Capítulo 12

388 33 1
                                    

— Dr. Mauro, pode subir — disse o porteiro.

— Obrigado, Firmino.

Mauro ajeitou o buquê de flores que tinha nas mãos e foi ao apartamento de Júlia. Ele mal conseguira dormir noite passada pensando em como havia sido frio com ela. Poxa, ela dissera que o amava e ele a ignorou completamente.

Mas agora, depois de tanto pensar, tentaria ser mais sensível aos sentimentos de Júlia. Que simplesmente o amava. Júlia era uma menina romântica, cheia de sonhos.

Mauro não sabia bem o que fazer, mas sabia que precisava fazer alguma coisa.
Ele saiu do elevador no andar de Júlia e foi em direção ao seu apartamento. Tocou a campainha e ela, que já o esperava, não tardou a vir. Ele lhe ofereceu seu melhor sorriso, que foi automaticamente desfeito ao ver que ela tinha uma companhia.

De pernas cruzadas e super à vontade, Maurício estava sentado no sofá.

— Mauro, são pra mim? Que lindas!   — Disse Júlia referindo-se as rosas.

— Sim, espero que goste  — ele disse  entregando-lhe o buquê. — Maurício, você aqui? —Ele disse, entrando no apartamento.

— Oi, maninho. — Ele respondeu acenando com a mão.

— O Maurício veio aqui pedir desculpa por ontem. Mas a gente já se acertou. Senta aí. — Júlia cheirou as rosas. — Eu vou colocar num vaso, volto já. Aliás, obrigada. Eu amei de verdade.

Mauro sorriu.

— Bonitas rosas, essa alma quer reza... — Alfinetou Maurício, quando viu que estavam a sós.

— Nós somos amigos é natural que eu a presenteie. Agora, me estranha você aqui. Como  conseguiu o endereço dela? — Mauro disse cruzando os braços.

— Calminha ... Fica tranquilo, eu fui um pouco grosseiro com ela ontem durante a festa, e mamãe me deu o endereço dela. Eu só queria me desculpar!

— Por que não pediu o endereço a mim?

— Não queria ver você ter um ataque de ciúmes como o que está tendo agora.
Mauro franziu o cenho.

— Eu, com ciúmes? Vejo que mamãe também já encheu sua cabeça com caraminholas.

— Me diz, você me permitiria vir aqui me desculpar pessoalmente se eu tivesse pedido sua opinião?

— Realmente não vejo necessidade. Você teria outras ocasiões para se desculpar.

— Foi o que eu pensei... Mas bem, por que não aproveita está ocasião e pede Júlia em namoro.

            Mauro jamais pensou que fosse possível se sentir desconfortável estando no mesmo ambiente que seu irmão.  Mas as faces queimando e o pulso acelerando, lhe diziam o contrário.

           —  Não é assim que as coisas funcionam. — Ele então calou-se ao ver Júlia trazendo consigo um vaso com as lindas rosas vermelhas, e o colocando sobre a mesinha de centro.

— Bem, pessoal, eu vou indo embora, que eu não quero sobrar... — disse Maurício já se levantando.

— Que é isso...

— Imagina...

Os dois falaram ao mesmo tempo. E trocaram um rápido olhar.

— Pois é, Júlia, pensa no que eu te disse.

Júlia sorriu sem graça, então acompanhou Maurício até a porta.

— Estão de segredinhos? —  Mauro perguntou quando ela voltou.

Doce JúliaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora