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Ethan e Nate morreram tentando proteger minha identidade mesmo querendo me esganar por eu ter escondido a verdade deles. O diretor nunca havia visto o quadro, teria comprado de um lugar que vende relíquias e ficou que nem louco procurando ele quando sumira. Nate e Ethan entraram no depósito de coisas velhas onde estaria o quadro por curiosidade em ver logo quem era a rainha de quem tanto falamos. Quando viram minha mãe e pensando que fosse eu, mandaram uma foto para o celular de Maddie que logo correu para lá. Os guardas os viram e começaram a abrir fogo antes mesmo de saber quem era. Minha amiga conseguiu se esconder atrás do enorme quadro, mas os dois para protegê-la e me protegerem começaram a se transformar e acabaram levando dois tiros cada um. 

A mãe de Maddie está viajando para fora do país e ficou sabendo por lá. Ela teve uma parada cardíaca e foi parar no hospital. Nate vivia sozinho e morava no colégio porquê seus pais estavam mortos, mas ninguém sabia disso.

— Bom dia, alteza - Robert entra no quarto de armadura. Misericórdia!

— O que você está fazendo de armadura e espada? - pergunto ainda desacreditada que Freya não deu uma roupa para ele.

— Estou protegendo vocês - ele diz e da um sorriso.

— Robert, querido, aqui não vai precisar de armadura e nem espada - ele me olha confuso - Aqui se você sair assim vai acabar sendo motivo de chacota.

Robert me olha por um tempo e coça a barba horrorosa que está nascendo em seu queixo — O que é chacota? 

Dei risada e expliquei um pouco de nosso universo paralelo. Freya finalmente trouxe algumas roupas de Arthur que ele não usava mais e coube direitinho em Robert. Os olhares de Freya para Robert vestindo aquela camiseta social preta e calça jeans azul escura, com tênis vans preto, ah aqueles olhares não enganava ninguém. Os dois tinham química e dava para perceber.

Descemos para a cozinha para tomar café da manhã e para minha surpresa todos já estavam de pé. Cat estava com os olhos extremamente inchados e Scarlett sem expressão nenhuma, apenas tomando café.

— E ai? - Arthur me abraça e passa uma manta quente em mim — O que aconteceu ontem?

— Eu contei tudo para ela.

O que? - Scarlett engasga com o café.

—Não tem mais o que inventar gente - passei a mão no cabelo — Ela viu a pintura e vai enganar quem mais? Eu estou cansada de esconder as coisas.

— Você deveria ter falado com a gente, Liliam - minha irmã aperta o osso do nariz em sinal de estresse.

— Falar por que, Scarlett?

— Porquê não e só sua vida que está em jogo, idiota! - ela bate a mão na mesa e se levanta.

— Tenha mais respeito comigo - me levanto para ficar na mesma posição que ela.

— Ah, agora você quer respeito? - ela me olha com fúria nos olhos verdes —  Na hora de sair contando as coisas sobre nós sermos princesas você não tem respeito. Você quer respeito pra você, mas na hora de retribuir esse respeito a nós você não quer? Vá a merda!

Não aguento o meu sangue fervendo e a jogo contra parede usando magia. Vou até ela e a enforco, agora usando minha força.

— Você esqueceu quem manda aqui?

Scarlett me empurra e seus olhos ficam azuis brilhantes. As presas agora estão para fora e querendo cravar-se em meu pescoço. Arthur vem pra cima de Scarlett e a mesma o joga e prende na parede com gelo. Escuto gritos ao fundo, enquanto minha irmã me enche de murros e arranca meu sangue. Deixo a adrenalina subir e meus olhos ficam amarelo.
   Rosno para Scarlett e saio debaixo dela e começo a lhe encher de soco arrancando sangue de sua pele gelada. Ela me levanta e me joga em cima da mesa prendendo as mangas da minha blusa com pedaços de cristais e volta a me bater. Consigo me soltar e lanço uma bola de fogo em direção a ela, mas a desgraçada congela a merda da bola e vem pisando duro até mim, deixando um rastro de gelo ( virou a Elsa da Frozen, só pode). Ouço Raven gritar para Arthur  " Vai Arthur, você que tem que descongelar por dentro"
  Scarlett me prende contra a parede novamente e diz baixinho no meu ouvido:

— Você pode ser a alfa deles, mas eu não sou loba, esqueceu?

Ela crava os dentes em meu pescoço e porra, como dói! Gritei e quanto mais eu me debatia mais doía. Minha pressão começa a baixar e minha vista fica turva.
   Ouvi ruídos e vozes gritando enquanto Scarlett bebia todo meu sangue.

"Scarlett, para!"  "Você vai matar a sua irmã"  "Scarlett, sai de cima dela! Socorro! Robert!"

Alguém puxou minha irmã, tirando a e seus dentes malditos de mim. Olhei para cima e vi aquela olhos verdes reconfortantes: Keller.
Minha visão ficou toda borrada e logo tudo ficou preto por um instante. Havia desmaiado. Abro os olhos novamente, mas me recuso a me soltar dos braços de Keller.

— Você está bem? - ele pergunta ofegante.

— Sim, estou be... - olho para cima e vejo Maddie parada vestindo apenas a camisa social preta de Arthur que eu havia deixado lá para ela e os olhos cristalinos atormentado.

— Vocês realmente não são normais - ela diz e desce.

    Sua maquiagem está toda borrada e os olhos inchados de tanto chorar. Os cabelos ruivos desgrenhado e embaraçados mostram a dor de uma alma machucada e iludida. Maddie se senta em volta da grande mesa e pega um copo de café puro e nem adoça.
   Scarlett volta ao seu normal e comer a chorar ao ver o estrago que fez na casa e me pede repetidamente desculpas. Ela tira Arthur da parede e pede desculpas pra ele e o mesmo a abraça dizendo que tá tudo bem.

— Maddie, me perdoa pelo o que você viu agora - sento ao seu lado. Seus olhos nem piscam ao observar o café na xícara.

— Tudo bem - ela diz e continua com os olhos fixados no café — Ethan adorava café. Quanto mais forte, melhor ele dizia - minha amiga sorri de leve e vejo uma lágrima escorrer por seu rosto.

— Vem, você precisa descansar...

— Não. Hoje tem aula - franzi o cenho para ela e fiquei meio assustada por querer ir a aula de luto.

— Maddie, acho que não é uma boa ... - ela me interrompe.

— Qual foi, alteza? - finalmente ela me olha — Se você não quiser ir pra escola, não vá. Eu vou! 

   Ela se levanta e sobe as escadas. Subo atrás dela pra dizer que entrar em negação não vai adiantar nada, mas Keller me puxa e me prende na parede:

— Da um tempo pra ela.

— Não, ela precisa saber que entrar em negação agora não vai adiantar nada - bufo — Ela vai pra escola!

Ele me solta e suspira — Deixa ela um tempo. Nós vamos com ela à aula.

Oi? - arregalo os olhos — Você endoidou? Nós não podemos simplesmente aparecer no colégio e dizer "chegamos!!!"

— Ela vai fazer burrada indo sozinha. Você tem que estar presente lá pra segurá-la caso... Ah você sabe - ele me diz e logo me dou por convencida.

  Desço as escadas novamente e anuncio que vou à aula com Maddie e Keller. Todos pararam o que estavam fazendo, mas não disseram nada.

— Bom, então é isso, vou me arrumar.

— Espera! - Freya grita - Eu também vou.

— Mas Alteza... - Robert começa - Como eu vou pra escola com você pra te proteger se eu nem sei fazer conta direito.

— Merda, esqueci dele - ao ouvir isso de Freya, Robert abaixa a cabeça.

— E você ainda acha que a gente estuda? - sorri para ele — Freya, da um moletom pra ele.

O Brilho Da Meia-NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora