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  — Ai!

   A dor da transformação é imensa e fica pior se estamos com roupas, mas esse mito de as roupas serem rasgadas no processo é tudo mentira. As roupas atrapalham a transformação fazendo o corpo arder e assim doer mais. Mamãe e tia Trice se transformou para matar Charlotte uma vez e estavam com aqueles vestidos pesados de princesa que um dia seremos todos obrigados a usar.
  Ainda no crepúsculo, voltamos a forma humana e corremos para o ponto de encontro onde estariam Maddie e Arthur esperando com nossas roupas.

— Ainda bem que ninguém aqui sente atração por ninguém, já que se vêem pelados desde os 13 anos. - Maddie fez uma piada horrorosa, mas mesmo assim rimos.

— Opa! - exclamou Ethan com o tapa que levou nas costas de Freya.

— Tira o olho, queridão. - Freya cochichou para Ethan que engoliu seco as palavras da "cunhada".

  Peguei minha camisola e a vesti. Como próxima alfa e rainha dei a ordem de voltarmos antes das 5:30 e todos obedeceram.

— Observando a bela bunda de Catherine, Ethan? - peguei em seu ombro e o ruivo à minha frente estremeceu.

— Eu? Ham... Magi... - os seus olhos verdes claros encontraram os meus e o alívio surgiu neles — Ah, ela tem uma bela bunda, Lili.

Eu ainda estou ouvindo, Ethan! - Freya gritou há uns 200 metros de distância, enquanto vestia sua camisola.

  Fomos andando bem depressa pela floresta e entramos em um buraco na grade de arame que cobre a parte de trás da escola e entramos dentro de uma casinha de madeira escura que tinha um espelho gigante que abriria um portal para que nós fossemos para nosso quarto.
   Todo dia depois da lua cheia falamos para o professor que estamos doentes, quer dizer, nós revezamos para que ninguém descubra sobre o nosso segredo.

— Hoje é o nosso dia de ficar no quarto o dia todo - Raven deita na cama e pega o cobertor.

  Maddie entra e vai até às janelas fechando as cortinas para não entrar nenhum raio de luz. As paredes vermelho pastel são horrorosas, meu Deus.
  Deito na cama e estico as pernas que fazem barulho de estralo, logo depois dobro a coluna como contorcionista e ela estrala também.

— Tá feia a coisa aí, hein! - Freya deita na cama ao lado da minha e reclama do barulho dos meus ossos.

— Boa noite, Freya. - viro para o canto e logo escuto os roncos de Catherine.

  Um barulho irritante me acorda e vejo meu celular vibrando. Não atendo. Um minuto depois ele toca novamente e antes que acorde todas as meninas resolvo atender:

— Alô?

— Liliam...

— Ah, não, mãe! Ontem foi lua cheia e eu tô quebrada.

— Me escuta: teve um assassinato aí no campus ontem de madrugada.

— O que?

— É um vampiro novamente, mas ele está estripando as vítimas para fazer parecer um lobo.

— Merda!

— Olha a boca! Volte a dormir, tendo mais notícias eu volto a ligar.

  Desligo o celular e volto a dormi. O barulho lá fora está insuportável e para não me estressar faço um feitiço para abafar os ruídos e consigo dormir novamente.
  Tenho um sonho muito estranho, onde alguém segura meus braços e logo depois os olhos ficam vermelhos e as presas saíem para fora e a pessoa do meu sonho as crava em meu pescoço sugando toda minha energia e meu sangue, sugando a minha vida.
  Sou puxada para longe dele quando uma voz em meio a ecos chama meu nome: Liliam, Liliam, Lilian

O Brilho Da Meia-NoiteWhere stories live. Discover now