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   Estou parada com pressa procurando um pouco de sangue de coelho para Scarlett que anda com várias dores de cabeça e nas gengivas. Ela não pode se transformar agora!

— Arra! - achei o frasco com um pouco de sangue de animal. Que nojo!

  Fecho a porta do meu armário pulo para o lado gritando e apertando o frasco com sangue para tentar esconder.

— Keller! Que susto.

— O que você tem na mão? - ele olha estranho para a minha mão. Parece até que estava sentindo o cheiro do sangue.

— Uma amostra de sangue minha... Para um... - merda, não posso gaguejar — Para um exame de gravidez.

Keller me olha Estranho e abre a porta do armário ao lado do meu. Eu não vou me livrar desse menino?

— Achei que você fosse virgem.

— Só se for virgem dos buracos do nariz... - falo baixinho e percebo que ele ergueu as sobrancelhas e sorriu.

— Tudo bem, Srta. Scott. Me acompanha? - Keller estendeu o braço como se fosse um devido principe. Ele sabia o que estava fazendo.

Enganchei meu braço ao dele — Onde vamos, Sr. Keller?

— Você verá.

Fomos até o pátio do colégio, mas em um lugar afastado, perto das árvores ao ar livre. Começou a chuviscar, então Keller me levou para um canto coberto, mas ainda perto das árvores. Ele sabia exatamente o que eu estava precisando, precisando de ar puro. O colégio sempre me deixara com os nervos à flor da pele e controlar o lobo quando se está irritada e estressada é bem difícil.

— Você tem namorado, Scott? - Keller puxa assunto depois de alguns minutos de paz.

— Ah, por favor, me chame de Liliam. E não, não tenho namorado e você?

— Não. - os olhos verdes dele estavam mais claros que o normal.

— Você não vai falar seu nome pra mim? - o olhei e ele olhou de volta.

— É só Keller...

— Como assim só Keller? - faço cara de entojada.

— Você faz perguntas de mais. - ele me encara.

— Olha, Sr. Keller: eu estou num canto afastado de todos, perto da floresta com um desconhecido que não tem nome. Como vou saber se você não é um assassino, ou um vampiro? - dei a deixa para ver se ele era sobrenatural.

— Claro que não, Liliam! - ele ri — Você é maluca.

— Quem sabe eu seja - passei os dedos pela gravata vermelha do seu uniforme e cheguei bem perto de seu ouvido, que no caso ficava a dois metros de altura de mim, mas o suficiente para eu conseguir escutar perfeitamente o seu coração.
  Era como se Keller não tivesse um coração. Não havia batimentos que podiam ser escutados e nem sangue fluindo. Esse garoto esconde algo e eu vou descobrir, nem que seja com sexo!

— Ei... Li... Você é muito levada, princesa.

  Arregalei os olhos e prendi a respiração. Princesa?

— Princesa? - perguntei tentando ser discreta.

— É um costume meu chamar a mulheres que eu acho lindas de Princesa. - ele sorriu e passou a mão pela minha cintura.

  Ele estava prestes a me beijar e eu poderia descobrir algo, mas quando nossos lábios iam se encostar, ele parou e arrumou minha gravata e, então, o sinal da primeira aula tocou. Caramba!

O Brilho Da Meia-NoiteWhere stories live. Discover now