O mundo de Emilia Calton não acabou depois de descobrir a traição do namorado com uma de suas melhores amigas - verdade seja dita, ela tinha coisas mais importantes com o que se preocupar.
O foco de Lia sempre foi voltado para sua educação e entrar...
É, pelo visto não é só minha vida amorosa que anda uma bagunça.
— E quanto a você e aquele cara? É sério? — ela pergunta. — Eu aprovo totalmente. Ele é bem mais bonito que o cretino traidor.
Rio de como ela se refere a Henri, para logo em seguida franzir o nariz com a menção à Antony.
— Eu não sei — admito. — Quer dizer, Antony não é conhecido por ter relacionamentos sérios, e nem sei se é isso que eu quero, também. Ainda é confuso para mim. Além disso, ele me deu um bolo hoje, então não deve estar tão interessado assim.
Kaila solta um suspiro dramático.
— Esses adolescentes. — Reviro os olhos. Não é como se ela fosse muito mais velha que eu.
— Mas você e Tyler não estavam brigados? — direciono a conversa de volta para ela.
Tyler acabara de ligar e ela resolveu passar a noite na casa dele. Ainda não conheço o cara — nem sei se ela vai nos apresentar à ele em algum momento, o que me deixa curiosa.
— Lia, amorzinho — Kai segura meus ombros, encarando-me séria. — Você vai entender que fazer as pazes é a melhor parte de um relacionamento.
Estou indo respondê-la, quando mamãe entra no quarto.
— Já guardei as sobras, de quem é a vez de lavar a louça?
— Da Lia — Kaila se apressa em dizer, enquanto eu digo: — Não é minha.
Mamãe olha para a mochila aberta sobre a cama de Kai e franze a testa.
— Você vai sair? — Cruza os braços. — O que conversamos sobre dormir fora em dias de semana-
— Não se preocupe — Kaila a interrompe. — Eu serei uma moça responsável, prometo.
Mamãe solta um suspiro alto e se dirige para mim:
— Tudo bem, querida?
Apenas assinto. Ela sorri para mim, depois aponta um dedo severo para Kaila antes de deixar o quarto.
— Eu não vou lavar a sua louça.
— Não seja uma irmã ruim — Kai resmunga. — Eu lavo amanhã, está certo?
— E depois também.
— Tá, tá. — Kaila beija minha testa, pega a mochila e me deixa sozinha para ir esperar o "namorado".
Apanho meu celular esquecido ao lado do travesseiro. Respondo algumas mensagens, mas nenhuma delas é de Antony. Entro em nossa última conversa. O "okay" gritando na tela.
Ele visualizou pouco tempo depois, mas não enviou mais nada. As informações do chat diz que ele esteve online horas atrás.
Me sinto um pouco decepcionada por ele não ter vindo. Antony parecia tão certo de que viria... Bom, deve ter acontecido alguma coisa, ou ele simplesmente mudou de ideia.
Talvez eu mande um oi, só para ver o que acontece. Mordo o interior da bochecha encarando o teclado. Decido, por fim, enviar. Não há de fazer mal. Entretanto, não espero para ver se receberei uma resposta. Bloqueio o celular, pego meus fones de ouvido, e saio do quarto para ir lavar a louça.
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