capítulo 1: rota de colisão

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Connie Wilson é maluca!

Está praticamente enfiada dentro do meu armário, e seu grande traseiro é a única visão no momento, além dos cabelos castanhos. Eles balançam conforme ela procura alguma roupa decente.

— Ei, ainda não desistiu da ideia? — questiono de braços cruzados.

Estou apoiada contra o armário de madeira, observando-a com cautela.

— Claro que não. E nada do que você disser vai me fazer mudar.

— Hm.

Ela está mesmo determinada.

Connie enfim se vira com um vestido, cor de rosa, nos braços. Seu sorriso está radiante e eu faço uma careta. Lembro-me de ter usado esse vestido aos dezesseis anos. Depois ficou extremamente apertado e apenas o joguei no fundo do armário.

Nego com a cabeça.

— Eu não vou usar isso.

— Por favor, Nora. — faz sua melhor cara de cachorrinho faminto.

Suavizo a expressão firme.

Meus ombros caem.

Connie sorri porque sabe que venceu.

Droga!

— Tudo bem, mas vai depender se entrar. Senão, esquece a ideia de eu sair de casa.

— Claro. — arremessa o vestido em meus braços.

Aperto a toalha ao redor do meu corpo, então sigo para o banheiro no corredor. Tranco a porta antes de lutar com o vestido. Para meu azar, ele acaba entrando, mesmo que fique bem colado. Eu me olho no espelho, surpreendida com a quantidade de curvas que ele revela.

Volto para o quarto.

— Nossa! Ficou linda. — Connie massageia meu ego.

Faço uma careta.

— Está apertado. Se eu me abaixar, esse vestido vai acabar rasgando.

— Não exagera.

Connie desistiu da ideia de me emprestar uma de suas roupas assim que dois convites para a festa de Jay Levin foram parar em suas mãos.

Minha amiga pesa 95 quilos, e seu jeito carismático conquista pessoas por onde passa. Somos fisicamente diferentes, mas irmãs de alma. Quando nos tornamos amigas, eu não passava de uma garota deslocada no primeiro dia de aula do ensino médio, então Connie se aproximou da minha mesa, no refeitório, e sentou comigo. Ela se apresentou, e a partir daí andávamos grudadas.

— Temos que dar um jeito nesse cabelo de Cinderela. — Connie se refere a meus fios loiros, puxando uma escova do armário.

Quando termina, passo um pouco de rímel e corretivo para cobrir algumas olheiras. Meus cabelos estão soltos, caindo sobre os ombros cobertos pela manga curta do vestido.

Connie está pronta a mais tempo do que eu e está usando uma legging escura e uma camiseta azul, colada aos seios fartos. Ela passa meu brilho labial nos próprios lábios e um pouco de corretivo.

— Estou com medo. Ele estará na festa e...

— O quê?

— E se ele não gostar? — questiono, nervosa.

— Eu o mato. Simples. — estala os dedos.

— Estou falando sério, Connie.

— Relaxa, amore. Caden Hartley vai ter que manter distância essa noite.

Ele Não Me AmaWhere stories live. Discover now