02 - A Escolha - HIATUS - SEM PREVISÃO.

Capítulo 8.

Último capítulo da maratona, espero que tenham gostado.

Noah Reynolds.

Havia bastante energia acumulada no meu corpo, e eu não conseguia dormir. Não podia gastar essa energia com exercícios, ou da melhor forma que eu conhecia: sexo quente e gostoso.

Fazia duas semanas que eu tinha que me contentar somente com a minha mão e a imaginação, e a imaginação era um problema no momento, estava pensando em quem não deveria pensar. Gostava de sacanagem como qualquer outro homem, mas tentava não ultrapassar alguns limites. E esses limites eram garotas de dezoito anos, grávida e de nariz arrebitado.

Tinha acordado muito cedo, depois das seis, e era essa hora que eu estava acostumado a ir dormir. Sempre havia alguma coisa para se fazer, um bar novo para conhecer, uma balada para ir. Mas desde que coloquei o gesso, Nina recomendou para eu ficar longe desse tipo de atenção dúbia. A minha imagem era tudo para ela, mas eu havia chegado em um ponto da minha vida que só estava seguindo a maré. Eu me comportava do jeito que todos esperavam porque era mais fácil, não havia expectativas boas ou ruins.

Essa semana que estava fora do hospital estava me deixando louco. Sentia falta de beber, das mulheres se jogando em cima de mim. Não tinha como me entorpecer com o álcool ou sexo, tinha prometido a Jake que me manteria limpo até me recuperar. Era só lembrar a merda que eu tinha feito a última vez que tinha me jogado na farra. Ele sabia o que eu tinha feito, por isso a sua preocupação era justa.

Eu não era nenhum santo, e os metidos a santos me irritavam pra caralho, mas tentava manter a minha palavra. Era a única coisa que eu tinha, então quando prometia algo, eu me mantinha na linha. Então nada de bebidas, festas com mulheres ou experimentar outras coisas. Não que eu fizesse esse último com muita frequência, só apelava para algo mais pesado quando as minha memórias não me davam descanso. Eu tinha que dormir de algum jeito.

Eu só abusava do álcool porque tinha que seguir em frente, me sentir vivo ou cairia em uma espiral para o fundo do poço. Era a mentira que eu ficava repetindo para quem quisesse ouvir.

Jake percebeu isso, e pediu para eu procurar ajuda. E eu fiz isso pela metade, do meu jeito torto, então ele não poderia ficar enchendo mais o meu saco.

Pedi para a irmã caçula de Candice para ficar de olho em mim e me ajudar em algumas coisas. Era uma forma de me redimir também. Queria ela ao meu redor, como queria a minha próxima respiração, era algo tortuoso e que me deixava confuso. Ela precisava de dinheiro, estava grávida, o namorado tinha se mandado e isso deveria ser o suficiente para me deixar quieto no meu canto.

Mas não foi, tanto que eu tinha pedido para ela ser a minha namorada falsa. Nina vinha martelando isso na minha cabeça, e eu já estava ficando cansado da sua insistência. Foi bom Lia não ter aceitado algo tão obtuso, se o Hector descobrisse que eu fiz isso, eu iria escutar para sempre sobre isso.

Eu podia ser sincero comigo, na luz fria da manhã, eu estava ansioso para ela chegar. Não tinha dito a ninguém que ela estaria constantemente comigo, evitaria a qualquer custo o falatório que isso iria trazer.

Observando o jardim pelas portas e janelas de vidro do meu quarto, era difícil continuar me enganando. O começo desse dia vinha com uma certa clareza, ofereci o trabalho como um maneira de tentar consertar  as coisas que fiz, mas também por um motivo totalmente egoísta. Gostava de observar o rosto dela, gostava de irritar Lia porque assim a tristeza que eu percebia em seus olhos desvanecia, e dava lugar a um fogo brando que eu gostava de ver. 

Quando recebi uma ligação para liberar a entrada dela, coloquei um roupão em cima da minha cueca boxer e fui esperar ela na cozinha, eu já tinha dado o código de acesso para a porta da frente, então Lia entraria direto. Andar estava sendo complicado na melhor das hipóteses, mas era o que merecia. O gesso e as muletas eram um pequeno preço a se pagar pela a minha estupidez.

Ouvi a porta da frente abrir, e todos os meus pensamentos se voltaram para a Lia. Queria saber se ela era do tipo curiosa, ou se me chamaria até encontrar onde eu estava. E era esse tipo de coisa que deixava a minha mente rodando, a vontade insana que eu tinha de saber coisas sobre ela. Era mais fácil ser o idiota que todos estavam acostumados, aquilo dali não daria futuro. 

Peguei um pedaço de pizza da geladeira, e sentei em um banco perto do balcão. A posição me deixava desconfortável, mas queria estar sentado quando ela chegasse. 

E não me decepcionei, o nariz arrebitado, os olhos claros e a boca cheia era um espetáculo de se ver. Onde eu estava mesmo com a cabeça quando sugeri isso? Adicionei mais uma tentação ao meu próprio inferno particular.

Capítulo pequeno, mas é só pra mostrar um pouco dos pensamentos desse homem complicado.

Vou deixar aqui algumas fotos de como imagino a casa do Noah 🤔

Lia vai se fazer nessa cozinha 👏🏼

Até!