Segundo dia - Parte 2 (2/2)

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* - Você sempre quis isso? Ser um idol? - Pergunto para ele, mas pensando em fazer uma sobremesa.

* - Não diria idol. Mas eu sempre quis trabalhar em frente ás câmeras. - Não falo nada, esperando ele terminar. - Espero ser um ator, me formei em Artes Cênicas. - Ele diz orgulhoso e tímido? - Com a banda, não sobra muito tempo para isso, mas ainda não desisti.

* - Uau! Então quer dizer que você é o próximo Leonardo DiCaprio? - Digo em brincadeira, mas olho para ele com sinceridade. - Você ainda vai ser um ótimo ator, e pode ter certeza que eu vou estar no cinema para sua estreia.

Ele olha para mim sorrindo e agradecido.

* - Obrigado, mas esse rosto está mais para um Brad Pitt, não acha? - Dou uma gargalhada alta e saio confirmando, indo em direção a despensa e voltando um pouco frustrada.

* - Não tem leite condensado. Queria fazer brigadeiros de sobremesa.

* - O que é isso? 

* - Um doce brasileiro. É tão comum e fácil que acho que já nascemos sabendo fazer. - Digo rindo do pensamento, porque pode até ser verdade. - É raro encontrar alguém que não goste.

* - Acho que já comemos isso quando fomos ao Brasil. - Ele tenta se lembrar.

* - Tem algum mercado aqui perto?

* - Tem, mas não acho que seja uma boa ideia irmos lá. - Ergo as sobrancelhas pedindo explicações. - Não me diga que sabe não por que.

* - Vocês são famosos, eu não. Só me diz onde é que eu vou e volto rapidinho. - Ele revira os olhos e diz que depois vai comigo. Comemoro dando tapinhas com as mãos.

O almoço estava incrível e delicioso. De início estranhei os temperos, mas depois, foi difícil de parar de comer. Eu ainda não tinha habilidade de comer com pauzinhos e Jimin se dispôs a me ensinar depois, por enquanto, eu usaria garfo e faca.

Era muito estranho ver eles cortando as coisas com tesouras, principalmente a carne, que a propósito eles não temperavam! Depois de assada, eles a passavam nos diferentes potinhos de molhos temperados.

Jin e eu fomos ao mercado. Depois de notar meu apreço por sobremesas, ele fez uma lista com vários doces comuns de conveniência para comprar.

Quando ele disse que o mercado era perto, pensei que pudesse ir andando, mas era 10 minutos de carro, o que pode ser rápido, mas não perto para mim. Ele explicou que foi em um mercado não muito movimentado de propósito, para evitar de chamar atenção.

Descemos colocando nossos bonés e máscaras e pegando uma cestinha assim que entramos no local. Eu fiquei encantada de novo, porque eram várias e várias coisas diferentes, novas, coloridas, estranhas, pequenas, grandes... Uau!

Com tudo em coreano, eu não conseguia entender o que eram todas aquelas coisas, acho que nem água eu saberia identificar. Jin foi colocando as coisas dentro da cestinha, e eu, parecendo criança explorando território novo, indo pra lá e pra cá pegando embalagens.

Lá fora, avistei uma barraquinha de churros, o que afetou meu estômago na hora. O idol relutou sobre eu ir, mas era apenas do outro lado da rua e acabou concordando. Fui até lá na missão de comprar dois churros de chocolate.

Enquanto estava na fila, meu celular tocou mostrando ser Hana, e precisei tirar a máscara para conversar. Ela disse que o programa de amanhã seria ao vivo e a tarde, mas que eu deveria acordar bem cedo. Apenas ligou porque não voltaria para casa hoje.

Terminando a ligação, observei duas meninas me encarando e cochichando de longe, me deixando desconfortável. Fazendo meu pedido no Google tradutor e repassando ao cozinheiro da barraquinha, saí da fila sentindo as garotas se aproximarem. Adolescentes e coreanas.

TEN DAYS WITH USWhere stories live. Discover now