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Quem é ele de verdade?

Eram exatamente 2 horas da manhã e o céu estava com bastante estrelas. O tempo  estava um pouco mais quente que antes e o som da música tomava meus ouvidos. Eu estava tonta, com o álcool de meia garrafa de vodka e algumas doses de whiskey correndo nas minhas veias. Nunca bebi tanto na minha vida, e olha que bebi só alguns goles de bebidas aleatórias. Aquele lugar tava com um cheiro de maconha terrível e eu já estava enjoada o suficiente por conta disso.

         Lyan, Adam e mais dois meninos estavam em uma rodinha perto da churrasqueira. Eles estavam com baseados entre os dedos e com outras coisas em cima da mesa que eu não pude identificar.

         Essa festa estava pura putaria! O pouco de pessoas que estavam ali se pegavam; mãos bobas; até sexo rolou dentro da piscina e eu tive que sair da mesma.

         Ellie sumiu assim que o tal de Gael falou algo no ouvido dela e eles desapareceram. E só restou apenas eu, sentada em um espreguiçadeira com um copo de tequila na mão que eu estava a meia hora tentando beber. Tinha um grupinho de garotas fumando e eu podia ouvi-las cochichar enquanto olhavam para mim. Parabéns, Mary Angel, conseguiu se tornar alvo de vadias!

          A vadia da Laura toda hora ia até a mesa dos meninos, ficava próximo do Adam e passava a mão no peitoral dele. E nesse exato momento, ela estava com as mãos nos ombros dele, apertando devagar, como uma massagem. E eu só observava, com o meu sangue fervendo e enciumada.

          — Mary, vem aqui. — ouvi Lyan me chamar e o olhei.

       Respirei fundo e me levantei meio desengonçada, deixando a toalha enrolada na minha cintura cair, mas eu estou muito bebada para abaixar e pega-lá. Caminhei até eles e parei na frente dos mesmo. O cheiro de maconha estava bem mais forte e eu tive que torcer o nariz em reprovação.

         — Senta aqui. — bateu em seu colo e eu neguei com a cabeça. — Vem logo, gata. Eu não mordo. — ele estava completamente chapado que mal conseguia falar direito. Olhei para Adam que dava uma tragada em seu baseado, despreocupado. — Senta. — ele puxou o meu braço e me forçou a me sentar.

        Engoli em seco e meu coração começou a acelerar. Eu estava bêbada, mas não a ponto de alguém querer se aproveitar de mim e eu deixar. Tentei esquecer e respirei fundo, mas a mão do Lyan pousou na minha coxa me deixando mais desconfortável do que eu já estava. Sua mão subiu um pouco e parou próximo a minha virilha. Olhei para o Adam, em súplica, mas ele nem mesmo me notou, estava entretido demais na massagem que Laura o oferecia. Encarei a mesa nervosa e pude notar o que tinha ali: cocaína e seringas com outras drogas injetáveis. Eu estava muito decepcionada, comigo mesma para ser exata. Eu nunca me imaginei sendo forçado a sentar no colo do meu "namorado" que estava passando a mão em mim sem meu consentimento, no meio de alguns drogados. 

         — O que é isso... no seu pescoço? — Lyan disse o bastante para todos na mesa me olharem. Ele passou em cima da minha pele e eu me arrepiei com medo. — Quem fez isso com você, Mary? Isso é um chupão? — perguntou alterando a voz.

         Eu parei de respirar imediatamente ficando imóvel. Adam me encarava, se divertindo com a situação. Por que ele fazia isso? Ele não via como Lyan estava me tratando?

         — Não, isso é... — tentei explicar, mas eu estava perdida. — Você... deve ter deixado isso, Lyan. — menti na expectativa dele acreditar.

        — Eu nunca deixo chupão em alguém. — disse e segurou o meu pescoço com força.

        — Quem fez isso, Mary? Quem andou tocando em você? — continuei quieta e fechei os olhos com força. — Me responde, porra! — olhei para Adam pedindo para que ele me ajudasse, mas ele só ria da situação. Uma lágrima caiu no meu rosto e eu mal dei o trabalho de limpar.

Pequenas mentiras Where stories live. Discover now