Capítulo 3

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O ósculo foi encerrado quando Bakugou já não mais suportava a queimação e Kirishima estava sem fôlego. O loiro estava com manchas vermelhas nos lábios e nas bochechas onde o ruivo tinha tocado, e sentia o corpo queimar em algumas áreas que com certeza também estavam avermelhadas, todavia o pior era o sentimento incessante de medo que forçava-o a derramar lágrimas.

Com cuidado o ruivo acariciou os fios do amigo, único lugar que aparentemente não lhe oferecia dor. Jamais imaginou que Bakugou o amava, nem que falaria isso para si se por um milagre o aceitasse, mas estava extremamente feliz com a revelação. Por outro lado, ver o outro daquele modo lhe machucava, fazia com que se sentisse culpado.

  - Não tem jeito de fazer isso parar?

  - Mais ou menos, mas nunca quis fazer, não é como se eu entrasse em contato com muitas pessoas.

  - Não quero te machucar toda vez que te beijar.

  - Eu me acostumo, bom, acho melhor ir para casa.

  - Quanto a isso … falei para sua mãe que dormiria na minha para que ela não se preocupasse.

  - Idiota - Suspira - Que seja, vamos - Veste a camisa sem desviar os olhos dos do ruivo, este por sua vez cora, afinal já não eram jovens adolescentes, ambos tinham 19 e 18 anos, quase concluindo o ensino de heróis, era normal que seus desejos estivessem altos.

Eles caminharam em silêncio até a casa do ruivo, lá subiram pro quarto e o dono da casa foi se lavar enquanto Bakugou arrumava o local onde dormiria. Depois do banho foi a vez do loiro se levar, precisou demorar mais tempo pois tentava fazer com que seu corpo entendesse que não estava machucado, feito que a muito custo conseguiu, fazendo que mais da metade das manchas sumisse e a outra metade clareasse. Por fim saiu do banheiro apenas com um short, o que já era costume para ambos já que dormiam dessa forma.

(…)

  - Porra nenhuma que venceu, aquela merda foi trapaça!

  - Não foi não, não seja um mal perdedor.

  - Teu cu, passar a mão no meu cabelo é com certeza uma trapaça seu maldito.

  - Eu não acho, um a zero.

  - Ah foda-se - Larga o controle e se joga no colchão inflável - Não quero mais jogar essa merda também.

  - Tudo bem, podemos tentar algo melhor - Sorrindo, desliga o jogo e sobe por cima do corpo do amigo, tomando cuidado para não tocar em nenhuma parte - Apenas não force, se doer então paramos.

  - Agora? - Bakugou sentia seu rosto corando mas apesar da pergunta não hesitou em abrir um pouco a boca e fechar os olhos. Naquele instante lutava contra a própria mente para que se acostumasse aquilo, porém antes mesmo do beijo se iniciar já sentia seu coração acelerando e as mãos começando a suar, então começou o ósculo intenso. Kirishima conseguia sentir a tensão do loiro, sentia o corpo abaixo do seu tremer mesmo que não estivessem encostados.

O ruivo não conseguia entender como alguém poderia temer toques ou sentir dor com eles, todavia, apesar de não conseguir ter noção do que o loiro estava enfrentando para se deixar ser beijado, entendia que deveria ser extremo para fazer alguém como ele chorar. Devagar segurou a cintura do amigo, este por sua vez gemeu de dor e contraiu o corpo, mas ainda sim Eijiro não retirou a mão, começou a deslizar ela pela barriga e costelas do loiro. Katsuki sentiu sua respiração falhar e a dor correr por seu corpo, sentiu o medo irracional se apossar de sua mente e antes que pudesse reparar soltava explosões contra o corpo do ruivo e gritava enquanto se puxava tentando se afastar.

Daquela vez Kirishima não esperava o golpe e por isso foi jogado para trás enquanto sentia a explosão rasgar parte de seus tecidos. Talvez devesse agradecer pela explosão não ter sido forte. Ele gemeu de dor e pôs a mão sobre o ferimento, ficou feliz em notar que não era profundo apesar de grande. No momento sua preocupação se voltava apenas para o amigo, que parecia desesperado atrás de ar enquanto abraçava as próprias pernas encolhido no canto entre a cama e a parede.

Doce ÁcidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora