capítulo 21: grande descoberta

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Minha mente está uma bagunça desde o dia anterior. Não paro de pensar na descoberta que fiz.

Arthur é realmente o autor das cartas?

Provavelmente sim, ou sua caligrafia não seria tão suspeita.

Ele gosta de mim. E se gosta, como nunca percebi? Arthur sempre foi brincalhão e nunca demonstrou sentimentos românticos antes. Na verdade, era mais como um segurança contratado por Caden justamente para me vigiar. Então por que tudo não faz o menor sentido? E ao mesmo tempo tem tanta relação?

— O que está desenhando aí? — Connie sussurra ao meu lado, evitando ser ouvida pelo professor. Ele está, nesse exato momento, ministrando uma de suas aulas monótonas.

Observo a folha rabiscada do meu caderno de desenhos. Estava tão distraída, que só então me dou conta de que desenhei metade de um rosto masculino.

— Aposto que é Caden. — Connie murmura diante do meu silêncio.

— Ah, isso. — volto à realidade. Devolvo o caderno para a mochila. — Talvez sim. — sussurro.

Os traços do meu desenho são realmente semelhantes à Caden.

— Talvez sim? Quer dizer, está pensando em perdoá-lo?

— Pensei muito sobre isso ultimamente, mas outra coisa tem me deixado inquieta.

— O quê? Ainda está pensando no tal admirador secreto? Acha mesmo que é o Arthur?

— A caligrafia dele é idêntica a do autor das cartas, então é uma grande possibilidade.

— Pensa em confrontá-lo?

— Sim, na hora do almoço. Quando cheguei à escola, não o encontrei.

E para meu desapontamento, Caden novamente se ausentou. Cheguei a essa conclusão depois de não encontrá-lo assim que pus os pés no prédio escolar. O que será que aconteceu para ele está faltando outra vez? Nem sequer fui à casa dele pra saber, e estou decidindo se é uma boa ideia fazer isso.

No momento que o alarme soa, acelero meus passos em direção ao corredor, então meus olhos colidem com Arthur mais a frente. Ele se afasta assim que me vê.

— Me espera no refeitório. Tenho que resolver um assunto. — murmuro para Connie antes de seguir no encalço dele.

Eu o vejo se enfiar na biblioteca e logo depois entro no espaço quase deserto, aproximando-me.

— Espera! — encurralo Arthur contra uma prateira, longe dos olhos da secretária da biblioteca.

— O que foi dessa vez? — parece impaciente e desvia o olhar do meu rosto.

— Como pôde mentir tanto, hein? — enfio o caderno em suas mãos. Ele o pega, meio atordoado. — Isso caiu da sua mochila ontem à tarde e eu o peguei. Estava pronta para devolver, quando percebi que sua caligrafia é idêntica ao do autor das cartas. Tem certeza de que não é ele? Quero uma explicação.

Ele respira fundo, então me encara com firmeza. — Posso explicar.

— Estou esperando.

— Certo... — suspira outra vez. — Ele vai me matar, mas preciso contar. Talvez isso até o ajude.

Estreito os olhos.

— Ele quem?

De quem Arthur está falando? Por acaso, enlouqueceu?

— Eu não escrevi as cartas.

Ele suspira quando lanço um olhar desconfiado em sua direção.

— Quer dizer, eu escrevi as cartas. A caligrafia é realmente minha. — amplio os olhos, chocada com a revelação. Antes que eu possa rebater, ele diz: — Mas ele ditava todas as palavras. E dizia o que eu precisava fazer, aí eu só escrevia.

— Ele? Ele quem? — peço, com o coração acelerado, mas já tenho uma ideia de quem Arthur vai revelar; provavelmente alguém que tem me deixado muito pensativa nos últimos dias.

Não surta, Nora, por favor. — meu subconsciente alerta.

— Droga, ele vai me matar. — resmunga para si mesmo. — Bom, ele gosta de você; muito. E me pediu para escrever as cartas. Isso causaria menos desconfiança, já que você não reconheceria minha caligrafia e não suspeitaria dele. Como somos amigos, não hesitei em ajudá-lo. E foi fácil te enganar, até você descobrir tudo. E sobre July, não tivemos nada. Eu só a mandava ficar de bico fechado, para que não te contasse nada. Ela sempre me via escondendo as cartas.

Depois de suas palavras, encaro o piso da biblioteca. Meus olhos ardem com a descoberta, então murmuro em voz baixa: — É o Caden, né? — isso é mais uma afirmação que uma pergunta.

— Sim, é ele... — engulo o choque, atordoada demais para falar alguma coisa. — De verdade, espero que não fique aborrecida com ele. O cara só quis ser romântico e gosta de você. Posso ver isso. — continua quando permaneço em silêncio.

Respiro fundo, então enxugo a lágrima solitária que molhou minha bochecha. — Eu devia desconfiar. Como fui burra! — murmuro.

Então Caden, além de gostar de mim, escrevia cartas românticas e fingia não ser ele. Por tanto tempo ele agiu secretamente, enquanto eu não enxergava o que estava bem diante dos meus olhos.

E toda a informação recente me faz perceber que chegou o momento de conversar com Caden Hartley sobre tudo o que está acontecendo.

Preciso vê-lo!

Ele Não Me AmaDär berättelser lever. Upptäck nu