Cadarço, Sapato e Chiclete

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POV CAMILA

O mar é o meu lar. Nada que me conecte mais comigo mesma do que essa imensidão de água. Sentir a brisa nos meus cabelos, me aventurar sobre as ondas, sentir o arrepio no meu corpo... tudo era mágico. Se o mar estivesse meio revolto então... perfeito!

Lá ia eu novamente tentar mais uma onda, mais uma sensação de aventura e friozinho na minha barriga. E ela vinha em minha direção, mergulhei em uma menor para me preparar e assim que pude já estava em cima da prancha curtindo aquele momento esplendoroso. Nada na vida me acalmava mais do que um bom surf, mesmo que eu não necessitasse de calma. Era a coisa que eu fazia de melhor, o meu mais perfeito hobby. Mas, devo dizer percebi algo errado. A tornozeleira acabou arrebentando e mesmo tentando me equilibrar acabei caindo.

POV LAUREN

Cancun, que lugar! Que água maravilhosa. Desci da bicicleta e fui em direção à areia, fechei os olhos sentindo o vento bater no meu rosto, o tempo estava meio nublado, mas eu precisava treinar, a próxima competição já era daqui a 2 meses no Brasil. Estava só eu ali e eu adorava ficar sozinha, ainda mais numa praia. Imagine só, uma praia inteira, ainda mais como essa só para mim. Nem nos meus melhores sonhos. Acabei avistando uma surfista no meio do mar e bom, era o que eu tinha para observar além de toda aquela imensidão. Sempre quis surfar, mas desde que tentei e acabei machucando a perna devido à enorme falta de atenção que carrego comigo desde a infância, desisti por hora. A verdade é que eu sempre fui do triátlon. Não sou capaz ainda de escolher entre correr, nadar e andar de bicicleta. Seria como se questionasse uma mãe para saber qual o seu filho favorito. Digamos que segredo de estado para quem não é mãe e realmente não há nenhuma preferência para quem é.

Vi a mulher cair na água e soltei um risinho, se eu já me achava desengonçada era porque realmente não havia a visto. Porém, no mesmo instante, o que me deixou intrigada foi à demora dela voltar à superfície. Creio já ter passado pelo menos uns 15 segundos e nada dela voltar. Em um impulso me levantei olhando para os lados e vi suas sandálias perto de mim, se ela estivesse ido embora levaria seus pertences, certo? Para de pensar, Lauren, só vai! E eu fui. Nadei até onde ela estava tentando me esquivar das ondas que vinham, olhei para meu lado esquerdo e lá estava sua prancha, nadei até lá notando que ela estava rompida na parte da tornozeleira.

- Merda!

Foi o que eu pude falar antes de me afundar na água procurando aquela moça. Lembro-me que ela vestida um biquíni branco. Procurei, procurei, procurei. Muito. Parecia que eu estava há horas no mar caçando por aquela mulher. Ao voltar à superfície pela milésima vez notei um corpo boiando do meu lado oposto e nadei até ele. Era ela, desmaiada, pelo menos o que eu espero. Eu lutava contra as ondas na medida em que voltava para a parte rasa, seu corpo não era pesado e eu estava acostumada a nadar por horas então a dificuldade foi só para achá-la. Obviamente um medo me invadiu em perdê-la, era uma vida e ela parecia estar serena em cima daquela prancha.

A carreguei em meus braços e fui andando rapidamente até a areia depositando seu corpo na mesma. Comecei a fazer respiração boca a boca, pressionar as mãos no seu peito, tentando trazê-la de volta.

- Vamo, menina. Reage! – eu continuava a respiração.

Logo ela começou a tossir e se mexer, só então eu notei o quão era linda. Nariz perfeitamente arrebitado, os cabelos bagunçados no seu rosto perfeitos e até uma tatuagem no seu antebraço do mar. Seus olhos foram se abrindo com um pouco de dificuldade até encontrarem os meus.

- Se todas as vezes que acontecer coisas do tipo eu abrir os olhos e ver um par de verdes assim, quero bater a cabeça na prancha sempre. – ri sem jeito e ela foi se levantando devagar ficando sentada de frente para mim. – Obrigada...?

One Shots - CamrenWhere stories live. Discover now