capítulo 16: um pouco mais sobre Noah Farley

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Caden (bônus)

Um tempo atrás...

Bom... eu estava eufórico.

Hoje seria o grande dia e eu não poderia recuar como estava fazendo nos últimos anos. Eu teria que contar tudo para ela; revelar o que estava sentindo. E mesmo que estivesse tremendo de medo, eu estava disposto a pedi-la em namoro naquela noite.

Oh, não seria uma tarefa nada fácil, mas eu esperava que ela sorrisse e me deixasse abraçá-la depois de me ouvir.

Eu já era capaz de ouvir os barulhos na casa ao lado e estava ansioso.

Enfiei tanto gel no cabelo que ele brilhava durante a noite e escolhi minha melhor roupa. Minha irmã, alguns anos mais velha, enchia meu saco sobre eu está parecendo um pirralho engomadinho, mas não me importei. Eu queria impressionar minha garota.

— É brincadeira, irmãozinho. Você está extremamente fofo. — Geórgia disse quando desci as escadas.

— Fofo? Seria melhor se você tivesse dito "você está extremamente gato". Fofo parece bobo demais para mim. — reclamei, aproximando-me da porta principal.

— Não liga pra ela. Você está incrível. Vai impressionar as gatinhas nessa festa. — Cole, meu irmão mais velho, bagunçou meu cabelo.

Empurrei sua mão, fazendo-o rir.

— Vocês vão? — questionei.

— Claro. Não podemos perder essa festa de aniversário. Aliás, não vai levar nenhum presente? — Geórgia lembrou.

Ampliei os olhos.

— Merda! — corri até o andar de cima outra vez e puxei o presente de dentro do armário. Enfiei o buquê de flores na outra mão e voltei para a sala, satisfeito e sorridente.

Meus irmãos tiraram sarro das flores e me seguiram para fora até a casa ao lado.

Eu estava nervoso e minhas mãos tremiam de ansiedade. Estava pronto para fugir, mas decidi ser corajoso, então obriguei minhas pernas a entrarem naquela casa.

A primeira coisa que notei foi a grande quantidade de convidados e conversas por toda parte. O bolo enorme, com uma decoração feminina e o número 16 elevado bem acima dele, estava sobre uma mesa, rodeado por salgados e doces.

— Olá, Sr.ª Shields. — cumprimentei a mulher que sorria com a minha mãe, do outro lado da sala. Ela disse há muito tempo que eu não precisava tratá-la de modo tão formal, mas não me acostumei, então continuava chamando-a assim. Meu pai havia ensinado que só era uma forma de mostrar respeito por alguém mais velho.

— Olá, Caden. Que bom que veio.

— Eu não poderia faltar. — esbocei um sorriso.

Cumprimentei minha mãe, que sorriu e disse o quanto eu estava bonito.

— Acho que você é o convidado mais esperado da minha filha. — Ava comentou, deixando-me animado.

— Sério?

— Sim. — ela sorriu ao observar o presente em minhas mãos e o buquê de flores. — Nora vai adorar o presente.

— Aposto que sim. — mamãe comentou, claramente empolgada. Ela gostava de Nora e achava que eu tinha uma queda por ela. Ela realmente estava certa.

— Onde ela está? — questionei, ansioso.

— Não sei. Na última vez que a vi, ela estava seguindo lá para trás; provavelmente para o jardim.

— Okay. Preciso entregar o presente dela. — e confessar que a amo, completei em pensamento.

Sem hesitar, atravessei a multidão de convidados em direção à parte de trás da casa. Segui pelo corredor e apreciei a brisa noturna assim que estava fora da construção. Percebi o silêncio e franzi o cenho, varrendo o ambiente com os olhos.

Onde ela estava?

Eu não a via em parte alguma, mas fiquei alerta quando ouvi vozes. O buquê e o presente continuavam em minha mão, e decidi me aproximar dos ruídos.

Logo depois parei de andar.

Finalmente a encontrei.

Mas o sorriso que preenchia meus lábios desapareceu assim que reconheci Noah Farley ao lado dela. Não estavam fazendo nada demais, mas cerrei a mandíbula com irritação.

Por que estavam ali?

Eu literalmente odiava o Farley. O cara era um esnobe e convencido da turma de Física e gostava de cercar Nora quando eu não estava por perto. Ela nunca deu sinais de que gostava dele, mas acho que só fui cego para não perceber.

Eles conversavam em voz baixa e estavam tão distraídos que não me viram há alguns metros. Fiquei parcialmente escondido pela copa de uma pequena árvore, observando-os.

Nora estava linda, enfiada em um vestido violeta e com os cabelos suspensos em um coque delicado. Os pequenos brincos cintilavam em suas orelhas.

Fiquei tenso quando Noah se aproximou demais, mas respirei de alívio quando Nora recuou, deixando-o desapontado.

— Por que está fazendo isso? — o idiota questionou.

— Isso o quê? — ela encarou o chão. Acho que estava constrangida.

— Por que sempre que eu me aproximo você cria essa barreira? Na escola, age da mesma forma.

— Só acho que não é o momento certo pra namorar. — disse tímida.

— Veja bem. Nossos nomes até combinam. Somos aparentemente o casal perfeito, mas você sempre recua. Aposto que é aquele cara. Ele sempre está por perto e isso é irritante.

Ela franziu o cenho.

— De quem está falando?

— Caden Hartley, aquele seu amigo valentão.

— Ele não é valentão. Caden é legal.

Sorri para sua resposta.

— Só está dizendo isso porque gosta dele.

Fiquei tenso, esperando a resposta dela.

Nora observou Noah, claramente nervosa.

— Como pode saber que gosto dele?

— Consigo perceber. Gosta dele muito mais do que uma amiga. Acho que é por isso que não se enturma com outros garotos, incluindo a mim.

Nora encarou o chão, então sussurrou:

— Claro que não gosto dele assim. Ele é o meu melhor amigo. Eu o considero como um irmão.

Sua resposta agradou a Noah, mas não a mim.

Aquelas palavras só serviram para enterrar o que eu esperava revelar para ela. Nora não gostava de mim da mesma forma que eu gostava dela. Naquela noite eu percebi isso e senti um profundo vazio.

Quando Noah pegou Nora de surpresa com um beijo, eu me senti golpeado.

E recuei.

Com o presente e as flores ainda nas mãos, sai daquele lugar e voltei para o interior da casa.

No corredor havia uma lixeira e, cheio de raiva, enfiei o buquê dentro da mesma. Fiz questão de entregar o presente para Nora horas depois e ela estava tão animada que não notou meu semblante chateado. Pelo menos, ela gostou do colar que comprei com a minha mesada e não se aproximou de Noah.

Mesmo assim, as semanas se passaram e consequentemente os meses. Nossa amizade já não era a mesma. E saber que Nora não correspondia aos meus sentimentos, me fez entender que precisava seguir em frente.

E foi exatamente isso que fiz.

Ele Não Me AmaWhere stories live. Discover now