão esquerda foi parar sobre os fios vermelhos, apertando, ordenando silenciosamente que prolongasse a mordida até que por fim soltasse o aperto e Eijiro se afastasse do seu pescoço.

O ruivo lambeu os lábios, com o pedido do marido, tinha pressionado os dentes mais do que deveria e agora sentia gosto de ferro. Um pouco da ponta de seus dentes tinha entrado mais do que deveria e agora fazia um contorno vermelho mesmo que a ferida fosse pequena demais para fazer sangue escorrer.

Com cuidado, quase como um teste, pressionou o corpo do loiro contra seu membro semi desperto. Imediatamente Katsuki tremeu, dessa vez com medo, enquanto seu arrepio sumia. Era o suficiente para explicitar que não passariam daquilo que já estavam, e tudo bem, entendia que ali tinha doído muito com os toques anteriores, mesmo que Katsuki tivesse gostado, era natural que a mente do marido rejeitasse veemente ser tocada abaixo do quadril.

  - Tu tá muito melhor - Sorriu.

  - Nunca mais, nunca mais mesmo, nunca me deixe sozinho - A voz soou irritada e Eijiro sorrio por ter seu loiro de volta - Oe, por que está sorrindo?

  - És adorável, meu amor - O beijou novamente, dessa vez deixando a parte interna de sua camisa para segurar seu corpo e deitar com ele abaixo de si. Encerrou o ósculo - Obedecerei todos os seus pedidos, jamais te deixarei sozinho novamente.

Katsuki trocou a expressão por uma calma, a paz reinava nos opacos olhos vermelhos sangue. Por outro lado, os brilhantes olhos rubis de Eijiro cintilavam tão intensos que transmitiam a alegria ao invés de guarda-la para si. Ambos fecharam os olhos vermelhos e iniciaram um novo beijo, dessa vez calmo, cheio de carinho e amor. Por fim, se afastaram e o ruivo se deitou ao lado do loiro.

  - Acha que podemos dormir juntos?

  - Tenho certeza - Sorrindo, Katsuki o abraçou passando uma perna por cima das dele. Eijiro retribuiu o abraço.

  - Não gosto que chore, não gosto que briguemos, bem, não desse modo - Riu lembrando das brigas diárias - Eu te amo Kat, me perdoe.

  - Sei que só ficou preocupado, tá tudo bem, eu tinha me magoado mas… O que esperar de alguém que usa uma crocs tão feia?

  - Ei! Elas são lindas.

  - São horríveis Eijiro.

  - Eu gosto delas.

  - Continuam feias.

  - Mas eu gosto, você é rabugento mas não fico reclamando.

Em outra situação, Katsuki iria o expulsar da cama com uma explosão, todavia, dessa vez ele riu, deixou que sua voz saísse alta enquanto ele apertava o amado entre os braços.

  - Não reclama porquê me ama, mas eu não amo sua crocs, cabelo de menstruação.

Eijiro apenas fechou os olhos sem responder, não ligava para a reclamação do marido, sabia ser só uma provocação, afinal já tinham brigado pela crocs antes e ele ganhou, ou seja, sua preciosa crocs vermelha não foi descartada por não ser um gosto em comum dos dois. Então, sem mais nada a dizer, decidiram dormir para aliviar o estresse do dia, e pela primeira vez dormiram abraçados, aos poucos perdoando um ao outro. Kirishima perdoava como o loiro era agressivo quando irritado, enquanto também tinha que se perdoar pela culpa que sentiu quando tudo o que restou no loiro foi a mágoa pelo o que tinha feito. Já Katsuki apenas perdoava o ruivo pela mágoa que o tinha feito sentir, de resto, tentava perdoar a si mesmo por nascer assim… Ele sorriu e abraçou mais forte o marido. Nenhum dos dois estava com medo de crises aquela noite.

Doce ÁcidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora