Capítulo 38

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Júlia abriu os olhos com um sorriso feliz nos lábios, ainda abraçada ao corpo forte e másculo na cama, admirou-lhe  por um momento dormindo. Não estava sonhando. Tudo era real, e ela não podia estar mais feliz.

Enrolou-se com o lençol e saiu da cama. Os primeiros raios de sol já começavam a iluminar o quarto e ela caminhou até a janela cobrindo-a com a cortina. Não queria que Mauro acordasse. Não ainda.

Queria preparar um café da manhã para ele. Foi ate o banheiro, onde tomou um banho rápido e refrescante.  E depois escolheu uma blusinha de seda e um short jeans. Passou uma gotinhas do perfume que Mauro tanto gostava e lhe dando ainda mais uma olhada, saiu do quarto.

Chegando na cozinha preparou algumas panquecas, sanduiches e uma jarra de suco. Arrumou direitinho e carregou tudo numa bandeja. Faria questão de mimar Mauro um pouco, levaria o café na cama.

Passando então pela sala, avistou que ele havia deixado o blazer sobre o sofá; deixou por um instante a bandeja sobre a mesinha de centro e cheirou o blazer, riu sentindo-se boba, afinal agora podia cheirar o dono dele o quanto quisesse.
Mesmo assim pra não perder o costume aspirou o cheiro másculo, achando algo estranho quando seu nariz tocou um objeto no bolso interno do blazer. Júlia olhou na direção do quarto instintivamente, e percebendo que estava sozinha pegou o objeto com os dedos já sentindo um frio na barriga, pois imaginava pelo formato do objeto o que seria, só não queria acreditar.

Júlia engoliu em seco quando viu claramente uma caixinha  de veludo. Era uma caixinha sofisticada. Júlia abriu a pequena caixa, o coração a mil, então viu o anel com uma pedra solitária bem no centro. Um delicado anel de esmeralda, cravejado de diamantes. Um anel de noivado.

Júlia guardou rapidamente a caixinha de volta no blazer. Não sabia o que pensar. Mauro estava com um anel de noivado. Se estava com um anel de noivado é porque planejava pedi-la em casamento; mas não pediu.

Uma lágrima de frustração rolou por sua face e ela enxugou rapidamente com as costas das mãos. Por que Mauro desistiu de pedi-la em casamento? Ela se perguntava confusa.

Júlia já estava se curvando para pegar a bandeja, quando Mauro sorridente apareceu na sala.

— Bom dia, meu amor. Levantou cedo. Espero que não me abandone e vá trabalhar hoje. — Mauro dizia com um sorriso cativante na voz.

— Eu... eu não vou trabalhar, não... Eu... Bom dia. – Júlia não sabia o que dizer, estava desnorteada.

Mauro percebeu. Tirou o sorriso do rosto, e a encarou visivelmente tenso.

— Não está a vontade comigo aqui?

Júlia o encarou, ele estava banhado, coberto apenas por uma toalha até a cintura. Estava lindamente sexy com o cabelo molhado e desgrenhado. Ela forçou um sorriso.

— Não é isso. Eu só tô surpresa, surpresa e confusa. — Os olhos de Júlia ficaram marejados. E Mauro movido de íntima compaixão se aproximou dela e a abraçou carinhosamente.

— Está arrependida? — Ele indagou num fio de voz. Seu coração parando por um instante com um medo sobrenatural da resposta.

Júlia fez que não com a cabeça. O amava, e não tinha dúvida alguma quanto a isso. Mauro fora carinhoso, e incrivelmente sexy e tentador na noite anterior, de modo que não tinha como está arrependida.

— Não, não. Eu o amo. Sempre amei. – Ela respondeu firme.

Mauro deu um grande suspiro de alívio. Amava tanto Júlia. Mas se não era isso, então qual o motivo de sua tristeza?
Foi então que notou que seu blazer sobre o sofá, estava do lado contrário do que ela havia colocado na noite anterior. Seu couro cabeludo pinicou.

Doce JúliaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora