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Família

     Respirei fundo e apoiei as mãos no joelho, tentando recuperar todo o meu fôlego. A minha prima mais nova, de 7 anos, fez eu correr atrás dela pela casa e eu me cansei muito rápido. Ela era uma criança sapeca e com muito energia.

         Já estava escurecendo e minha família ainda estava toda reunida aqui em casa. Quando eu cheguei minha mãe quase me matou, mas eu inventei uma desculpa esfarrapada, dizendo que a minha amiga, Ellie, passou mal e tive que ficar com ela na parte da manhã. Depois disso, todos queriam saber como eu estava indo na faculdade e minha avó veio fazer uma consulta comigo, mas eu tive que explicar que eu tinha entrado na faculdade agora e que ainda não tinha me tornado uma médica. Minhas tias queriam saber do meu novo namorado que minha mãe espalhou para a família toda, bom agora ex-namorado, né.

       — Mary, tem um cara na porta querendo falar com você... — minha prima, Dakota, me avisou e retornou a colocar os fones de ouvido.

       Franzi a testa e olhei para a Charlotte que ainda corria pela casa. Me recompus e sai da sala, indo direto para o Hall da casa. A porta estava entreaberta e eu vi um moletom que eu conhecia bem. Suspirei fundo e abri a porta toda.

       — Você não entende que demos um tempo, Adam? — digo de primeira e ele arregala os olhos com a minha atitude.

       — Eu vim trazer sua mochila que deixou no meu carro, que a Ellie estava usando ontem. — ele levantou a mão, mostrando a minha bolsa.

        Puxei a mochila da sua mão e não agradeci. Apenas o encarei e respirei muito fundo

       — Quero falar uma coisa com você... — Adam deu um passo para frente e eu apenas franzi a testa, esperando que ele dissesse. — Na verdade, não quero dizer nada. — ele disse rapidamente que eu mal acompanhei suas palavras. — Eu quero mostrar. — e então, Adam puxou o meu rosto com a mão e juntou nossos lábios, me dando um selinho demorado.

       — Caralho! — ouvi um grito e o barulho dentro de casa se cessou.

       Adam largou o meu rosto e olhou para trás de mim. Ele passou a mão na nuca, meio sem jeito e eu virei, vendo a minha tia com a mão na boca e todo mundo olhando para nós dois. Mil vezes merda!

       — Grande Adam! — meu pai apareceu com um copo de vinho na mão e eu o olhei receosa.

        Não era para Adam ter feito aquilo, de jeito nenhum! Agora a minha família iria achar que estávamos namorando e já iam começar a planejar o nosso casamento e o enxoval dos nossos filhos, tinha coisa pior?

         — Olá, senhor Cooper. — eu podia sentir que Adam estava sorrindo, era óbvio.

         Ele era esperto, sabia o que estava fazendo. Ellie deve ter dito para ele que estaria tendo um almoço aqui em casa e o mesmo achou a oportunidade perfeita para tentar algo comigo, para que eu esquecesse o que tinha dito mais cedo. Mas eu estava muito bem lembrada.

         — Entra, meu caro. Venha, vou te apresentar o pessoal. — meu pai fez um gesto com a mão e eu congelei.

          Senti Adam atrás de mim e sua respiração estava bem calma. Ele entrelaçou nossas mãos e passou por mim, me puxando. Que merda ele estava fazendo?

         — Até que enfim a Mary Angel desencalhou! — minha tia gritou de novo e todos gritaram em resposta. Ela se aproximou de nós e analisou o Adam, de cima abaixo. — Boa escolha, querida. Mas que namorado gato! — ela se abanou com as próprias mãos e mandou um beijo para o Adam.

Pequenas mentiras Where stories live. Discover now