12• Just Like Your Father

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Prophecy - | Draco Malfoy |

Era uma grande sala circular com muitas janelas e diversos retratos de diretores anteriores

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Era uma grande sala circular com muitas janelas e diversos retratos de diretores anteriores. O quadro com a imagem destemida de Albus Dumbledore estava pendurado perto de sua mesa.

As paredes estavam repletas de prateleiras, nelas estavam os mais diversos livros de magia.
Alguns continham os feitiços proibidos, vindos do lado das trevas. Mas não era permitido que qualquer aluno se aproximasse dos itens do ancião, a menos que ele nos desse permissão para tal.

Estava dando voltas pelo lugar, reparando pela primeira vez nos detalhes daquela sala. O diretor havia me dado sua senha enquanto eu ainda estava na enfermaria, ele me pediu que o esperasse na manhã seguinte.

Eu deveria estar na aula de herbologia com a Corvinal, mas os professores me liberaram de todas as atividades por dois dias. Ainda não tinha me encontrado com Hermione ou seus amigos, e sendo sincera vê-los agora era tudo que eu menos precisava.

No fundo, gostaria de pedir desculpas a garota por quase tê-la matado, mas meu orgulho falava mais alto. Uma parte de mim, a predominante por sinal, insistia em dizer que ela havia causado a briga.

Perdida em meus devaneios, percebi apenas alguns minutos depois que Dumbledore estava em frente a sua mesa. Seu rosto estava sereno, as mãos cruzadas em frente ao corpo e um leve sorriso se fazia presente ali.

Eu me aproximei com cautela, ficando a poucos metros de distância do maior. Permaneci calada, esperando pelo que ele teria a me dizer, talvez uma repreensão pelo ocorrido com a garota de cabelos castanhos.

— Devo admitir que fiquei bastante surpreso com o pequeno duelo entre você e a senhorita Granger. - sua voz estava calma, como de costume. — Devo admitir, ela têm um grande talento. Talvez, a bruxa mais genial de sua idade que pude conhecer. - assenti fraco, pedindo para que prosseguisse. — Mas, com certeza, não poderosa o suficiente para duelar contra você, Makayla. Ambos sabemos que existe algo muito maior que a magia de Merlin correndo por suas veias, e mostrar isso para todos a coloca em uma situação de perigo.

— Eu sei. - sussurrei, focando meu olhar em um ponto qualquer. Engolindo em seco, me lembrei de Draco e do quanto ele poderia ser uma ameaça para mim. — Não era um bom dia, professor. Claro que isso não justifica a forma como me expus para os alunos, mas acabei me esquecendo de todo auto-controle.

— Presumo que sim, minha querida. Mas soube pelos outros professores que você tem sido o assunto mais comentado de Hogwarts. - respirei fundo, pendendo as mãos ao lado do corpo. — Talvez o ocorrido nem precise sair das paredes deste castelo para chegar a Voldemort. Existem grandes possibilidades de ao menos um aluno trabalhar ao lado dele. - novamente eu assentia, me amaldiçoando por tudo que deixei acontecer. — E creio que você saiba a quem estou me referindo, Merlin.

— Sim, eu sei. - minha voz saiu arrastada, e pela primeira vez consegui erguer meu olhar para Albus. — Ele admitiu tudo ontem de manhã. Mas professor, Draco me garantiu que não era uma pessoa ruim e sei que o senhor acredita nele, tanto quanto eu. - agora eu falava mais alto, mesmo que ainda fraquejasse algumas vezes. — Malfoy não passa de um garoto que não teve opção, um garoto que fez todas as escolhas erradas.

— Acredite em mim, Makayla. Eu, mais do que qualquer outra pessoa, gostaria de poder ajudar aquele menino. - tocou meu ombro, apertando-o de forma afetuosa. — Mesmo que ele não delate você, o Lorde ainda têm acesso a suas lembranças. Em questão de segundos poderia ver o que fez para Hermione. Infelizmente, Draco não possui controle sobre a oclumência.

Dumbledore estava certo. Eu me azarava por deixar que tudo escorresse entre meus dedos como areia. Se Você-Sabe-Quem visse as lembranças de Draco, ele faria de mim sua maior e pior arma contra Hogwarts, contra todos. Mas eu não podia simplesmente apagar tudo que Malfoy viu ou sentiu. Assim como não podia ficar sem ele, que era uma peça-chave para todos os meus planos.

— Eu não posso me afastar dele, professor. - segurei em uma de suas mãos, apertando-a. — Voldemort confia nos Malfoy, sempre confiou. Se tudo o que eu imaginar estiver certo, Draco pode ser o caminho para que eu me encontre com o Lorde, o caminho que vai me levar a sua localização.

— Você pretende usar o garoto, Makayla? - me calei, sentindo a saliva que engoli rasgar minha garganta. — Quer o proteger, o alimentar de esperanças para que confie em você, e tudo isso para encontrar Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado?

— Em tempos de guerra, fazemos o que for preciso. - minha voz estava fria, isso surpreendeu o ancião. — Não me veja como uma pessoa ruim, professor. Você e meu avô me criaram por dezessete anos como um animal sendo preparado para o abate. Aquela maldita profecia me condenou a morte, vocês dois assinaram a sentença final.

Ele se calou, recuando para longe de mim. Eu não me orgulhava das minhas decisões, muito menos do que estava disposta a fazer para vencer o Lorde, mas não aceitaria que Dumbledore me julgasse como se fosse uma pessoa ruim.

Eu me importo com Draco, talvez me importe mais com ele do que comigo mesma, mas o que eu podia fazer? Era uma guerra, e nelas as pessoas se ferem. Malfoy iria se ferir de qualquer forma, sendo ou não um comensal da morte. No final das contas, talvez ele ficasse grato por eu o libertar de Voldemort.

Com a morte do Lorde das Trevas, ele estaria finalmente livre para fazer suas escolhas. Ele estaria livre para retomar o controle de sua vida, e isso era mais do que qualquer outra pessoa poderia fazer.
Para ele, para mim, não existiria alegria sem antes derramar nosso sangue em dor.

— Têm razão, eu não tenho o direito de julgar suas escolhas. Mas peço que tome cuidado, Makayla. - suspirou, sentado-se em sua cadeira e me fitando seriamente. — Vocês dois podem ser os mais afetados nessa batalha.

— Apenas peço que confie em mim, professor.

— Eu confio. - cruzou os braços sobre a mesa de madeira, o olhar focado no meu. — Apenas não esperava que você se parecesse tanto com o seu pai.

E aquilo doeu mais do quê a marca escondida em meu peito. Sabia que meus olhos estavam prestes a marejar, mas não me mostraria fraca para ele.
Com um suspiro, me virei em passos apertados para sair dali e voltar para o salão comunal.

— Eu te garanto, professor. - pronunciei alto, mas ainda de costas para o mais velho. — Nenhum de vocês estariam a salvo se eu me parecesse com ele, e reze para que isso nunca aconteça. Tenha um bom dia, Dumbledore.

Prophecy | Draco MalfoyWhere stories live. Discover now