Capítulo Dezesseis

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Acorda sentindo como se todas as pessoas do baile tivessem dançado música eletrônica sobre a sua cabeça. Não conseguia pensar em uma só parte que não latejasse, na verdade, só de pensar já fazia a dor pior. Pisca encarando a escuridão do cômodo, seu olho direito estava inchado, conseguia sentir.

Tinha apagado em algum momento, mas se sentia cansado e tinha sonhado com os olhos azuis e o sorriso cruel de Luke durante toda a noite. A fantasia estava grudada em seu corpo por causa do suor de seu sono e as botas pesadas em seus pés.

Não sabia exatamente por quanto tempo esteve dormindo, no entanto, tinha certeza de que eram muitas horas. Continua deitado encarando o nada antes de finalmente suspirar e começar a se levantar. Apóia as mãos na cama e faz uma careta quanto os ralados entram em atrito com o edredom macio, senta e o quarto ao seu redor gira um pouco quando se coloca de pé. Uma onda de enjôo toma seu estômago e antes mesmo que possa chegar até o banheiro está vomitando em seus próprios sapatos.

Ele sua frio enquanto continua a vomitar as bebidas que tomou no baile e, por fim, o liquido amarelado da bile. Suas mãos tremem e Zayn tenta se reerguer, engole a seco sentindo o gosto ruim em sua boca e caminha para longe da poça em vomito em direção ao banheiro.

Acende a luz e vai direto para a pia, abre a torneira e enche a sua boca de água antes de cuspir tentando se livrar do gosto. Apóia suas mãos ignorando a dor e se olha no espelho, estava pálido, a maquiagem deve ter saído em algum momento, mas o lápis estava borrado em baixo dos seus olhos lhe deixando com a aparência ainda mais adoentada. Sua testa estava coberta de suor e seus cabelos grudados na mesma e pareciam estar oleosos.

O seu olho estava mesmo inchado e feio, a esclerótica vermelha na parte onde o soco pegou melhor. Seus hematomas estavam roxos e amarelados. Continua se encarando no espelho, cada marca era uma lembrança vivida do que aconteceu. Mal percebe quando uma lágrima escorre por seu olho bom. Afasta-se do espelho temendo o seu reflexo, encosta na parede gelada e treina a sua respiração para se acalmar.

Escova os dentes e lava o rosto com cuidado, deveria ter pedido a sacola com os antissépticos que Liam comprara, mas não estava muito falante na noite anterior. Aparentemente havia dormido durante toda a madrugada e o dia inteiro, já era noite novamente, talvez nesse momento no dia anterior estivesse se arrumando para ir ao baile sem saber o que lhe esperava.

Retira os sapatos e desce descalço as escadas. Pelo menos as suas costas não doíam tanto. Estava faminto, seu estômago estava doendo, ainda mais depois de vomitar. Não tinha retirado a fantasia porque era complicado desatar os nós com suas mãos machucadas e nem estava se importando se ela cheirava a suor e estava suja.

Não sabe se fica contente ou não quando encontra a mãe de Zac sentada sozinha na mesa. Estava um pouco amedrontado de ficar sozinho, mesmo sabendo que os empregados estavam pela casa toda. Trisha deve ter escutado a aproximação e levanta os olhos em sua direção e o que parecia ser o começo de um sorriso se torna uma expressão de puro choque.

- O que aconteceu? – Ela pergunta com os olhos arregalados e se levantando antes mesmo que Zayn se aproxime. O moreno dá um passo para trás quando ela chega perto se assustando com o movimento que a mãe de Zac faz para tocar seu rosto.

- Nada. – Responde baixo, evitando olhar nos olhos dela e encarando seus pés.

- Nada? – Questiona incrédula, tentada a segurar no queixo do filho e fazê-lo lhe encarar. – Você está todo machucado!

- Já disse que não foi nada. – Diz mais alto dessa vez. Não queria falar sobre o baile, nem Luke ou David. – Será que eu posso comer alguma coisa?

Trisha o encara severamente durante alguns segundos antes de assentir e voltar para o seu lugar e seu prato que já estava esfriando. Zayn prepara o seu prato escolhendo as comidas que causariam menos dor ao mastigar e senta na cadeira que está o mais longe da mulher. Começa a comer vagarosamente sentindo o olhar de Trisha queimar sobre si.

LIAR - (AU!ziam) EM HIATOS Onde as histórias ganham vida. Descobre agora