XVI

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Eu pensei em me esconder, mas meu corpo não moveu um sequer músculo. Minha boca se abriu algumas vezes, mas nenhum som saia. E lá estava eu, igual à uma idiota de lingerie branca, parada e sem saber o que falar ou agir. Os olhos de Adam se passavam por cada canto do meu corpo, e parou nos meus seios que estavam mal cobertos pelo sutiã.

        Adam prendeu o lábio inferior nos dentes e o segurou ali por um tempo, deixando avermelhado. Ele piscou algumas vezes e encarou meu rosto.

        — Acho melhor... você cobrir seu corpo — sugeriu com a voz falha.

       Sai do meu transe e percebi a real situação. Adam havia me visto semi-nua! Eu estava ficando mais que constrangida naquele dia. Xinguei-me mentalmente, e encostei a porta, correndo para perto da minha roupa dobrada em cima da cama. A vesti tão rápido que quase tropecei no tapete. Corri de volta para a porta e a abri bruscamente, vendo Adam encostado na parede em frente ao meu quarto. Ele estava entretido no celular e eu engoli em seco, e foi quando o mesmo me olhou.

      — Adam... — comecei dizendo — Me desculpe... Oh meu Deus, que ridículo! — me enrolei nas minhas próprias palavras. Eu estava tão nervosa. — Eu não sei o que dizer, eu só...

       — Calma, Mary! — me interrompeu e soltou um risinho baixo. Provavelmente, eu tinha sido ridícula nesse nível — Não se preocupe. Você estava meio coberta, não vi nada. — tentou me tranquilizar.

       — Isso é tão vergonhoso! — escondi meu rosto entre as mãos e ouvi uma risada dele.

       — Não foi. Eu juro que esqueço — levantou as duas mãos em sinal de rendição. Minhas bochechas ficaram mais vermelhas — Enfim, só vim me despedir de você.

— Ah, claro — puxei a pontinha do lábio com o dente e o olhei — Boa noite então, muito obrigado pelo dia... — abri um sorriso e ele retribuiu na mesma medida.

— Então... Boa noite! — Adam manteve o sorriso e se virou para o corredor — Alias, você tem um belo corpo. — o vi balançar a cabeça rindo fraco e saindo dali.

O que? Oh meu Deus!

Senti meus pelos se arrepiarem e minhas bochechas corarem violentamente. Meu rosto queimava de vergonha. Eu não estava acreditando... Ele havia visto meu corpo quase nu e ainda teve coragem de comentar sobre... Mas claro, não vou negar que tinha gostado do seu comentário.

Sua silhueta desapareceu no corredor e eu respirei fundo, bem fundo e encostei a cabeça na batente da porta.

Nunca me imaginei sendo amiga de Adam, passando um dia com ele, o mesmo sendo legal comigo. Eu imaginava todas essas coisas com Lyan e não com... o Adam. Se fosse há alguns dias atrás, eu estaria o xingando por ser um idiota e por ter invadido a minha privacidade.

Quando me voltei para entrar no quarto, olhei para a jaqueta de Adam em cima da minha cama. Havia esquecido de entregá-lo. Revirei os olhos pela minha própria burrice e a caminhei com os passos rápidos para pegar a jaqueta. Comecei a correr pela casa e assim que parei na escada, dei uma varredura com os olhos pela sala e não achei Adam, apenas meus pais que estavam sentados no sofá, conversando sobre algo. Desci as escadas na esperanças do Ashworth ainda estar por lá.

      — Adam já foi? — perguntei meio receosa, apertei mais a jaqueta nas minhas mãos.

      — Não...— minha mãe disse semicerrando os olhos. Um leve medo bateu em mim por conta do que ela estava pensando.

Pequenas mentiras Where stories live. Discover now