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Olá! Dei meu máximo para escrever esse capitulo. Espero que gostem. Boa leitura!

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Eu percebi que havia muito tempo desde a última vez que tinha ido naquele restaurante quando, ao entrar, não reconheci nenhum dos funcionários. Nem mesmo Nayeon, que trabalhou nos três anos que eu fui um cliente frequente naquele lugar, não estava mais posicionada na mesinha que ficava ao lado da entrada. A menina que me atendeu, porém, não deixou que faltasse simpatia, assim como o novo garçom que me levou até uma das mesas redondas, posicionada perto da parede, um pouco longe da janela.

O local, porém, não estava tão longe do que minha memória tinha armazenado. A luz amarelada, o excesso de madeira criando um clima rústico, as toalhas de mesa com os bordados delicados em forma de flor. Um retrato vívido das minhas lembranças.

- Já está pronto para pedir? - o rapaz me perguntou educadamente, ameaçando tirar o bloquinho do bolso do seu avental preto, perto do nome do restaurante costurado de forma delicada. Neguei, prontamente. Pedindo apenas por um copo d'água.

Ele logo assentiu, curvando-se respeitosamente antes de pedir licença e caminhar em direção a cozinha.

Busquei no bolso do meu casaco o meu celular que vibrava com uma mensagem. Era Minhyuk dizendo que em breve estaria chegando. Sua mensagem foi deveras conveniente já que estava prestes a lhe questionar sobre seu paradeiro.

Eu estava distraído procurando por algum meme para enviar como resposta quando o rapaz voltou com sua bandeja reluzente, mas quando ele colocou a bebida no guardanapo em minha frente, eu vi que não era a água que eu estava esperando. Era uma taça elegante de cosmopolitan, enfeitada com uma tira de casca de laranja pendurada em sua borda de cristal.

- Com licença - eu disse, fazendo sua atenção voltar para mim -, eu não pedi isso

- Foi o cavalheiro sentado ao bar, senhor - balancei a cabeça em concordância e ele rapidamente ocupou-se de outros afazeres.

Eu sorri porque já sabia quem era. Esse foi o exato mesmo drink que Minhyuk me enviou todo cortês na noite que nos conhecemos. Pobrezinho, mal sabia que eu detestava cosmopolitan.

Mas quando eu procurei por sua imagem sorrindo pela brincadeira, eu não encontrei.

Mas encontrei Jungkook.

Meu coração doeu.

Ele sorria, mas eu pude ver receio em seu olhar. Eu lhe lancei um sorriso de boca fechada e acho que ele encarou isso como um sinal verde, já que levantou do banco alto, estendendo uma nota para o barman que, como em filmes, não parava de enxugar um copo de vidro.

Seu caminho até minha mesa pareceu quilométrico, ainda que estivesse a poucos metros de distância. Nesses longos segundos, mil pensamentos passaram pela minha cabeça. Levantar e sair correndo dali era o mais frequente, mas minha atitude foi justamente o que meu cérebro mais gritava para que eu não fizesse. Eu me derreti. Virei totalmente líquido. Nem ao menos consegui impedir de sorrir abertamente, e o calor em minhas bochechas deixava claro que eu estava corado. E o pior de tudo: eu tinha certeza que meus olhos brilhavam.

Paixão é algo que realmente não se disfarça.

- Posso me sentar? - ele perguntou, antes mesmo de me dizer "oi". Eu assenti e Jungkook logo puxou a cadeira para se acomodar. Ele nada disse, porém. Pelo menos, não com palavras, já que seu olhar deixava bem claro o que ele sentia. Saudade. Eu bem sei porque via esse mesmo olhar todos os dias ao me ver no espelho - Então... - Seus dedos se entrelaçavam em um claro nervosismo - Como você está?

EGOÍSMO A TRÊSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora