Capítulo 34.

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Oi! Falta pouco para atingir 10k de votos no livro, pensei em fazer uma mararona assim que batermos esse número mágico. Que tal uma maratona no carnaval?

 Que tal uma maratona no carnaval?

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Lia Masen.

Noah acabou cochilando. Sua cabeça descansava entre o meu peito e a minha barriga saliente, enquanto um braço passava pela minha cintura, me segurando no lugar. Contar sobre o abuso sofrido havia exigido muito dele, que depois que ficamos em silêncio e mais confortáveis na cama, ele acabou dormindo por exaustão.

Eu me sentia cansada. Exausta até o último fio do meu cabelo e desesperada por saber que ele havia passado por algo desse tipo. Ele foi solitário por boa parte da sua vida porque haviam tirado o direito de escolha dele e da sua irmã.

Noah teve uma irmã. Não consegui parar de repetir isso na minha cabeça.

Eleanor, apelidada carinhosamente por Nell pelo irmão. Uma criança inocente com todo o peso do mundo em seus pequenos ombros. Ela tinha quatro anos quando morreu, e tinha toda uma vida pela frente. E Noah havia aguentado o pior para manter ela a salvo do pai, mas nem isso foi o bastante, e ficou claro que ele se culpava por algo tão nefasto e que estava fora das suas mãos. Os irmãos Reynolds eram as vítimas disso. A dor de Noah estava escrita em todo o seu rosto, no timbre da sua voz e eu sentia essa dor em mim agora.

Ser abusado pelo próprio pai deixava marcas em qualquer criança, e agora eu percebia o quanto disso cobrava o seu preço na vida dele. 

Uma vida de bebedeira e drogas, vícios para encobrir a sua dor.

Eu me sentia tão triste, mas era realidade de tantas crianças e famílias e ter consciência disso também me machucava.

Meus dedos estavam embrenhados no cabelo dele, mexendo com os fios macios e pensando nos tombos que a vida dá. Mas foi os pequenos percalços e tropeços que me trouxeram até Noah. Eu na verdade não me arrependia de nenhuma das escolhas que fiz que me trouxeram aqui. Tive mais de meia hora para pensar sozinha, sentindo o peso reconfortante do corpo de Noah e observando ele dormir.

Hoje foi um dia de grandes revelações, Noah revelou algo que o atormentava e eu vi uma oportunidade de dizer algo que estava na ponta da minha língua havia muitos dias. Não me arrependia de ter dito que o amava e ele não ter dito de volta.

Talvez eu tivesse que esperar por ele, mas eu sentia em meu coração que Noah sentia algo forte por mim. Eram as suas ações, gestos e palavras que me davam essa certeza. E depois do que tinha acontecido hoje, eu não me importava de esperar por ele.

E isso só se provou ainda mais correto quando Noah acordou lentamente, se espreguiçando de leve, beijando a minha barriga e levantando o rosto na minha direção.

02 - A Escolha - HIATUS - SEM PREVISÃO. Where stories live. Discover now