capítulo 6: essa é uma má ideia

5.7K 517 223
                                    

Cerca de duas semanas depois...

Para a minha surpresa, Caden está realmente se esforçando na tarefa de ser um "bom amigo". Não vou reclamar, até porque ele garante minhas caronas para a escola, no seu carro, e inclusive me chama com frequência para sentar com ele e os amigos. É claro que não penso em abandonar Connie, então a levo comigo para perto deles.

Sem Tamara por perto, o clima parece mais ameno, e percebo que Caden frequentemente me encara, pensativo; o que me preocupa.

O que ele está pensando?

Eu queria poder ler seus pensamentos, mas como isso é impossível, me contento em apenas ignorar, embora algo me diga que ele está bolando algum plano ultrassecreto.

— Ei, quer uma carona para casa? — ele me encara depois da aula de inglês.

Queremos. — Connie se apoia em meu ombro, sorridente. Ele revira os olhos. — Aposto que não vai ser nenhum sacrifício me levar para casa também.

— Tudo bem, mas não se acostuma.

Nós o acompanhamos até o estacionamento antes de entrarmos no carro. Ele não entra de imediato, então percebo porque continua do lado de fora.

Seus olhos estão fixos na garota que acabou de sair do prédio escolar.

Tamara.

Ela o encara de volta, parecendo abalada, e continua o observando quando ele finalmente se vira e entra no carro, antes de dar partida. O semblante de Caden é serio, e decido não puxar assunto.

Permaneço quieta no banco de trás.

— Você viu aquilo? — Connie sussurra em meu ouvido.

Assinto; de olho na paisagem do lado de fora. A brisa vespertina encontra seu caminho para dentro do carro e eu recosto a nuca no banco, relaxada.

O percurso até a casa de Connie não é longo e, logo depois, só estamos eu e Caden no carro.

— Nora? — ele decide quebrar o silêncio.

— Hm?

Respira fundo antes de dizer:

— Andei pensando e acabei tendo uma ideia para recuperar Tamara.

Eu o encaro, disfarçando a decepção.

Ele quer mesmo voltar com a namorada.

Ao invés de estar triste, eu deveria apoiá-lo, mas preciso de toda força de vontade para não desabar.

— Qual? — questiono depois de um momento de silêncio. Acabo encarando a paisagem de fora, novamente.

— Não posso dizer agora.

— Então quando?

— Hoje à noite. Eu vou até sua casa e poderemos conversar tranquilamente. — murmura ainda dirigindo. — É uma ideia incomum e espero que não fique assustada.

Amplio os olhos.

— Assustada? Por que eu ficaria assustada? É algum plano de assassinato?

Ele ri, balançando a cabeça.

— Você é tão engraçada, mas não é isso.

— Conta, por favor. — praticamente imploro, curiosa.

— Não. Só vou contar durante a noite.

Reviro os olhos.

— Tudo bem. Posso esperar até lá, mas não me venha com um plano muito bizarro.

Ele Não Me AmaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora