Capítulo 12

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Gente... Não pode matar a autora, eu preciso viver pra terminar a história, ok? Kkkkkk Se você é sensível então já prepara o coração.
Tenham uma boa leitura ❤️

Aquela definitivamente era uma situação terrível. O dia deveria ter sido normal, eles acordaram, não brigaram, tomaram café e saíram a trabalho. E o trabalho também devia ter sido normal, uma patrulha com talvez alguns bandidos que tivessem que socar e mandar pra cadeia, contudo a vida prega peças, muitas vezes não são boas. Aquela tinha se tornado uma situação complicada, tinham perseguido um vilão que tinha a quirk de enviar ondas de calor. Era um poder semelhante ao do Present Mic, a diferença que invés de som era mais como um forte vento quente, quente demais para ambos que não tardaram a chamar reforço.
Até aí a situação era controlável, afinal Katsuki já tinha sentido em sua pele calor muito mais forte devido a sua fobia, enquanto que Kirishima sentia totalmente aquela onda quente contra seu corpo, afinal apenas o endurecia, não mudava sua temperatura. Mas o vilão tinha conseguido entrar em um prédio e feito alguns reféns.
As palavras não eram o forte do loiro mas eles as usava bem enquanto procurava alguma brecha para atacar sem que o vilão machucasse alguém. O pior era não ter Eijiro por perto, ele tinha literalmente expulsado o ruivo dali quando notou o estado que o marido se encontrava, convenceu-o que era melhor ele buscar ajuda e avisar que deveriam trazer mais heróis de resgate por causa dos reféns.
Não demorou até que conseguisse a brecha, lançou seu corpo para frente usando uma explosão para se impulsionar, com a outra mão tentou acertar o vilão, contudo, o citado pulou para trás. Assim largou a refém enquanto lançava sua quirk contra o loiro. Pela segunda vez, ainda na mesma posição e em pleno ar, lançou outra explosão, dessa vez uma das mais fortes que podia. Desse modo impedia que as ondas de calor fortes o queimasse, ou pior, matasse.
O choque das ondas de explosão e calor fez com que fossem lançados para trás ao passo que os reféns foram para os lados. Então um barulho pôde ser escutado, o som de uma coluna rachando até se partir, o som do prédio velho fraquejando sob as ondas de choque brutais e da diferença drástica te temperatura dadas pelos ataques.
  - Saiam daqui! - Gritou se pondo de pé - Rápido!
As pessoas obedeceram. O vilão se colocou de pé também. A raiva era nítida em seu olhar, tanta que Katsuki se sentiu tremer se questionando se Eijiro sentia aquele calafrio quando o olhava com raiva.
O vilão, guiado pela raiva de saber que perderia quando os outros heróis chegassem, se virou e correu soltando ondas e mais ondas de calor, tão fortes que as paredes se corriam tau como aconteceria com o passar dos anos sob o sol forte.
Katsuki, que não podia usar sua individualidade para não correr o risco de causar mais destruição no prédio, se concentrou de verificar se ainda haviam pessoas no prédio. Quando não ouviu mais nenhuma voz, nem som de passos e nem avistou pessoas, correu para fora. Podia ser orgulhoso mas não era um tolo, não ia correr o risco de derrubar um prédio apenas para prender um homem que logo seria capturado pelos reforços.
E era ali que a situação se tornava terrível, o prédio dava sinais de quê cairia e ninguém estava ali para impedir. Eijiro, que já tinha voltado pois não tinha ido muito longe atrás de ajuda, viu o estado do prédio e começou a evacuar as pessoas ao redor para que não se machucassem. Enquanto isso, o loiro permanecia atento a qualquer tentativa de fulga.
Então ele ouviu, uma criança e sua provável mãe gritavam por socorro apoiadas na janela do quinto andar, suas peles estavam meio queimadas e elas suavam muito. Atrás delas o loiro pôde ver a silhueta do vilão.
Gritando uma praga, correu na direção de uma casa ao lado do prédio. Como a casa era de dois andares bastou uma explosão para que chegasse ao topo, entretando, para conseguir subir o que parecia ser mais quinze metros de altura, teve que se forçar a expelir suor de suas mãos. Então ele correu pelo teto da casa e pulou soltando suas explosões para baixo até alcançar a janela aberta, segurou no parapeito e se impulsionou para dentro.
Felizmente as duas mulheres foram rápidas em desviar, ou melhor, a mãe foi, já que ela que havia puxado a filha para trás.
Katsuki não esperou, caído de pé em frente ao vilão, sabia que enrolar com aquilo só atrairia mais problemas. Logo ele virava a mão esquerda em direção ao vilão. Ambos liberaram suas quirk ao mesmo tempo, sendo que Katsuki usou a granada para intensificar a força.
O choque das ondas se propagaram, o vilão foi lançado contra a parede do cômodo, a quebrou e foi parar apenas na parede do outro lado do prédio. Já Bakugou foi lançado contra a parede oposta, o impacto do seu corpo contra ela foi suficiente para que ela quebrasse e ele tivesse que se segurar mesmo sentindo como se seus ossos tivessem sido quebrados. Felizmente a mulher o ajudou a subir de novo, isso tinha causado dor? Sim, muita, mas suportou e aceitou a ajuda.
Foi quando o prédio começou a falhar de vez, o teto e o chão tremeram e Katsuki só foi notar que tinha sido empurrado pro lado quando sentiu o chão sob sua costa. Um grito de criança foi ouvido junto ao som de um grito de dor. Ele voltou a levantar e travou com a visão, a mulher tinha o empurrado para escapar de um pedaço do teto que tinha caído, em troca, o teto tinha a acertado e ela estava caída com as pernas presas debaixo de um pedaço de rocha grande demais para que pudesse levantar sozinho, e mesmo que pudesse não adiantaria, uma estaca de ferro saído da rocha atravessava o coração da mulher que com pouca força ainda estava viva.
  - Por favor...minha filha.. salva...- Sussurrou antes de morrer.
  - Mamãe! - A criança gritou se agarrando ao corpo da mãe. Seu choro era forte e ela tremia - Mamãe acorda, mamãe!
  O chão rachou embaixo dos seus pés e Katsuki caiu para o andar abaixo, um pedaço de ferro enterrou ao lado da sua cabeça, poucos centímetros a mais e ele estaria morto. Aquilo foi o suficiente para ele sair do transe e se levantar, seu corpo gritava de dor mas ele não podia parar.
  - Pule! - Gritou para a menina mas ela sequer virou - Não posso salvar sua mãe, nem você pode, pule logo merda! - Novamente a criança o ignorou.
  Soltando uma praga, pulou lançando uma explosão para chegar ao andar superior novamente. Seu poder fez que o chão do andar que estava rachasse e começasse a cair mas ele não se importou, afinal conseguiu alcançar o andar em que a menina estava.
Katsuki puxou a criança mas ela tinha se agarrado firmemente ao corpo da mãe. Aquilo era desesperador, sua mão estava ardendo por segurar na garota, suas costas, pernas e braços reclamavam de dor por conta das quedas e o vilão finalmente se levantava.
  - Olha - Se ajoelhou na frente da menina enquanto o chão abaixo deles começava a rachar - Me perdoe por não salvar sua mãe, realmente sinto muito, mas ela me pediu pra salvar você, aqui não é seguro e sua mãe te quer em segurança, vai mesmo desobedecer ela?
  - Mas a mamã...
Os olhos do loiro foram em direção ao vilão que ia em direção a eles correndo. Medo passou pelo seu corpo antes mesmo dele segurar a garota com força. A dor correu por todos os seus músculos e ele quis chorar mas não o fez.
  - Você tem que soltar, agora, eu vou te proteger, confia em mim.
  A menina, muito relutante e com medo, largou a mãe e se agarrou ao corpo dele. Katsuki gritou de dor com o abraço forte. Imediatamente virou de costa para o vilão, a onda de calor se chocou contra seu corpo que era usado de defesa para que não atingisse a menina em seus braços.
Trêmulo, ele levantou e correu sem olhar para trás, sentindo o chão se desfazendo sob seus pés, vendo o prédio tombar para o lado, desestabilizando sua corrida. Pulou pelo buraco da parede, usou uma explosão para que fosse jogado ainda mais para frente e escapasse dos destroços que eram lançados conforme a queda.
Viu de relance alguns heróis, a maioria não conseguia se aproximar devida ao calor e os que conseguiam estavam protegendo as pessoas para que se afastassem do prédio o mais rápido possível. Aquela cena, tudo parecia em câmera lenta para ele, tão lenta que viu com perfeição o marido olhando com medo o prédio, nitidamente o procurando. Gritou.
  - Eijiro! - Sua voz alta cortou o ar e o marido lhe olhou.
Abraçou a menina ainda mais forte para que cobrisse mais o corpo pequeno, então, ainda no ar, virou em direção ao prédio sentindo as ondas quentes queimando seu rosto. Viu que estava perto do chão já, porém não chegou a sentir a queda.
Eijiro tinha corrido em sua direção quando ouviu o chamado e com a ajuda da Uraraka se tornou mais leve para que pudesse pular alto e o segurar. A individualidade se ativou antes que seu corpo atingisse o chão. Os três rolaram, felizmente sem sentir grandes efeitos.
  - Amor, céus - O ruivo o olhou com medo, o estado do marido estava horrível, sua roupa estava rasgada em vários pontos, a pele estava queimada, as costas e toda a parte detrás do seu corpo estava com arranhados ou feridas mais profundas.
  O loiro sentia seu corpo tremer e estava a beira de perder o contato com a realidade e entrar de fato em uma crise. O medo era forte demais, a pele, já frágil por tudo o que tinha acontecido, ardia pelo contato, mas a criança se recusava a soltar mesmo com os puxões do ruivo, e ele a entendia, ele entendia o que era confiar em apenas uma pessoa, não querer largar e se ver em perigo, ele a entendia tanto que afastou as mãos do marido e se levantou. Ainda tinha trabalho a fazer, precisava levar a criança até um dos socorristas, a pele dela estava queimada e arranhada, precisava de tratamentos.
  - Amor me dá ela, tu precisa descansar - Seguia o loiro.
  - Ela.. - A fala travou, as lágrimas lhe vieram aos olhos e as pernas dele por um momento ficaram fracas. Era horrível, seu coração batia rápido e ele mal conseguia respirar - Está com medo, ela...ah.. confia...em mim.
O ruivo parou por um momento, seu coração apertou entendendo o motivo pelo qual Katsuki ainda não tinha soltado a menina como sempre fazia com todas as vítimas.
  - Mas tu também tá com medo - Disse e voltou a andar, sem aviso, pegou o marido no colo - Deixa que eu cuido de vocês.
  - Kiri.. - Sussurrou. Uma de suas mãos soltou a menina e agarrou no uniforme do marido, as lágrimas desceram por seu rosto e ele soluçou - Eu te amo...
  Eijiro não se impediu de chorar, sabia que depois daquilo tudo Katsuki voltaria para o hospital, mas não tinha certeza se sairia dele. Viu ambos, a criança e o loiro, desmaiar. Imediatamente começou a correr e gritar procurando os socorristas. Os achou e entregou ambos, a menina e o marido, para os cuidados deles.
Houve uma briga, Eijiro não deixou que o loiro fosse afastado da garota e muito menos deixou que levassem o marido sem que ele estivesse presente. O ruivo estava extremamente irritado com os socorristas preconceituosos, eles não queriam deixar que o ruivo entrasse pois, segundos eles, não existia casal entre dois homens. Foi suficiente para a paciência de Kirishima, tiveram que trocar o marido e a menina para outra ambulância. No fim, finalmente os três, Eijiro, Katsuki e a garota, estavam indo para o hospital. Infelizmente o único hospital onde o ruivo sabia que não fariam mal ao loiro era perto da casa deles e longe dali, aquilo adiava em quase uma hora o tratamento do marido e da criança, porém ele não podia arriscar levá-lo em outro. Então ele rezou, foi uma reza apenas para si mesmo, mas ainda sim rezou, implorando para que o marido acordasse.

Doce ÁcidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora