Capítulo Seis

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Zac entra em casa com a sua mochila pendurada no ombro esquerdo, uma mão no bolso da jaqueta jeans segurando seu soco inglês e a outra rodando a chave de seu Bugatti Veyron preto e, apesar de não ser o modelo mais atual do mercado era muito veloz, com um motor de 1.200 cavalos. Estava muito contente naquele dia, mesmo que o seu encontro tivesse sido cancelado de última hora, nada poderia estragar aquela sensação de poder e realização que estava por todo o seu corpo.

Mas assim que chega na sala encontra seu pai e a sua mãe parados de pé, como se estivessem esperando alguém. Não era comum ver o seu pai naquela hora do dia, então deveria ser algo sério, ainda mais dado as suas expressões severas e braços cruzados.

- Isso é algum tipo de intervenção familiar? - Pergunta, tentando aliviar a tensão. Temia saber o motivo daquilo e se fosse o que estava pensando, então estaria muito encrencado.

- Queremos falar com você. - Diz seu pai, usando um tom sério que era utilizado em raras ocasiões. Tipo na vez em que resolveu dar banho na madrugada em um gato que encontrou no quintal quando tinha doze anos.

- Vamos nos mudar? Então devo subir e fazer as malas! Para onde vamos? Havaí? Sempre quis surfar!

- Isso é sério, Zac! - Ralha Yaser. Sua esposa permanece em silêncio, pensando em um jeito de ajudar o filho, mas não encontra nenhum. - Hoje, pela manhã, eu tive a visita do Sr. e da Sra. Pitch-Gerald.

Apenas a citação do sobrenome fora suficiente, ele sabia o móvito para os pais de Carter irem até o escritório de seu pai. Mas isso só o enfurecia mais. O garoto era tão mulherzinha que precisava contar para os pais e não resolver os seus próprios infortúnios. Aquela brincadeira não tinha sido absolutamente nada comparado ao que iria fazer agora.

- Eles me contaram o que você fez com o filho deles. - Continua o homem. - Eu não acredito nisso. Onde você estava com a cabeça? - Diz alto, quase gritando. Sua voz grossa fazendo Trisha se encolher, temerosa, mas Zac continuou olhando para ele sem se abalar, não se intimidava com facilidade. - Você poderia ter se matado e levado o garoto junto!

- Foi só uma brincadeira. - Tenta justificar.

- Sua mãe e eu conversamos sobre a sua atitude e decidimos que você terá que nos entregar a sua carteira de motorista e as chaves do seu carro. Não quero vê-lo dirigindo pelos próximos meses até que eu decida que pode sair do castigo. - Diz duro, estendendo a mão para pegar o pedido. Zac segura a sua chave com mais força, sentia as ondas de raiva subindo por suas terminações nervosas. Entrega a chave para o seu pai com força, quase as jogando. - Estamos fazendo isso para que você aprenda e entenda que o que fez foi errado e poderia ter-los ferido. E que nada aconteceu dessa vez, mas quem garante que vai ser sempre assim? Eu nunca mais quero ser incomodado no meu trabalho para ouvir uma reclamação como essa, está ouvindo?

Zac limita-se a olhá-lo com puro desinteresse. Por muito pouco não revira os olhos.

- ESTÁ OUVINDO? - Questiona alto. Mais raro que ver Yaser elevando a sua voz, era vê-lo com uma expressão tão transtornada, o maxilar travado, veias saltadas e o rosto vermelho.

- Sim.

- Ótimo. Quero a sua carteira e os documentos do carro na minha mesa quando voltar. Agora suba para o seu quarto, está de castigo.

O moreno empina o nariz antes de enfiar a mão nos bolsos e começar a andar em direção as escadas, não mostrando o quão abalado e raivoso estava.

- Sentimos muito, querido. - Diz Trisha, com pena.

Eles não tinham que sentir pena dele. Deveriam sentir de Carter após a lição que daria nele por ter contado para os seus pais e lhe feito perder o seu carro. Para o seu próprio bem era melhor o garoto não aparecer na escola por um bom tempo.

LIAR - (AU!ziam) EM HIATOS Where stories live. Discover now