Capítulo 25

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Júlia chegou da academia umas oito da noite. Sentia -se tão bem. Precisava dedicar-se mais as atividades físicas.

Estacionou seu carro na garagem e sorriu automaticamente ao ver que o carro de Mauro estava na segunda vaga que lhe pertencia.

Mas com a mesma rapidez seu sorriso se desfez. Não estava ele ontem aos beijos e abraços com outra mulher? O que queria agora?

Júlia bufou.

Pegou o elevador e ao entrar em seu apartamento viu que Mauro já estava acomodado no sofá tomando café. Ela precisava avisar Neusa que não precisaria mais trata-lo com tanta  educação, afinal ele não era mais bem vindo.

Mauro ainda estava vestido socialmente, o que denunciava que ele ainda não havia passado em casa.
Ao vê-la ele se levantou, pôs a xícara sobre a mesinha de centro e deu a entender que ia até ela.

— Pode se sentar, Mauro. — Ela o desmotivou acomodando-se na poltrona a sua esquerda.

Mauro engoliu em seco, visivelmente desconfortável.  Júlia não podia imaginar que há apenas um mês ele estava esparramado no sofá e não havia nenhum desentendimento entre eles. “ E eu ainda achava erroneamente que ele me amava.” Pensou frustrada.

— Espero que não se importe por eu ter vindo sem avisar. A Neusa foi quem me recebeu. — Mauro afrouxou o nó da gravata, tenso.

— Você sabe que não precisa de formalidades pra vir aqui. – Ela o tranquilizou, mas sabendo que aquilo não era absolutamente verdade.

— Não é bem assim... Agora você tem namorado.

Ela o fitou. Seus olhos negros estavam nebulosos e um tanto úmidos. Seu coração acelerou. Ela respirou fundo e abaixou os olhos titubeante passando a mão pelo cabelo.

Na verdade ela havia pensado bastante o dia todo a respeito do seu “namoro" com Maurício. Ela conversaria com ele depois, embora fosse óbvio que não havia mais razão de ser, uma vez que o objetivo não seria alcançado;  Mauro jamais se declararia para ela, pelo simples fato de não ama-la.

Aquele pensamento pesou em seu coração e ela tentando se segurar para não cair ridiculamente em prantos na frente dele. Forçou um sorriso.

— Nada muda o fato de sermos amigos. — Ela respondeu com sinceridade, sabendo que o peso daquelas palavras não seria compreendido em sua totalidade por Mauro.

— Fico feliz que pense assim.

Mauro sorriu, olhando firme para ela, então ele curvou seu rosto parecendo examina-la.

— Você andou chorando?

Júlia ruborizou automaticamente. Céus, havia se esquecido que lavara o rosto e que, sem o artifício da maquiagem para esconder, seus olhos ainda estavam levemente inchados.

— Eu dormi... dormi muitas horas. Aí, o resultado foi esse. — Ela deu uma risada forçada.

Mauro só balançou a cabeça afirmativamente.

— Ontem eu vi você. — Disse Júlia. Mauro a encarou atento. — Você estava acompanhado. Eu e Maurício pensamos em te dar um oi, mas quando nós fomos fazer isso, você já tinha ido embora.

— É, a garota que estava comigo precisou ir embora.

Júlia olhou na direção da cozinha, vendo se Neusa não aparecia.

— Ela é sua namorada? — Júlia perguntou, mas com um frio na barriga com a possibilidade afirmativa da resposta.

Mauro estudou bem o seu semblante. Ela olhava para unhas das mãos, lindamente pintadas.

Doce JúliaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora