capítulo 12: doce erro

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Meus batimentos cardíacos estão acelerados.

Minhas mãos estão trêmulas.

E meus lábios não param de se movimentar sob os dele.

Isso é tão errado, mas por que estou gostando tanto?

Por que não consigo me afastar?

A resposta é clara:

Eu gosto dele. Muito.

Sei que não passo de uma boba iludida, mas realmente não me importo. Não quando os lábios de Caden estão intimamente grudados aos meus, ensinando-me a velha arte do beijo perfeito. Eu me odeio quando solto um pequeno gemido e isso torna o beijo ainda mais quente e desesperado. Uma junção de línguas e saliva é a única coisa que consigo detectar, afinal estou presa demais ao momento incrível.

Tudo isso é extremamente errado. Ele é o meu melhor amigo e gosta de outra garota. Além disso, provavelmente vou sair machucada quando tudo isso acabar, mas reconheço que não sou completamente vítima nessa história, até porque estou realmente gostando dessa situação. E nem consigo me revoltar com a realidade. Não quando estou adorando toda a intimidade que Caden tem me proporcionado.

Tenho certeza de que se meu pai nos pegar assim, ele não ficará feliz. A imagem que ele teria agora não seria uma das mais doces, e agradeço o fato de ter trancado a porta do meu quarto depois que Caden passou por ela. Meu pai surtaria com a visão de um garoto sobre mim em uma cama. Estamos completamente vestidos, claro, mas a situação é íntima demais, até mesmo para dois amigos.

Nem sei como chegamos a esse ponto. A única coisa que sei é que estávamos sentados em minha cama depois da escola quando decidimos iniciar o "treinamento". E agora meu corpo está sendo tomado por diversas sensações inexplicáveis.

Estou assustada e, ao mesmo tempo, adorando o que está acontecendo. Quando me dou conta, os lábios de Caden percorrem meu pescoço com desespero, enquanto volto a respirar depois do beijo demorado e profundo. Logo depois, puxo seu rosto de volta, querendo mais, e nem me reconheço nessa garota ousada.

Ele fica um pouco surpreso pela minha iniciativa, mas volta a provar meus lábios. Decido enfiar meus dedos em seus fios ruivos e macios, amando a sensação de seu torso másculo contra meus seios cobertos pela fina camiseta.

— Caden. — suspiro entre o beijo, fazendo-o me encarar sem fôlego. Sua respiração está tão rápida quanto a minha.

— O que foi? — ele murmura com dificuldade. Sua mandíbula está tensa e ele não para de encarar meus lábios.

— Acha que já estou boa o suficiente?

— Como assim?

Respiro fundo.

— Acha que já estou experiente nesse lance de beijo?

— Oh, não. — ele nega com a cabeça. Solto um pequeno suspiro de decepção. — Acho que seu treinamento ainda nem começou.

Estou pronta para rebater, mas ele me cala com outro beijo ainda mais profundo que o anterior. E isso é o suficiente para me calar por longos e maravilhosos minutos.

***

Uma semana depois...

20h11min

— Meu Deus! E onde tudo isso vai parar? — Connie está chocada.

Sigo até a janela entreaberta, observando a rua parcialmente escura lá embaixo.

Eu me viro para a minha amiga, com o semblante assustado.

— Eu realmente não faço ideia. — murmuro, frustrada. — Apesar de saber que tudo isso vai acabar em breve, não consigo odiar a situação em absoluto.

Ela estreita os olhos.

— Nora, aposto que você está gostando desse treinamento idiota. Por que tenho a sensação de que Caden também está aproveitando?

— Acho que não. — também pensei nisso, mas depois descartei a ideia maluca. — Ele gosta de Tamara. Deve está sendo um sacrifício pra ele.

Connie ri. — Sacrifício? Acho difícil. Lembre-se que Caden é um homem. E homens são estranhos; sabem separar desejo e amor perfeitamente bem.

— Será?

— Como ele fica quando se beijam?

— Meio ansioso; não parece odiar. – confesso, pensativa.

— Hm. Aliás, não tem medo de sair ferida dessa história? Sabe do que estou falando.

— Claro que tenho medo, mas nem posso culpá-lo completamente, afinal sinto que estou me aproveitando dele.

— E ele de você.

— Acha isso?

— Claro que sim. Tenho faro para essas coisas.

— Ou só está desesperado para convencer Tamara do que ela está perdendo e quer dar o seu melhor. — comento. — Apesar de tudo, vou seguir com isso até o final. Não dá mais pra voltar atrás.

— Tem certeza disso? Acha que pode ser tão forte assim?

— Não sei se posso ser tão forte, mas vou tentar. No final, só vai restar nossa amizade e vou precisar me conformar.

Connie se afasta da cama e me envolve em um abraço.

— Não quero ver minha amiga machucada no final das contas. E odeio o Hartley por não perceber o quanto você gosta dele.

— Às vezes também o odeio por isso.

***

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Ele Não Me AmaWhere stories live. Discover now