59. Reinos destruídos.

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11 DE JULHO

Acordei com vozes vindas do lado de fora da porta, me despertando do sonho, tirando minha mente de baixo da água. A claridade que entrava no quarto por causa das cortinas brancas também contribuiu para me tirar do sonho.

— Christopher, sai dai! — Era Lara, e apesar de ainda estar de olhos fechados e meio dormente, eu conseguia visualizar a cena perfeitamente, apenas pelo tom de voz dela.

Christopher em cima de algo que não deveria, fazendo algo que não deveria. O resultado eu já sabia qual seria.

— To falando sério — ela repetiu, claramente perdendo a paciência.

— Cara, já não basta o Zabdiel me enchendo o saco, agora você também? Porra. Eu já tenho uma namorada.

— Então ouve o que ela falou, e sai dai.

— Não — a voz manhosa e infantil de Chris quase me fez rir. Ele não tomava jeito... — Alguém acorda o Zabdiel e manda ele vim dar jeito na mulher dele.

— Alguém acorda o Zabdiel e manda ele vim dar um jeito em você — era Kimberly, que claramente estava envolvida na cena, mesmo que como observadora.

— Já falei que ninguém vai acordar o Zabdiel — disse Lara, com a voz firme.

— Ele vai entrar em coma, mano.

— Christopher, sai dai — Lara falou outra vez, perdendo ainda mais a paciência.

— Zabdiel!

— Se você acordar ele eu mesma te empurro dai! Já falei que não é para ninguém acordar ele.

Na minha cabeça sonolenta Chris estava mostrando a língua para ela nesse momento.

Se teria mais alguma resposta depois disso nunca saberíamos, pois um barulho preencheu o primeiro andar. Christopher soltou um grito, seguido de algo quebrando e ele choramingando.

Ouvi Barbara gritando o nome dele, pés correndo pelo piso.

— Christopher! — Ouve uma pausa; ela provavelmente estava avaliando o estado do namorado. — Eu te disse para não subir nisso!

Murmúrios preencheram o andar, e mesmo assim eu ainda estava longe de começar a pensar em criar coragem para me levantar e ir ver o que estava acontecendo. Se fosse algo urgente a reação deles teria sido bem diferente.

A porta do meu quarto foi aberta e eu me sentei, ainda de olhos fechados, o lençol caindo pelo meu corpo enquanto eu me esticava. Meu corpo tenso relaxou apenas para trazer mais sono. Sentado na cama, com os ombros moles e os olhos pesando eu bocejei.

Lara se sentou na minha frente.

— Bom dia — falei, abrindo os olhos.

Ela sorriu, a pupila dos olhos dilatando enquanto me olhava, apesar da claridade no quarto.

— Bom dia — respondeu, apoiando as mãos no joelho e me olhando.

— Que horas são?

— Três e meia.

— Três e meia...? — Olhei ao redor, tendo consciência que não era três e meia da madrugada. E eu tinha ido dormir próximo as cinco da tarde. — Eu dormi um dia inteiro? — perguntei chocado. Ela confirmou com a cabeça. — Caralho...

Lara riu e se levantou, o robe preto caindo pelas coxas. Ela aparentemente usava um biquíni por baixo do tecido de seda com flores dourada.

O dia na praia tinha tirado toda a palidez dela, a pele brilhando em um dourado preguiçoso. O cabelo longo caia pela lateral do corpo, com mechas mais claras, em cachos naturais nas pontas. Os olhos estavam com o mesmo tom de avelã, o verde se destacando em círculos e pontos.

Byron BayWhere stories live. Discover now