capítulo 4: a proposta irrecusável de Connie Wilson

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22h45min

Estou esparramada sobre minha cama com o primeiro volume impresso de A Caminho da Sepultura, ouvindo a risada dos meus pais no andar de baixo.

Meu celular vibra ao meu lado e eu puxo, atendendo logo em seguida.

Ouço o barulho de risadas de crianças e nem preciso observar o identificador de chamadas para saber com quem estou falando.

— Oi, irmãzinha preferida. — a pessoa diz do outro lado, fazendo-me sorrir.

— Eu não sabia que você tinha outra irmã. — brinco. — Mas ainda bem que sou a preferida.

Cailyn ri, e o som disso me remete aos anos que ela morou aqui. Sinto falta dela apesar de ela sempre dá um jeito de vir nos visitar. Sei que ela passou um tempo na Virgínia, fazendo faculdade, casou-se logo depois, mas mora a poucos quilômetros agora. Ela não suportou ficar longe de nossos pais e de mim, então agora vive aqui em Columbus com os dois filhos pequenos, Noah e Anne, e o marido que é jogador de futebol profissional. Ela vive seu próprio conto de fadas com o seu amor da adolescência, e sua casa é bem próxima à nossa. Espero que ela venha para cá no final de semana.

— Está tudo bem por aí?

— Sim, tudo do mesmo jeito. — suspiro. — A vida escolar não é fácil.

— Uh, nem um pouco. Tive minha cota do ensino médio, mas quando tudo isso acabar, você vai sentir falta.

— Acho que sim. — sorrio. — E Noah e Anne?

— Estão correndo pela casa a todo vapor. Estão ansiosos para o halloween.

— Vocês vêm para cá no final de semana, né?

— No domingo vamos passar o dia com vocês.

— Que bom.

Continuamos conversando por vários minutos até Cailyn se despedir e desligar.

Quando estou prestes a deixar o celular em cima do criado-mudo, ele vibra outra vez com uma nova ligação.

Fico surpresa, mas atendo a ligação de Connie.

— Ei, você não foi pra escola hoje. O que houve? — disparo antes que ela fale alguma coisa.

Ela ri do outro lado.

— Exames de rotina. Minha mãe me obrigou a ir. — esclarece. — Eu só liguei porque quero te fazer um convite.

Estranho.

— Para quê?

— Vamos à festa de Charlie comigo?

Reviro os olhos, mesmo sabendo que ela não pode ver.

— Não estou afim. Aliás, como ficou sabendo da festa?

— As pessoas comentam e as redes sociais estão aí para isso. — murmura. — Vamos?

— Não.

— Por favor, Nora. Anthony estará lá. Ele é tão gato, e você sabe que eu gosto dele. Faz isso por mim.

Anthony é um garoto bem inteligente e bonito, e é obvio que Connie praticamente o idolatra. Ela já me aconselhou tantas vezes com relação aos meus sentimentos, que isso torna impossível que eu negue qualquer coisa a ela. Não posso deixá-la na mão.

— Eu vou ter que segurar vela?

— Não, claro que não.

Franzo o cenho.

Ele Não Me AmaWhere stories live. Discover now