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Quando eu senti minha barriga roncar, automaticamente eu me senti mais enjoado. Só o pensamento de comer algo aumentava meu mal-estar. Principalmente por saber que meu estômago não aguentaria auferir nenhum alimento naquele momento, ainda que meu corpo precisasse daquilo para se manter em pé.

Eu sentia minha cabeça girar um bocado e usei dos meus braços cruzados na mesa para apoiar minha testa e esconder meu rosto da pouca claridade que ainda conseguia passar pelo bloqueio da cortina da minha sala do trabalho. Minha tontura não melhorou de quase nada, mas também não piorou, o que eu sinceramente acreditava ser sorte pelo meu atual estado. Preferi me manter assim, porém, com medo de que meu vômito subisse pela garganta caso eu fizesse algum movimento brusco demais. Tentei fingir de morto para enganar meu próprio mal-estar e me senti estúpido.

Debaixo de mim, alguns papéis que eu não fazia ideia do que eram, mas que eu sabia que tinha que entregar para Youngjae até às 15h. Mas eu prefiri jogar essa responsabilidade para o cantinho da minha memória do que realmente fazer algo além de me lamentar agora.

Como se a dor de cabeça, tontura, enjoo e mal-estar não fossem o suficiente, minha mente estava a mil pelas memórias da noite passada. Falta dela, na verdade, já que eu não lembrava de nada. Mas o cenário de hoje de manhã deixava tudo meio óbvio.

Eu estou destruído.

Trabalhar de ressaca deveria ser um crime.

Ouço a porta abrir, novamente sem ninguém bater antes, e nem me dei o trabalho de olhar o novo intruso.

- Desculpa, senhor Drácula, eu errei a sala. Estava procurando meu amigo Jimin - A risada escandalosa de Jin invadiu o ambiente, dizimando a atmosfera de remanso que eu havia construído e eu só não levantei pra enfiar a mão em sua cara porque eu certamente vomitaria antes de conseguir alcança-lo.

- Isso realmente era pra ter sido engraçado? - Murmurei com a voz rouca do pouco uso abafada pelo meu rosto escondido entre os meus braços.

- Que? Não entendi nada - suspirei e revirei os olhos

Eu cheguei até a abrir a boca para repetir, mas a minha fadiga estava grande demais para isso. Eu iria falar, ele iria responder e eu teria que falar mais e naquele momento tudo o que eu mais queria era ficar quieto. Por isso encurtei para um: - Nada.

- Pra que essa escuridão toda? - Pelo posicionamento da sua voz, eu percebi quais eram suas intenções. Eu levantei, pronto pra gritar um "não!", mas já era tarde demais. Jin abriu a cortina com tudo, fazendo com que eu voltasse de imediato para a posição anterior enquanto murmurava reclamações. Ouvi a risada debochada de Jin - Tá de ressaca, é, bebê?

- Fecha isso - virei minha cabeça, expondo metade do meu rosto à claridade que entrava ao retira-lo do abrigo escuro que meus braços traziam.

- Ficar no escuro é pior, sabia? - Jin fez a volta na minha mesa e sentou na poltrona em minha frente. Eu grunhi contrariado e voltei a esconder minha face - Eu sempre falo isso para as pessoas, mas ninguém me dá atenção. Fica todo mundo em casa no escuro... Isso só piora. Tem que sair, dar uma caminhada. De início é horrível, mas você volta outra pessoa, juro!

- Só fala logo o que você quer, por favor - lamuriei

- Jimin, levanta sua cara que assim eu não consigo entender nada do que você tá falando.

Respirei fundo, com toda intenção de ser grosso e subi meu corpo de uma vez.

- O que você quer, porra? - ele não pareceu insultado, porém. Pelo contrário, apenas riu mais uma vez.

EGOÍSMO A TRÊSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora