Capítulo Um

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AVISOS INICIAIS: Como todos sabem o Zac está morto e a partir de agora Zayn se passara por ele (isso não é um spoiler). E ninguém sabe, por isso todos chamarão ele pelo nome do Zac, se referindo a Zayn como namorado, amigo, filho, etc. Só quero garantir que não haja confusão na hora da leitura.

Zayn lê e rele as mensagens mais algumas vezes. Algo não parece certo. Na verdade nada está certo. Ele veio encontrar alguém que não apareceu e agora parece estar morto. Respira fundo e sente sua visão embaçar, suas pernas fraquejam e ele tem que se apoiar na parede. Sua mente processa as informações recebidas com a máxima rapidez enquanto seus pulmões tentam realizar o que foram feitos para fazer sem muita precisão. Pela segunda vez em um curto intervalo de tempo está prestes a ter um novo ataque de pânico, leva a mão livre até sua garganta onde o ar passa, mas tem uma impressão de asfixia.

Tenta se controlar concentrando-se em uma só questão, abandonando todas as outras informações de seu cérebro. Ele pensa em Zac. Ele não conhece o outro para saber os motivos que levaram alguém a assassiná-lo, porém lá no fundo sabe que seu gêmeo é uma boa pessoa.

Assim que a sensação de asfixia passa deixando apenas a dormência dos membros e os olhos marejados. O mordomo que abriu a porta em sua chegada se aproxima preocupado, ele anda cautelosamente até Zayn, que mantém uma expressão de dor.

- Senhor Zac, você está bem? - Pergunta estendendo o braço, mas parando no ato. Seu braço permanece parado no ar como se ele tivesse medo de tocar o outro.

Pigarreia antes de responder. Se acalmando e encontrando a sua voz, que sai rouca e causa um desconforto em sua garganta seca. - Eu, hm, sim, eu só preciso de um copo de água. - Suspira pesadamente. O mordomo faz uma reverencia e caminha para fora da sala. Em menos de um minuto ele volta com um copo de água em mãos, estende para o moreno que pega com as mãos tremulas. - Obrigado. - Murmura por cima do copo. O mordomo lhe lança um olhar surpreso.

- Acho melhor o senhor subir para o seu quarto, - sugere cauteloso. - Talvez esse mal estar passe.

Zayn assente e o mordomo lhe acompanha para se certificar que nada lhe aconteça. Durante o caminho ele observa como a casa é grande e bonita, existem quadros com pinturas revestindo as paredes cor creme. Um grande candelabro de cristal no teto. As longas escadas de madeira escura os levam para o segundo andar, segura firmemente no corrimão de vidro não confiando em suas pernas. Existe somente uma porta naquele espaço e Zayn não pode acreditar que Zac tem um andar só para si.

O mordomo se despede em frente a grande porta marrom. Zayn abre a porta com cautela, enquanto a porta se abre o seu queixo despenca e seus olhos brilham não apenas por causa das lágrimas. Ele pode observar o interior do cômodo; existe uma grande cama de casal com dossel; outro candelabro pendurado no teto; uma estante que reveste toda a parede regada de livros; um grande sofá negro no canto do quarto; fotos, muitas delas, em um mural.

Caminha lentamente até a cama e se senta com cuidado, massageia as têmporas. Pensa em ir embora logo que sua dor de cabeça passar. Ele realmente não precisa de mais problemas em sua vida. Seus olhos param em uma foto onde a mulher e o homem de mais cedo estão abraçados junto a Zac, eles sorriem alegremente para a foto. Zayn nunca teve uma família - além das pessoas do orfanato - ele não sabe como é chegar em casa e ter um abraço da mãe ou um passeio em família. Ele se sente mal pelos pais de Zac, pensa no quão triste vão ficar ao descobrirem da morte do filho, se descobrirem, claro, porque ao que parece ninguém além de si sabe sobre a morte de Zac. Quando partir aquelas pessoas, os pais, os amigos, vão achar que Zac os abandonou. Ele sabe o quanto é ruim se sentir abandonado.

A palavra "policia" brilha em sua mente. Ele pode ligar de forma anônima para a policia e contar tudo o que sabe, não se incluindo na declaração. A policia sim vai saber o que fazer, eles tem aparelhos muito bem desenvolvidos capazes de encontrar o assassino. Mas se ninguém sabia sobre o desaparecimento de Zac é possível que nunca encontrem o assassino, ele parece ser alguém esperto, alguém que teve a audácia de dizer da forma mais fria que assassinou o outro e ainda aconselhá-lo a não se meter. Sem medo de denuncias ou de ser pego.

LIAR - (AU!ziam) EM HIATOS Donde viven las historias. Descúbrelo ahora