22• You Can't Protect Me

Mulai dari awal
                                    

Somos seres mortais e imperfeitos conscientes da mortalidade, apesar de ficarmos empurrando-a adiante. Quando choramos nossas perdas, ficamos tão transtornados que a gente chora, para o bem ou para o mal e para nosso interior. Pelo que fomos, por aquilo que não somos e nem mesmo temos mais. Pelo que um dia não seremos de modo algum. Mas heis aqui um pequeno fato : Todos vamos morrer.

A expressão de Dumbledore demonstrava carinho, talvez um pouco de compaixão pelo meu sofrimento lutuoso. Albus puxou minha mão em sua direção, deixando nela um pequeno selar e a pondo de volta sobre meu colo. O local formigava um pouco, e o ancião sorria pequeno para mim, como quem sentia um pontada de orgulho das minhas escolhas e temores.

— Makayla, a alguns anos pude conhecer um garoto que fez todas as escolhas erradas. - cochichou, afastando-se aos poucos de onde eu me encontrava. — Ele estava cego pelo poder, pela ira, por um objetivo que levaria a destruição de milhares de pessoas. Mas tenho certeza que, dentro de ti, existe algo muito maior do que todos possamos imaginar. - suspirei, sentindo tudo em mim fraquejar. — Acredite, existe uma grandiosa bondade dentro de você.

Assenti devagar, engolindo em seco e desviando meus olhos dos seus. Puxei uma linha solta do meu uniforme, observando o brasão verde-esmeralda e prata da Sonserina cintilar sobre meu peito.

Fechando os olhos e puxando o ar para meus pulmões, me recordei daquela noite de setembro. Era outono em Londres, eu e Merlin fizemos estadia numa pequena casa de trouxas que ficava do outro lado do rio Tâmisa, consideravelmente perto da roda-gigante London Eye.

Ali, aos meus quase treze anos de idade, senti a cicatriz em meu peito arder pela primeira vez. Cicatriz esta que era interna, resultado de uma maldição de morte que me atacou quando ainda era um bebê. Este era um sinal de que ele, Lorde das Trevas, estava por perto ou quando tentava se comunicar comigo de alguma forma.

Este era mais um dos meus elos a Voldemort, algo que me permitia ver diretamente seus pensamentos. Foi por essa conexão que o vi assassinar um inocente, assim como vi o momento em que ele lançou sobre a mãe de Harry Potter a maldição Avada Kedrava.

Foi algo que o marcou e se repetia em sua mente corriqueiramente, pois naquele dia ele havia sido derrotado pela primeira vez por um garoto de apenas quinze meses.

Com essas visões, meu avô percebeu a necessidade de que aprendesse a bloquear a ligação que nos unia. Para tentar impedir que o Lorde invadisse minha mente, vim praticando a arte da oclumência com Merlin por longos anos.

Mas, pela primeira vez desde que dominei esta magia, fraquejei sobre os encantos daquele Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Em uma falsa visão, pude ver o vovô sendo torturado com a maldição Cruciatus, e graças a isso fui levada instintivamente para o Departamento do mundo bruxo. Naquele noite, por um mero erro de Voldemort que havia sido detido pelo garoto Potter mais uma vez, eu pude encontrar a profecia.

A segunda profecia de Sibila Trelawney, aquela que por anos esteve escondida de todo e qualquer conhecimento bruxo e trouxa. Nenhum outro, que não fôssemos eu e vovô e Dumbledore, saberiam de sua existência. Portanto, ainda naquela mesma madrugada de outono, Merlin a quebrou para que nunca fosse encontrada pelos Comensais da Morte.

"Aquela com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascida mestiça dos herdeiros de Slytherin, nascida ao possuir o bem e o mal correndo por suas veias. O Lorde das Trevas lhe deixa uma marca, simbolizando-a como sua igual e eternizando vosso elo, mas ela se torna provedora de um poder que o Lorde e todos os grandes bruxos desconhecem... E eles têm de morrer pela mão um do outro, pois sua conexão vêm a transcender o conhecido pela magia, impossibilitando que um exista sem o outro se fazer presente... Aquela com poder de vencer o Lorde das Trevas vêm a nascer no final do segundo mês..."

Professor, como ele era? - arqueei a sobrancelha, sentindo minha garganta rasgar. — O senhor o conheceu quando ainda era uma menino, residente no orfanato com outras crianças.

— Ah, minha cara. - riu soprado, escondendo as mãos nas costas. — Quando conheci o jovem senhor Riddle, ele era um menino tranquilo, embora brilhante, comprometido em se tornar um bruxo de primeira linha. Não era muito diferente de outros que conheço. Não muito diferente de você. Se o monstro existisse, ele seria enterrado profundamente.

— Gostaria que as coisa tivessem acontecido de uma forma diferente, senhor. - suspirei, girando meus calcanhares. Voltei a observar as estrelas, sustentando o peso do corpo no peitoril de janela.

— Acredite, Makayla, eu almejo o mesmo. - silabou num fio de voz.

Ao desviar o olhar distraidamente por cima dos telhados, demorei alguns segundos para perceber o que estava realmente vendo. Recortado contra a lua dourada, e sempre crescendo, vinha um bicho estranhamente torto voando em nossa direção.

Me mantive quieta esperando aquilo descer. Por uma fração de segundos eu hesitei, mas foi neste exato momento que o bicho sobrevoou um lampião dos jardins baixos e, ao identificar o que era, saltei para o lado.

Pela janela entraram três corujas, duas delas segurando uma terceira que parecia desmaiada. Pousaram num pequeno som fofo no peitoril e a coruja do meio, que era grande e cinzenta, tombou para o lado. Traziam uma grande carta amarrada as patas.

Logo pude reconhecer a coruja desmaiada - seu nome era Errol e pertencia aos Weasley, sabia disso por sempre a encontrar por aqui durante o dia do correio. Albus tomou um passo a frente, desamarrando os barbantes que envolviam as pernas do bicho.

Me virei para as corujas restantes. Uma delas, a fêmea grande e branca como a neve, era Edwiges - o belo animal de estimação de Harry Potter. No entanto, não consegui reconhecer a terceira coruja que era de de um belo pardo e com certeza fazia moradia em Hogwarts. Ao que Dumbledore apanhou a carta com o selo da escola, ela sacudiu as pernas cheia de si, abriu as asas e saiu voando pelo noturno.

— Aconteceu algo, professor? - indaguei curiosa, me aproximando do ancião que mantinha os olhos estatelados sobre o papel.

— Uma aluna, Katie Bell, sofreu uma tentativa de assassinato. - afirmou firme, mas sua voz estava fria. Ele negou com a cabeça, antes de fixar seu olhar em mim. — Um colar de opalas, um dos objetos das Trevas que fica sob posse dos Comensais da Morte.

Prophecy | Draco MalfoyTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang