Ele confessou e eu ri, ainda sem abrir os olhos.

— Então vai

— Preguiça — rebateu, respirando fundo e eu aproveitei da nossa pequena conversa pra tomar coragem de levantar. Dei duas batidinhas em seu braço, pedindo para que me soltasse e ele me segurou mais firmemente, grunhindo atrás de mim. 

— Bora, Jungkook, levanta. — Ele murmurou algo como "mais cinco minutos", mas não caí nessa, com medo que eu mesmo voltasse a dormir — Nada de cinco minutos, vai fazer seu xixi logo. 

Ele finalmente se afastou, desfazendo a conchinha que estávamos, apenas para se jogar de costas na cama. Virei meu corpo em sua direção e empurrei a lateral do seu quadril com os pés.

— Levaaanta — mandei de forma arrastada

— Levanta você — Jungkook disse segurando meu pé que o empurrava e aproveitando da minha flexibilidade ao puxá-lo para perto do seu rosto — Seu pé é uma gracinha.

— Obrigado, mas agora levanta — Lutei para puxar meu pé de volta e ele apenas permitiu depois de dar um beijo em meu calcanhar, me forçando a fingir que não fiquei tímido com sua demonstração de carinho — Se você não levantar eu também não vou ter coragem.

Ele finalmente se deu por vencido, rolando seu corpo até o limite do colchão, firmando seus pés no chão ao chegar na ponta. Ainda sentado, ele esticou os braços pra cima e eu por pouco não pedi para que ele voltasse para cama ao ver os músculos das suas costas se flexionando. 

Deitei de barriga para baixo, os dois braços em volta do travesseiro e virei meu rosto para o outro lado, evitando olhar para a cena de um Jungkook sem camisa andando para longe. Respirei fundo novamente e aproveitei dos poucos minutos restantes no colchão, fechando os olhos com preguiça, ainda que eu soubesse que o tempo que ele levaria no banheiro não era o suficiente para que eu tirasse um cochilo. Meu corpo me provou ao contrário quando eu fui acordado nem um minuto depois com o peso do tronco de Jungkook sobre o meu. Seu quadril encaixado na minha bunda causando uma resposta imediata na minha virilha. Seu hálito estava fresco pela pasta de dente em contato com a minha pele e eu virei meu rosto para o outro lado porque, diferentemente dele, eu ainda não havia escovado os dentes.

Suas mãos foram para as minhas costelas, me torturando com uma cosquinha.

— Você acha mesmo que eu vou te deixar dormir depois de ter me expulsado da cama? —  ele riu com o rosto enfiado em meus pescoço enquanto eu me remexia para tentar me livrar de sua prisão.

— Eu vou levantar, eu vou, para — Falei meio rindo, meio sofrendo.

— Então levanta — Jungkook falou erguendo o tronco, mas ainda continuou sentado na parte de trás da minha coxa.

— Sai de cima — mandei, mas ele não se mexeu. 

— Não sei se quero — ele falou e eu olhei pra trás com as sobrancelhas franzidas — Eu gosto de te ter nessa posição. 

— Sai de cima logo — empurrei seus dois joelhos até que por fim ele levantou.

Com o corpo já desperto pela sessão de tortura pela qual eu havia passado, não foi difícil sair da cama. Meus olhos ainda pesavam, mas de nada adiantava continuar ali se eu nem ao menos queria dormir. O chão frio recebeu meus pés com um choque térmico e minha fadiga quase me fez perder o equilíbrio, mas meus passos foram firmes até meu celular que carregava na mesa do computador. 

— Quer café? — Jungkook me perguntou enquanto eu abria um e-mail enviado por Namjoon, lembrando-me que ele não fazia ideia da minha presença em sua casa. 

EGOÍSMO A TRÊSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora